É professora (Adjunto 4) da Universidade Federal de Goiás nos cursos: a) Faculdade de Letras curso de Graduação em Letras: Libras; b) curso de Especialização em Linguística das Línguas de Sinais; c) Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Possui graduação em Fonoaudiologia pela pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás/PUC Goiás (1992), especialista em linguagem pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clinica (CEFAC, 2000) mestrado (2007) e doutorado (2011) em Ciências da saúde pela Universidade Federal de Goiás e estágio pós-doutoral na Universitat de Barcelona/Espanha (UB, 2018 -2019) no Departament de Enfermería Fundamental y Médico-Quirúrgica, Facultat de Medicina i Cìências de la Salut, estudando Atenção à saúde da pessoa surda no contexto da formação dos profissionais de saúde do Brasil e da Espanha. Possui certificado de proficiência no uso e no ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - nível superior, pelo PROLIBRAS/UFSC - MEC. Coordenadora do Grupo de Estudos e pesquisas Atenção Integral à Saúde e Educação do Surdo (GEPAISES). Atuando principalmente em pesquisas nos seguintes temas: Língua de Sinais, Surdos, Saúde e Qualidade de Vida.
Revista The Especialist, v. 41, n. 1 • por Neuma Chaveiro Educação bilíngue para surdos em Barcelona - Espanha
O objetivo é descrever a educação bilíngue de surdos, por meio da visão advinda da família e da educação. Possui abordagem qualitativa descritivo-analítica. Contou com 3 participantes: uma mãe de surdo, uma surda com formação em licenciatura e fonoaudiologia e uma professora ouvinte, pesquisadora na área de Língua de Sinais (LS). A análise dos dados indica três categorias: 1) Educação Bilíngue – empoderamento dos surdos; 2) Saúde – Reverberações da oralização no processo educativo; 3) Família – interface com a educação bilíngue. Percebe-se que a educação bilíngue de surdos em Barcelona vive um momento de ressignificação, de busca pela valorização da LS, no entanto, não descartam os benefícios do implante coclear, embora se tenha plena consciência que o “implante coclear não é um milagre”. Conclui-se que há o surgimento na educação bilíngue de um novo perfil sociocultural da pessoa surda: o surdo bilíngue implantado.
Rev. Saúde Pública vol.47 no.3 São Paulo. p.616-23 • por Neuma Chaveiro Instrumentos em Língua Brasileira de Sinais para avaliação da qualidade de vida da população surda
Objectivo Construir a versão em Língua Brasileira de Sinais dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS para avaliar a qualidade de vida da população surda brasileira.
Métodos Utilizou-se metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS) para a construção dos instrumentos adaptados para população surda em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A pesquisa para execução do instrumento consistiu de 13 etapas: 1) criação do sinal qualidade de vida; 2) desenvolvimento das escalas de respostas em Libras; 3) tradução por um grupo bilíngue; 4) versão reconciliadora; 5) primeira retrotradução; 6) produção da versão em Libras a ser disponibilizada aos grupos focais; 7) realização dos grupos focais; 8) revisão por um grupo monolíngue; 9) revisão pelo grupo bilíngue; 10) análise sintática/semântica e segunda retrotradução; 11) reavaliação da retrotradução pelo grupo bilíngue; 12) filmagem da versão para o software; 13) desenvolvimento do software WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS em Libras.
Resultados Características peculiares da cultura da população surda apontaram a necessidade de adaptações na metodologia de aplicação de grupos focais quando compostos por pessoas surdas. As convenções ortográficas da escrita das línguas sinalizadas não estão consolidadas, o que trouxe dificuldades em registrar graficamente as etapas de tradução. As estruturas linguísticas que causaram maiores problemas de tradução foram as que incluíram expressões idiomáticas do português, muitas sem conceitos equivalentes entre o português e a Libras. Foi possível construir um software do WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS em Libras.
Conclusões O WHOQOL-BREF e o WHOQOL-DIS em Libras possibilitarão que os surdos se expressem autonomamente quanto a sua qualidade de vida, o que permitirá investigar com maior precisão essas questões.
III Congresso Brasileiro de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Florianópolis-SC: UFSC • por Neuma Chaveiro Metodologia de tradução da Organização Mundial de Saúde (OMS) para desenvolvimento de instrumentos de avaliação de qualidade de vida nas línguas orais e na libras
Introdução: A avaliação da qualidade de vida da população surda é limitada pelas dificuldades de comunicação na língua oral e escrita, daí a necessidade de desenvolver instrumentos confiáveis em língua de sinais com rigor metodológico que inclua as características particulares do povo surdo. Objetivo: traduzir para Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) os instrumentos da Organização Mundial de Saúde (OMS): WHOQOL-BREF (World Health Organization Quality of Life – Bref) e WHOQOL-DIS (World Health Organization Quality of Life – Disability) para avaliar a qualidade de vida da população surda brasileira. Métodos: Estudo transversal e exploratório, delineado com base na Pesquisa Metodológica. Utilizou-se a metodologia proposta pela OMS, adaptada para população surda, e em acordo com os critérios estabelecidos com o Grupo WHOQOL do Brasil a execução do projeto foi dividida em 13 etapas: 1. criação do sinal QUALIDADE DE VIDA; 2. desenvolvimento das escalas de respostas em LIBRAS; 3. tradução por um grupo bilíngue; 4. versão reconciliadora; 5. primeira retrotradução; 6. produção da versão em LIBRAS a ser disponibilizada aos grupos focais; 7. realização dos grupos focais; 8. revisão por um grupo monolíngue; 9. revisão pelo grupo bilíngue; 10. análise sintática/ semântica e segunda retrotradução; 11. reavaliação da retrotradução pelo grupo bilíngue; 12. filmagem em estúdio da versão final para o software; 13. Desenvolvimento do software dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS na versão em LIBRAS. Resultados: Ao mensurar a qualidade de vida dos surdos, é imprescindível que se considerem as características próprias do povo surdo, incluindo aspectos culturais e linguísticos, na construção dos instrumentos de avaliação em saúde, caso contrário é impossível obter dados confiáveis. Para os surdos que se comunicam pela língua de sinais, a qualidade de vida só pode ser efetivamente avaliada por instrumentos traduzidos e adaptados a essa população. Características peculiares da cultura do povo surdo apontaram a necessidade de adaptações na metodologia de aplicação de grupos focais quando compostos por pessoas surdas. Ao final foi possível construir um software do WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS em LIBRAS. Conclusão: O WHOQOL-BREF e o WHOQOL-DIS em LIBRAS possibilitarão que os surdos, de maneira autônoma, se expressem no que respeita a qualidade de vida, o que permitirá investigar com mais precisão questões de qualidade de vida das pessoas surdas. Além disso, farão parte dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde.
Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil • por Neuma Chaveiro Qualidade de vida das pessoas surdas que se comunicam pela Língua de Sinais: Construção da versão em Libras dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS
Introdução: A avaliação da qualidade de vida da população surda é limitada pelas dificuldades de comunicação na língua oral e escrita, daí a necessidade de desenvolver instrumentos confiáveis em língua de sinais com rigor metodológico que inclua as características particulares do povo surdo. Dentre os traços culturais da população surda, o que mais se destaca é a língua de sinais: além de ser um sistema linguístico, é um elemento de constituição da identidade da pessoa surda. No Brasil, é garantido legalmente o direito ao surdo de se comunicar na sua língua natural, ou seja, na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), sem imposição ao uso da língua majoritária do país. Essa tese de doutorado faz parte do projeto WHOQOL-LIBRAS, resultado da parceria entre a Universidade Federal de Goiás, a Organização Mundial de Saúde e o Grupo WHOQOL do Brasil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para sua execução o projeto WHOQOL-LIBRAS foi dividido em dois projetos, com etapas distintas, mas interdependentes: Projeto 1 – Construção da versão em LIBRAS do WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS; Projeto 2 – Aplicação/validação da versão em LIBRAS dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS. A presente tese constitui o Projeto 1. Objetivo geral: Construir a versão em LIBRAS dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS para avaliação da qualidade de vida da população surda brasileira. Métodos: Estudo transversal e exploratório, delineado com base na Pesquisa Metodológica. Utilizou-se a metodologia proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), adaptada para população surda, e em acordo com os critérios estabelecidos com o Grupo WHOQOL do Brasil a execução do projeto foi dividida em 13 etapas: 1. criação do sinal QUALIDADE DE VIDA; 2. desenvolvimento das escalas de respostas em LIBRAS; 3. tradução por um grupo bilíngue; 4. versão reconciliadora; 5. primeira retrotradução; 6. produção da versão em LIBRAS a ser disponibilizada aos grupos focais; 7. realização dos grupos focais; 8. revisão por um grupo monolíngue; 9. revisão pelo grupo bilíngue; 10. análise sintática/ semântica e segunda retrotradução; 11. reavaliação da retrotradução pelo grupo bilíngue; 12. filmagem em estúdio da versão final para o software; 13. Desenvolvimento do software dos instrumentos WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS na versão em LIBRAS. Resultados: Características peculiares da cultura do povo surdo apontaram a necessidade de adaptações na metodologia de aplicação de grupos focais quando compostos por pessoas surdas. As convenções de escrita das línguas sinalizadas não estão consolidadas, por isso encontrou-se dificuldades em registrar graficamente as etapas de tradução do Português para LIBRAS. As estruturas linguísticas que causaram maiores problemas de tradução foram as que incluíram expressões idiomáticas do Português, muitas das quais não têm conceitos equivalentes entre o Português e a LIBRAS. Ao final foi possível construir um software do WHOQOL-BREF e WHOQOL-DIS em LIBRAS. Conclusão: O WHOQOL-BREF e o WHOQOL-DIS em LIBRAS possibilitarão que os surdos, de maneira autônoma, se expressem no que respeita a qualidade de vida, o que permitirá investigar com mais precisão questões de qualidade de vida das pessoas surdas. Além disso, o WHOQOL-BREF e o WHOQOL-DIS em LIBRAS farão parte dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde.
Cogitare Enfermagem (UFPR), v. 15, p. 639-645 • por Neuma Chaveiro Atendimento à pessoa surda que utiliza a Língua de Sinais na perspectiva do profissional da saúde
Pesquisa descritivo-analítica, com abordagem qualitativa, que teve como objetivo caracterizar a comunicação dos profissionais da saúde com a pessoa surda e descrever recursos de relacionamento. O corpus foi composto por sete profissionais da saúde, os dados foram coletados no Município de Goiânia, analisados pela técnica de análise de conteúdo e identificadas duas categorias: Comunicação entre profissionais da saúde e pessoas surdas que utilizam a língua de sinais, e Recursos de relacionamento com a pessoa surda. Na primeira categoria, verificou-se a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como relevante instrumento de comunicação no atendimento à pessoa surda. Na segunda categoria, destaca-se a atuação do Tradutor intérprete de LIBRAS. Constatou-se que os profissionais não estão suficientemente preparados para cuidar da pessoa surda e conclui-se que a comunicação verbal não tem sido suficiente para estabelecer o vínculo entre esses.
RVCSD - Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade, Edição nº 05 • por Neuma Chaveiro Mitos da Língua de Sinais na Perspectiva de Docentes da Universidade Federal de Goiás
Esse artigo tem como objetivo discutir os mitos sobre a Língua de Sinais na concepção de professores da Universidade Federal de Goiás. Pesquisa descritivo-analítica, com abordagem qualitativa, a amostra constou de dez professores da Universidade Federal de Goiás. Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas. Constatou-se nos depoimentos dos sujeitos da pesquisa que existem muitos mitos em relação à Língua de Sinais: a maioria não reconhecem a Língua de Sinais como um sistema linguístico, desconhecendo a identidade e cultura surda. É imprescindível que haja a desmistificação dos mitos relacionados à Língua de Sinais, portanto, há necessidade de formação e divulgação, especialmente para comunidade acadêmica, representada neste trabalho pelos professores.
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia [online], vol.75 nº.1, pp. 147-150 • por Neuma Chaveiro Relação do paciente surdo com o médico
A comunicação não-verbal é importante no atendimento aos pacientes surdos e permite a excelência do cuidar em saúde. Objetivo: Analisar os aspectos legais e socioculturais da relação entre o paciente surdo e o médico. Método: Foram utilizadas as bases de dados informatizados para a coleta de dados, no período de 1996 a 2006, tendo como palavras-chave “paciente”, “surdo”, “comunicação” e “saúde”. Realizou-se também busca não-sistemática em publicações científicas. Resultados: Foram agrupados em duas categorias: a comunicação do paciente surdo com o médico ouvinte que trata das barreiras no atendimento ao paciente surdo e a importância da comunicação não-verbal na assistência à saúde. O surdo, sua língua e a relação médico-paciente que aborda as características da Língua de Sinais, tendo como respaldo constitucional a Lei Federal nº 10.436/02. Conclusão: Quando os pacientes surdos e os médicos se encontram, se deparam com barreiras comunicativas que comprometem o vínculo a ser estabelecido e a assistência prestada, podendo interferir no diagnóstico e no tratamento. Ficou clara a necessidade de as instituições públicas oportunizarem programas que visem à formação dos profissionais para adequada assistência aos pacientes surdos.
Revista da Escola de Enfermagem da USP; vol. 42, nr.3, p.578-583 • por Neuma Chaveiro Revisão de literatura sobre o atendimento ao paciente surdo pelos profissionais da saúde
O objetivo deste estudo de revisão sistemática da literatura é analisar e identificar a comunicação entre o paciente surdo e o profissional da saúde, bem como investigar a assistência oferecida. Foram utilizadas as bases de dados informatizadas para a coleta de dados, tendo como palavras-chave os termos paciente, surdo e comunicação. Os resultados foram agrupados em três categorias: comunicação, formação dos profissionais da saúde e aspectos legais. A categoria comunicação aborda barreiras comunicativas, linguagem escrita e a presença do intérprete. Na segunda categoria, o foco está na formação dos profissionais referentes à comunidade surda. A terceira categoria relata os aspectos legais no atendimento ao paciente surdo. A revisão mostrou que há barreiras de comunicação entre paciente surdo e profissional da saúde, e que o atendimento é um desafio para ambos. Ressalta também a necessidade de formação sobre o paciente surdo.
Mestrado em Ciências da Saúde (Conceito CAPES 4). Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil • por Neuma Chaveiro Encontro do paciente surdo que usa língua de sinais com os profissionais da saúde
Dissertação construída na modalidade artigos científicos e consta de três artigos, sendo o primeiro e o segundo de revisão sistemática da literatura sobre o tema do estudo e o terceiro tem por conteúdo a parte experimental da dissertação. O primeiro artigo, aceito pela Revista da Escola de Enfermagem da USP tem como título: Revisão de literatura sobre o atendimento ao paciente surdo pelos profissionais da saúde com ênfase na comunicação entre paciente surdo e profissional da saúde. No segundo, aceito pela Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, intitulado Relação do paciente surdo com o médico, foram abordados os aspectos legais e socioculturais da relação do paciente surdo com o médico. O terceiro, submetido à Revista de Saúde Pública, com o título Encontro do paciente surdo que usa língua de sinais com os profissionais da saúde, que tem por conteúdo o objeto desta dissertação, cujo objetivo foi analisar o encontro entre pacientes surdos que utilizam a língua de sinais e os profissionais da saúde. Desenvolvido numa abordagem qualitativa de natureza descritivo-exploratória. Participaram 11 pessoas surdas, que utilizam a Língua Brasileira de Sinais para se comunicar, sendo 8 do sexo masculino e 3 do sexo feminino, com idades entre 19 e 36 anos. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada, contendo questões que abrangiam as expectativas da pessoa surda quanto ao encontro com os profissionais da saúde, os meios de comunicação utilizados, a presença de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais como mediador da relaçao e o que julga necessário para favorecer uma boa relação. Os dados foram organizados utilizando a técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin, que permitiu identificar três categorias: Comunicação Estabelecida, Presença do Intérprete e Falta de Autonomia. Na primeira categoria destacaram-se duas subcategorias: facilidades e dificuldades. Como facilitador sugiram os recursos visuais e, como dificultador, ineficiência na comunicação, podendo chegar ao extremo de sentirem-se impedidos de buscar assistência. Outras dificuldades apontadas foram a língua escrita e profissionais não capacitados para atendê-los. A categoria Presença do Intérprete apresentou como destaque a complexidade deste mediador. Em alguns momentos sua presença é valorizada, enquanto, em outros, torna-se uma barreira. Na Falta de Autonomia, verificou-se que os direitos dos pacientes surdos não estão sendo respeitados, ficando à parte nas decisões tomadas principalmente pela família. Concluiu-se que os pacientes surdos deparam-se com muitas barreiras no encontro com profissionais da saúde, desde o agendamento, o momento do encontro, até os desdobramentos decorrentes e, em muitos relatos verificou-se que eles não conseguem resolver seus problemas, não compreendem o porquê das atitudes tomadas pelos profissionais, sentindo-se excluídos, não respeitados em sua autonomia. Portanto, a participação efetiva dos pacientes surdos nos encontros clínicos necessita especial atenção por parte dos profissionais da saúde.
Revista da Escola de Enfermagem da USP; vol. 39, nr.4, p.417-422 • por Neuma Chaveiro Assistência ao Surdo na Área de Saúde como Fator de Inclusão Social
Este estudo objetivou discutir a assistência ao surdo na área de saúde como fator de inclusão social; investigar junto aos surdos como se estabelece o vínculo com os profissionais da saúde; veri- ficar percepções dos surdos quan- to à presença de intérpretes de língua de sinais, quando recebem assistência à saúde. Pesquisa descritivo-analítica, com abor- dagem qualitativa realizada em uma escola especial em Goiânia. A amostra constou de 20 alunos surdos e a entrevista semi- estruturada foi utilizada para coletar os dados. Constatou-se que o vínculo é estabelecido quando os profissionais conseguem comu- nicar-se com os surdos; a inclusão do surdo nos serviços de saúde evidencia dificuldades de comu- nicação. Concluiu-se que a relação profissional cliente precisa ser melhorada; que o vínculo ocorre quando o cliente se sente compre- endido e que a presença do intér- prete melhora, mas não contribui totalmente para a inclusão social do surdo.
Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 02, p.166-171 • por Neuma Chaveiro A Surdez, o Surdo e o seu Discurso
O domínio da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais- é determinante no processo de construção das formações discursivas e de constituição dos sujeitos surdos. O presente trabalho tem como objetivo discutir a LIBRAS como ferramenta importante na formação discursiva do indivíduo surdo e como fator facilitador na descrição de seus problemas de saúde. Os dados constituíram se dois textos, sendo um redigido por indivíduo surdo que domina a Língua de Sinais e outro redigido por um surdo que não se expressa por este tipo de linguagem. Verificou-se que o autor do primeiro texto tem coerência, possui mobilidade e circula com facilidade pelas formações discursivas, não ocorrendo o mesmo com o outro surdo. Concluiu-se que a Língua de Sinais é uma ferramenta decisiva na elaboração das formações discursivas dos surdos e a compreensão do seu discurso pelos profissionais da área de saúde propicia maior entendimento da constituição da identidade dos surdos, ponto fundamental para melhor qualidade dos serviços prestados na área de saúde.