Mestrado em Letras (Conceito 4 CAPES). Universidade Federal da Paraíba, UFPB. • por Wilma Pastor de Andrade Sousa Os movimentos discursivos: interações entre crianças surdas e entre surdos e ouvintes
Este trabalho insere-se no campo da Linguística Interacional e tem como foco de interesse analisar como crianças surdas desenvolvem o fluxo temático no diálogo com ouvintes e com seus pares, através dos movimentos discursivos: retomadas e deslocamentos. É um estudo de natureza observacional de caráter qualitativo desenvolvido com oito crianças surdas, filhas de pais ouvintes, com idades entre 04 e 05 anos, cursando a Educação Infantil em uma escola da rede pública estadual na cidade do Recife-PE. Defendemos a hipótese de que as crianças surdas desenvolvem estratégias comunicativas a partir do uso da linguagem não-verbal como: o gesto, o olhar e o balançar da cabeça, como elementos facilitadores na construção do diálogo com ouvintes e com seus pares. Os dados analisados revelam que através de condutas dialógicas essas crianças interagem fazendo uso de recursos não-verbais, paralinguísticos e linguísticos e se colocam no discurso como sujeitos ativos e participantes da construção de sentido. Esperamos que os dados encontrados possam direcionar as estratégias para uma nova perspectiva de ensino para os surdos, em que se volte para o desenvolvimento de suas habilidades linguísticas.
Pro-Posições vol.26 n.3 p.103-124, Campinas • por Wilma Pastor de Andrade Sousa Contribuições da Educação Infantil e do brincar na aquisição de linguagem por crianças surdas
O presente artigo problematiza a proposta bilíngue para crianças surdas na Educação Infantil e sua importância para o desenvolvimento linguístico do sujeito surdo. A partir da descrição de uma cena escolar em uma escola Polo bilíngue da rede municipal no interior de São Paulo, discute a aquisição de linguagem precoce e a relevância do brincar na Educação Infantil e reflete sobre a aquisição da língua de sinais nessa faixa etária, por meio da interação dialógica com o outro (surdo). Enfatiza a necessidade de políticas que estimulem a entrada da criança surda neste nível de ensino e valorizem a especificidade da surdez numa vertente bilíngue (Libras/Português) e também sugere a ampliação de escolas polos, inclusivas e bilíngues, para estudantes surdos e a adoção da língua de sinais como língua de instrução, com professores surdos e colegas surdos.