Exedra: Revista Científica, Número temático - Português: Investigação e Ensino, pags. 164-179 • por Luísa Gonçalves Gestuar e Ouvir: Divergências e Convergências entre os CODA licenciados em Tradução e Interpretação em Língua Gestual Portuguesa e os não-CODA licenciados em Língua Gestual Portuguesa
O presente artigo pretende apresentar uma investigação, a decorrer, visando, por um lado, caracterizar os intérpretes de língua gestual portuguesa (LGP), consoante o seu exercício profissional resulte exclusivamente de formação superior nessa área ou, concomitantemente, da sua condição de CODA (‘Children of Deaf Adults’). Assim, procurar-se-á apurar se os backgrounds distintos se constituem, ou não, como um fator determinante tanto do exercício profissional dos intérpretes, como da perceção que os elementos da comunidade surda (principais beneficiários da interpretação em LGP) deles têm, bem como que aspetos convergentes se devem fomentar no sentido de uma complementaridade profissional que beneficie todos os intervenientes.
Para o efeito, enquadraremos esta reflexão com a referência de alguns conceitos-chave neste âmbito, designadamente, no que se reporta ao fenómeno da surdez e das suas implicações desenvolvimentais e socioculturais, e à especificidade linguística da LGP e do exercício profissional da interpretação.