Possui graduação em Licenciatura em Psicologia e Formação de Psicólogo (1981), Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2001). Atualmente é professora associda da Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação de Surdos, atuando principalmente nos seguintes temas: multiculturalismo, escola inclusiva, escola bilíngue, educação especial, diversidade, diferença. Atualmente é Vice-coordenadora do programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UFAM, Coordenadora da Comissão de Inclusãop e Acessibilidade da UFAM e Coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Políticas Educacionais para Surdos (NUPPES).
Dialógica (Manaus), v. 01, p. 01-11. • por Nídia Limeira de Sá Questões a propósito de uma avaliação interativa na educação especial e na educação de surdos
Este artigo comenta a tradicional prática avaliativa de rotular estudantes, a qual conduz a classificações, comparações, reduções, por meio de uma avaliação estática e psicométrica. Diz que na Educação Especial tradicionalmente a avaliação continua medindo performances, utilizando procedimentos padronizados visando avaliar o desempenho dos educandos tomando como base um grupo “médio” (um grupo idealizado). Traz contribuições de Feuerstein e Vygotsky para a análise das práticas avaliativas. Diz que nestes dois autoreso objetivo da avaliação é a superação, não apenas a identificação da dificuldade; em ambos o paradigma é a troca, a intervenção. Fala da Experiência de Aprendizagem Mediada, de Feuerstein, e do postulado teórico da Compensação, em Vygotsky. Conclui que, caso se entenda que avaliação e educação não são momentos isolados, mas dois processos mutuamente relacionados, pode-se propor uma avaliação mediadora e interativa, e que a “boa” avaliação é a que dinamiza o processo do conhecimento, dinamizando oportunidades de ação-reflexão.
Dialógica (Manaus), v. 02, p. 01-11 • por Nídia Limeira de Sá Os surdos, a música e a educação
Este texto procura mostrar a importância de se considerar o olhar do próprio surdo no ensino de música para surdos. Alerta a que muitas abordagens na Educação Musical desconsideram as marcas culturais surdas, dão a impressão de que se está forçando o surdo a participar de algo que não leva em conta suas características biológicas, que atenta contra sua identidade, que não considera a cultura surda. Defende que o objetivo de ajudar o surdo a conhecer a importância da música há que demandar um trabalho diferente daquele que se realiza com os ouvintes. Defende ainda que os surdos têm o direito de passar por experiências educacionais em grupos de surdos, constituindo estratégias de identificação num processo sócio-histórico autêntico, não comandado. Conclui que “conhecer música” é um direito que os surdos têm, mas que compete aos profissionais da área convencê-los, encantá-los, atraí-los para a importância deste artefato cultural das comunidades ouvintes.
Espaço (INES), Rio de Janeiro, n.18/19, p. 87-92 • por Nídia Limeira de Sá Convite a uma revisão da pedagogia para minorias: questionando as práticas discursivas na educação de surdos
Este texto tenta provocar questões que possam ampliar o entendimento sobre os discursos e as práticas tradicionais estabelecidas quanto à surdez e quanto aos surdos, bem como ultrapassar a mera oposição à visão médico-terapêutica, e, sobretudo, caminhar em direção ao reconhecimento político da surdez enquanto diferença. Parte da necessidade de reconhecer a diferença não no sentido de igualá-la à diferença de outros grupos, numa tentativa de "acabar com" a mesma - ou seja, tentando "normalizar" os surdos - nem mesmo no sentido de dizer que eles sofrem as mesmas limitações e restrições a que estão submetidos outros grupos minoritários, dominados, oprimidos, mas, firmando um "reconhecimento político" da surdez e dos surdos. Esse reconhecimento político se pode traduzir em ações que considerem os direitos dos surdos enquanto cidadãos e o reconhecimento dos múltiplos recortes de suas identidades, língua, cognição, gênero, idade, comunidade, cultura, etc. O tema reveste-se de importância crucial nos dias atuais a partir da denúncia de que as minorias surdas têm sido excluídas do direito de ter sua cidadania plenamente desenvolvida e sua diferença amplamente considerada. A importância desse assunto para a prática e a formulação de políticas públicas é imensa, principalmente pelo fato de que no Brasil há ainda um grande desconhecimento sobre a questão.