Doutoranda em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste),mestre em linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Educação Especial: Área da surdez e Libras pela Univale. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e em Teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana (FTSA). Certificada pelo Prolibras/MEC na área de ensino e interpretação de Libras.Realizou trabalhos como tradutora e intérprete de língua de sinais, com experiência em todos os níveis de ensino (do ensino fundamental à pós-graduação). Atuou como tutora na formação de professores surdos, no Curso de Letras/Libras ofertado pela UFSC. Atualmente é professora efetiva da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), ministrando a disciplina de Libras nos cursos de licenciatura. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Gênero, Raça e Etnia (CEPEGRE).
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina – CCE/UFSC, como requisito à obtenção do título de Mestre. • por Gabriele Cristine Rech Os intérpretes de língua de sinais: atitudes frente à língua de sinais e às pessoas surdas
A presente pesquisa procura refletir a respeito das atitudes que os profissionais intérpretes de língua de sinais possuem frente aos surdos e a LIBRAS. Tendo em vista toda a repressão que os surdos e a língua de sinais foram submetidos durante séculos, necessário se faz investigar que tipo de atitudes os profissionais, que atuam diretamente com esses falantes, possuem perante eles e a sua língua. Neste estudo, os intérpretes de língua de sinais foram contemplados. Empregados os procedimentos metodológicos necessários, como questionário e simulação de situações, pode-se perceber as atitudes presentes nestes profissionais e verificar que ainda relações coloniais se perpetuam até os dias atuais. Diante de tal constatação, como forma de intervenção nas línguas e nas relações dos falantes com elas, o grande objetivo das políticas lingüísticas é aprimorar a formação dos intérpretes de línguas de sinais.
Revista The Especialist, v. 41, n. 1 • por Gabriele Cristine Rech A disciplina de Libras no Ensino superior e seus impactos na visão dos licenciandos em relação à surdez e à Libras
Os resultados de pesquisa apresentados neste artigo estão vinculados ao projeto de pesquisa Libras e Ensino, que tem por finalidade comparar a oferta da disciplina de Libras em licenciaturas de duas instituições públicas. A etapa que aqui se apresenta tem por objetivo discutir o impacto da disciplina de Libras nas crenças iniciais dos licenciandos no que diz respeito aos conceitos de Surdez e da Língua de Sinais, a partir de questionários aplicados ao final da disciplina, no ano de 2016, nas duas instituições. A partir da análise das respostas coletadas, foi possível perceber mudanças na percepção dos licenciandos tanto em relação a características estereotipadas e depreciativas em relação à surdez como no que concerne ao estatuto das línguas de sinais como línguas naturais.
Revista: EaD & Tecnologias Digitais na Educação, Dourados, MS – n° 5, Vol. 4 • por Gabriele Cristine Rech Glossário de Libras: caminhos para construção de instrumento de coleta de dados
O projeto aqui apresentado tem como premissa investigar, coletar, di- vulgar e propagar os sinais dos principais lugares públicos e pontos turísticos para viabilizar e socializar não somente a comunidade surda usuária da Libras, mas possibilitar a propagação a toda população da Grande Dourados os sinais específicos destes locais garantindo ao surdo o acesso e acessibilidade. Para a elaboração do glossário a proposta inicial foi de realizar uma pesquisa envol- vendo a participação em formato de questionário aos tradutores intérpretes de língua de sinais, surdos usuários da Libras a fim de identificar os possíveis sinais já existentes, bem como o estudo e a criação de sinais que identifiquem tais pontos. A produção deste glossário corrobora para a criação e difusão de toda a história dos principais lugares públicos e pontos turísticos disseminando a cul- tura local e possibilitando o uso e a difusão da Libras conforme previsto na Lei de Libras.
Interletras (Dourados), v. 6, p. 1-14 • por Gabriele Cristine Rech Libras na formação docente. O que pensam os alunos.
Este artigo apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa Libras e Ensino o qual tem por objetivo principal comparar a oferta da disciplina de Libras em duas universidades públicas estaduais, oriundas dos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Foca nas respostas dos licenciandos do curso de Matemática a questionário aplicado no início da disciplina. Como procedimentos metodológicos, utiliza-se a Análise Textual Discursiva, em uma abordagem quali- quantitativa que visa problematizar as expectativas prévias dos licenciandos em relação à oferta da disciplina de Libras. Como resultados parciais, observa-se pouco contato anterior desses alunos com a Libras e a Surdez. Esse fato aponta para a importância da disciplina na formação dos futuros professores, os quais poderiam chegar às escolas totalmente despreparados para atuar no contexto da inclusão de alunos surdos. Além disso, há por parte dos alunos a expectativa de conseguir, com a disciplina, interagir e se comunicar com indivíduos surdos, demonstrando uma boa aceitação da inserção da disciplina no currículo do curso, obrigatória após a aprovação do Decreto Federal nº5626/05. Tais resultados, ainda que preliminares, têm corroborado pesquisas atuais no que diz respeito ao ensino de Libras nas licenciaturas.
Cadernos de Tradução (UFSC), v. 26, p. 207-236 • por Gabriele Cristine Rech Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais: história, experiência e caminhos de formação
Este artigo objetiva apresentar o Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais – TILS – a partir de reflexões atuais e de concepções que têm atravessado os tempos acerca da sua constituição como profissional. Mesmo que situemos os intérpretes de línguas orais e os de língua de sinais na mesma linha cronológica, faz-se necessário observar as significativas diferenças entre os dois, as quais são claramente observadas durante o desempenho de suas funções. Com base em Rodrigues e Burgos (2001) e nas experiências vividas pelos TILS brasileiros, apresentamos um quadro e realçamos as características que diferem o profissional que trabalha especificamente com línguas orais daquele sobre o qual objetivamos falar. Ainda que tenha que se expor, em função da modalidade lingüística da língua sinalizada, a competência do TILS parece ainda invisível, o que o afasta do almejado reconhecimento. É muito comum que seja entendido como colaborador ou facilitador da comunicação apenas, mas a sua constituição vai muito além das suas funções. Ao ter de lidar com as peculiaridades da língua de sinais precisa adquirir alguns de seus elementos fundamentais, além de ter de viver nas fronteiras das culturas de maneira exaustiva, e carregar responsabilidades que são vistas em si e na construção da sua subjetividade. Através de questionamentos direcionados aos que atuam nessa área destacamos as dificuldades encontradas com base nas suas experiências com a língua, com a prática da tradução e da interpretação, sobretudo, com a comunidade surda. Destacamos os caminhos de formação que têm percorrido com o objetivo de se constituírem como profissionais e garantirem sua visibilidade.