Possui graduação em Secretariado Executivo Bilíngue pela Universidade Católica de Goiás (2001) e graduação em Letras pela Universidade Estadual de Goiás (2007). Fez especialização em "Formação de professores em Língua Inglesa" (2002) pela Universaide Católica de Goiás e em "Planejamento Educacional" (2005) pela Universidade Salgado de Oliveira. No momento faz Mestrado em Letras e Linguistica pela Universiade Federal de Goiás. Possui o First Certificate in English (FCE) e o Teaching Knowledge Test (TKT) pela University of Cambridge. Atualmente é professor de inglês no SESC Cidadania e na Rede Municipal (Escola Municipal Monteiro Lobato) e já foi coordenadora em duas unidades da escola de idiomas Instituto Chicago.Tem experiência na área de Letras, com ênfase no ensino de inglês.
Entretextos, Londrina, v.10, n.1, p.34-54 • por Tânitha Gléria de Medeiros Análise da conversação de dois alunos surdos aprendendo inglês: a organização do reparo
Análise da Conversação (AC) com alunos surdos? Sim, uma vez que a língua utilizada pela comunidade surda, Libras, é uma língua natural realizada por meio de um canal gesto-visual. AC é o estudo da fala em situações cotidianas em que há uma interação natural, denominada de fala-em-interação. Seu objetivo maior é compreender como a sequência de fala é gerada e negociada. Esse artigo se enquadra na AC aplicada por se basear numa interação institucional: a sala de aula de inglês. O intuito é verificar o que acontece quando três participantes estão engajados no entendimento não só da Língua Inglesa, como também da Língua Portuguesa e Libras. Isso é feito levando-se em conta um subsistema da AC, o fenômeno “reparo” (HUTCHBY e WOOFFITT, 2004; SCHEGLOFF, 2007; HAVE, 2007). O reparo é necessário para sustentar a intersubjetividade de uma interação e garantir a mútua compreensão entre os participantes. Esse estudo mostra que os alunos surdos buscam compreender a língua inglesa e, por meio do reparo, eles questionam, solicitam repetições, confirmações, são corrigidos quando produzem um sinal equivocado. O reparo em sala de aula serve para corrigir, orientar, reformular e organizar o processo comunicativo.
Revista Educação Especial (UFSM), v. 23, p. 103/36-116 • por Tânitha Gléria de Medeiros O aluno surdo aprendendo inglês em escola inclusiva: uma perspectiva Vygotskiana
Este artigo surgiu da necessidade de dirigir o nosso olhar para um cenário no qual a escola não pode mais omitir-se: o ensino de inglês para alunos surdos. Apresenta-se uma análise das interações observadas durante uma aula de inglês na qual dois alunos surdos e uma intérprete discutem um texto. Essa investigação foi feita à luz do parâmetro sociocultural de Vygotsky (1998) no qual os conceitos de zona de desenvolvimento proximal, internalização e andaimes (scaffolding) serão discutidos. Algumas considerações acerca do surgimento da inclusão e que causas ela promove, bem como as leis que a norteiam serão abordadas. Devido ao número pequeno de participantes, esta pesquisa configura-se como um estudo de caso (BOGDAN E BIKLEN, 1994). A partir dos resultados obtidos, esta pesquisa demonstra que os participantes, ao realizarem atividades que envolvem a interpretação do texto, o fazem de forma colaborativa, no qual a intérprete tem a função de par mais competente (VYGOTSKY, 1998). Pelo oferecimento de scaffolding (WOOD, BRUNNER e ROSS, 1976; LANTOLF e APPEL, 1994; ANTÓN e DICAMILLA, 1999; DONATO, 2000; MELLO, 2002), a aquisição da língua inglesa e também da língua portuguesa e Libras foram possíveis. Sendo assim, considera-se importante a filosofia do bilinguismo, pois o aluno surdo precisa conviver com sua comunidade para construir sua fala (Libras), identidade e cultura. Os dados demonstram que os alunos surdos têm um posicionamento ativo, participante na discussão do texto com a intérprete.
RVCSD - Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade, Edição nº 05 • por Tânitha Gléria de Medeiros Inglês para alunos surdos: Quem será de fato o incluído - O professor ou o aluno ?
Desafio. Essa é a palavra que define a busca por um sistema inclusivo. Se fecharmos o foco para o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira (LE) com alunos surdos, o desafio torna-se ainda mais complexo. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE/CEB, 2001) bem como a Declaração de Salamanca (1994) e também os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1996), prescrevem um discurso em defesa da inclusão: mudanças de currículo, adaptações do contexto escolar, metodologias, preparação dos educadores, planejamentos. Verifica-se que o trabalho do professor é constituído por prescrições, concebidos por outros que, muitas vezes, não fazem parte do universo do processo de ensino/aprendizagem e que acaba culminando num distanciamento entre o trabalho prescrito e o realizado. Ao expor a fala de uma professora de inglês e de um intérprete, analiso como a prescrição acerca da inclusão se evidencia na prática. Este artigo objetiva compreender as leis e os princípios da educação inclusiva e a dicotomia teoria X prática. Observa-se que, apesar do aparato legal que apóia a Educação Inclusiva, ainda precisamos de muita reflexão teórica e formação prática dos educadores. Palavras-chave: alunos surdos; políticas públicas; ensino de inglês.