In: Sílvia Ester Orrú e Vários colaboradores. (Org.). 1ed.Poços de Caldas: UNIFAL-MG, 2017, v. 1, p. 01-1020 • por Reginaldo Aparecido Silva Os recursos visuais: da leitura semiótica à prática de leitura literária e letramento de alunos surdos
Os veículos de comunicação visual têm tomado conta dos espaços de grande circulação de pessoas e as imagens são captadas pelos olhos e absorvidas pela mente, levando à compreensão da mensagem mais rápido do que a leitura da própria escrita. Recursos visuais ajudam a compreender o mundo moderno; e no contexto educacional, assim como os anúncios, intensificam o interesse em consumir algo novo. Atividades com uso de imagens no ambiente educacional estimulam o aprendizado do discente e amplia seus conhecimentos, bem como sua capacidade de percepção. Tais recursos são meios estratégicos do professor conduzir o aluno com ou sem deficiência à descobertas inovadoras para o seu crescimento cultural e intelectual; permite-lhe a localização e identificação do e com o seu mundo, além de tornar a aula mais prática. A leitura é influenciada pela experiência de vida do leitor, sendo ou não pela escrita como sustenta Freire (2011). Considerando que os recursos visuais fazem parte do mundo, tornam-se também parte do ambiente educacional inclusivo. Ao se falar em inclusão, o termo soa como um desafio, mas possibilita o desenvolvimento do aluno e lhe proporciona autonomia e valoriza sua pessoa, não como alguém limitado, mas como sujeito de habilidades. Os sujeitos surdos, independentemente de sua escolaridade ou idade, aprendem através da visão. Cientes disto, professores não farão uso progressivo da escrita ou da oralidade, mas lançarão mão de recursos didáticos visuais, contemplando a cultura e propiciando interação e socialização coletiva entre os alunos. Atender a diversidade em sala de aula não é tarefa fácil, mas ao planejar atividades com recursos visuais, poderá formar novos leitores. Este trabalho apresenta algumas ações necessárias para o exercício pedagógico dentro dos muros da escola, estimulando a leitura e promovendo a formação de leitores surdos e ouvintes, aproximando-os da literatura brasileira com recursos paginados ou DVD/CD-ROM em apoio à educação inclusiva e do bilinguismo. Ao utilizar tais recursos na educação de surdos, as atividades educacionais serão compreendidas como preconizado nos PCN e nas orientações do Projeto Incluir de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2008). Reconhece que a pedagogia inclusiva exige dos educadores estratégias de ensino às necessidades dos alunos; aos com surdez, o uso desses recursos fomenta a prática de leitura, pois a experiência visual faz parte do seu cotidiano e é por meio dela que ele aprende. Esse projeto foi desenvolvido na EJA em escola inclusiva sem material didático ou recursos visuais no uso e ensino das práticas de leitura. Na aplicação das atividades frente a esses aspectos, considerou-se que este foi o início de um extenso trabalho que exigiu reflexão proativa na prática de leitura. Na educação, a apropriação de leitura e da escrita de alunos surdos ocorre com o uso desses recursos facilitadores.