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Jogadora surda é destaque na superliga brasileira de vólei
por porsinal     
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Terça-feira, 31 de Janeiro de 2017 às 17:59:36
Natália Martins foi eleita a melhor jogadora do Pan-Americano. Ela ajudou a entender a importância do uso aparelho auditivo neste desporto.

Uma das jogadoras que mais tem se destacado na Superliga de Vólei entra em jogo em desvantagem, em relação às outras. Pelo menos aparentemente.

Os sons de um jogo de vólei. Para ela, não são tão importantes quanto um gesto, um toque, uma conversa bem pausada. Natália, jogadora titular do Osasco, perdeu 70% da audição quando tinha quatro anos de idade.

Escuto mais som, tipo batida, bola quicando, a torcida. Sem o aparelho consigo ouvir, mas eu não consigo entender”, diz Natália Martins, central do Osasco. Desde que a surdez foi identificada, passou a usar um aparelho auditivo, que permitiu que aprendesse a falar e a jogar vólei. Mas isso era insuficiente para se tornar uma jogadora profissional.Foi então que Natália precisou estimular os outros sentidos.

Se alguém fizer um sinal assim, eu já olho; ou se alguém me tocar sem querer eu acho que está me chamando”, diz Natália. Uma ótima leitura labial, ela sempre está de olho na boca das pessoas.

Às vezes, eu nem olho pra ela. Eu só falo: ‘chute baixinho pra mim’, ela lê e puxa a bola”, conta Dani Lins, levantadora do Osasco. A Natália está no vólei profissional há 14 anos, mas só em 2016, pela primeira vez, teve uma experiência diferente: ela foi convocada para o Pan-Americano de surdos. Lá teve que jogar sem o aparelho e aí foi como se descobrisse um novo desporto.

“Jogar sem aparelho foi como ficar sem chão. Cada vez que eu atacava a bola eu queria ouvir o barulho da bola e não sentia”, afirma Natália.

O Brasil ficou com a prata e a Natália foi eleita a melhor jogadora do Pan-Americano. Foi uma troca: ela aceitou participar num campeonato com nível desportivo bem abaixo, e por outro lado, ajudou a comunidade de atletas surdos a entender a importância do uso aparelho auditivo no desporto. “Eu falo: vocês precisam colocar o aparelho pra vocês verem como é bom ouvir. O barulho da bola, a torcida gritando…”, explica Natália.

Em Julho de 2017, na Turquia, será realizada a Olimpíada para surdos. Alguma dúvida de que a Natália quer estar lá?

Quero! Enquanto eu puder estar junta com elas eu quero” diz Natália.

Fonte: Globo G1

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