Investigação
Descrição
A pessoa surda não é digna de pena nem do sentimento de coitadinha. A surdez não invalida o indivíduo. É um diferenciador sensorial que apresenta um risco de déficit cognitivo, intelectual e social quando não se é oferecido um ensino adequado à sua aprendizagem e sociogênese, baseada na visuo descrição sinalizada que viabiliza a cognição visual.
Não pretendemos, neste livro, tratar a surdez como modelo terapêutico medicalizado e sujeita a tratamento, cura, minimização dos danos, ou qualquer outra forma de induzir a medicina como determinante e efetiva elaboradora do diagnóstico e definidora do prognóstico e da vida do indivíduo surdo, mas, e acima de tudo, relevar as possibilidades e potencialidades educacionais, sociais, linguísticas e profissionais que os sujeitos surdos, historicamente confirmaram que podem desenvolver como habilidades, caso seja a surdez identificada e estimulada de forma precoce ao se inserir preventivamente e efetivamente a Língua de Sinais como forma alternativa e precocemente apreendida por todos os familiares e a comunidade como perspectiva de diálogo e cognição visual.
Este momento é decisivo na construção mental e cognitiva das crianças surdas eliminando riscos de lacunas e déficits cognitivos presentes e futuros. Diante deste momento histórico, a oferta da Libras para todos em um ambiente comunicacional e educacional familiar e escolar solidário, dialogênico e acolhedor são condições essenciais e indispensáveis na ressocializaçã o dos surdos e ouvintes como humanos que se humanizam nas relações e no contraditório do viver coletivo.