O termo bilíngue bimodal começou a ser usado por pesquisadores que tinham crianças e adultos ouvintes com uma língua de sinais e uma língua falada. Há muito mais tempo, na educação de surdos, há uma referência ao reconhecimento da condição bilíngue dos surdos.
Vários pesquisadores falam sobre a importância e as vantagens da exposição a, pelo menos, uma língua de sinais precocemente. As crianças surdas adquirem de forma natural e espontânea uma língua de sinais. Em contrapartida, o acesso à língua portuguesa acontece invariavelmente de forma mais formal. Essa situação torna a língua de sinais imprescindível ao desenvolvimento da linguagem da criança surda.
Enquanto que o português vem desempenhar funções mais acadêmicas. Ao mesmo tempo, na medida em que as crianças surdas estão alfabetizadas em português, elas passam a usar essa língua com função social interativa, pois enviam e recebem mensagens escritas ao usar português escrito em espaços diversos, tais como, os telefones móveis e as redes sociais disponíveis na internet. Notadamente, os surdos fazem uso da escrita do português, além da língua de sinais. Eles usam o português para ler notícias, fazer consultas, escrever para alguém e ler as mensagens que recebem. Usam a língua de sinais para conversar com os amigos e, em alguns contextos, para ler textos em sinais, dependendo do enfoque educacional ao qual estão expostas. Então, o acesso mais direto ao português dá-se na sua forma escrita.
Assim sendo, eu considero sim que os surdos sejam bilíngues bimodais, pois a modalidade da escrita, apesar de ser visual também, é gráfica, diferenciando-se da modalidade gestual-visual.
Ser bilíngue bimodal apresenta uma série de vantagens, pois além das pessoas estarem diante de duas comunidades linguísticas diferentes que propicia vantagens de ordem sociocultural, temos vantagens de ordem linguística e cognitiva. Há também estudos indicando vantagens no desenvolvimento sensorial.
Bem, tudo isso é pra dizer que vale a pena ser bilíngue bimodal!