Possui graduação em Licenciatura em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1987), mestrado (1998) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação de Surdos, atuando principalmente nos seguintes temas: surdos, identidade alteridade, diferença, cultura, educação.
Revista Forum - INES - número 33, Rio de Janeiro • por Gladis Perlin Mulher Surda: elementos ao empoderamento na política afirmativa
Este artigo registra o evento que aconteceu em Brasília: a Consulta Nacional para as Mulheres Deficientes e as Mulheres Ciganas. Fomos designadas pela FENEIS a participar como direcionadoras da temática da mulher surda em diversos segmentos. É um artigo compartilhado com várias mulheres surdas do Brasil, sejam elas indígenas ou não. Fomos movidas pela necessidade de colocar em dia um relatório dos acon-tecimentos nacionais e as perspectivas e lutas constan-tes no campo referentes às mulheres bem como alguns elementos captados para a promoção da mulher surda. Que ele seja para estudo e reflexão em torno dessa problemática, destacando o empoderamento da mulher surda e seu relevante aspecto dentro da política linguística em todos os âmbitos.
Educar em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n. 2/2014, p.17-31 • por Gladis Perlin História cultural dos surdos: Desafio contemporâneo
O presente artigo parte da perspectiva da história cultural em direção aos Estudos Surdos. Objetiva debruçar-se em pesquisas teóricas que possibilitem a visão sobre a história cultural a ser captada na vida cotidiana, resistências e fazeres a partir da cultura, em nosso caso, do povo surdo. Nestas pesquisas teóricas observou-se o papel que exerce a cultura surda, permeada pela construção da identidade, pela língua de sinais, pela pedagogia surda. E no contato com a história cultural notamos uma metodologia que ressalta a importância da participação dos povos surdos para sua construção. Esta história faz emergir os saberes em que entram em cena as memórias das experiências do “ser surdo”, uma visão abrangente em relação ao que ocorre com o povo surdo, especialmente os corpos amordaçados por políticas institucionais, os embates no campo do colonialismo e dos sistemas opressivos educacionais, as lutas por identidade e por significados culturais. Nestes aportes tornam-se frequentes os indícios de signos e significados subjetivantes. O desafio é construir uma nova história cultural, registrando as lutas pela identidade surda, pela construção da identidade cultural, pelo reconhecimento da língua de sinais, pela emancipação dos sujeitos surdos de todas as formas de opressão e seu livre e espontâneo desenvolvimento, bem como a pedagogia surda presente no povo surdo.
ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.7, n.2, p.136-147 • por Gladis Perlin A cultura surda e os intérpretes de língua de sinais (ILS)
Enfatizando algumas posições e enunciações sobre a cultura surda o artigo pretende discorrer sobre a identidade e o território do interprete de língua de sinais/português. Aborda certas situações, porém não tanto a globalidade da questão. Salienta que o interprete não se realiza no simples ato da tradução, mas que envolve uma gama dimensional de significantes e significados que denunciam a complexidade de seu papel, as dimensões e a profundidade de sua atuação. Os intérpretes são para a tradução da cultura, da língua, da história, dos movimentos, das políticas da identidade e da subjetividade surda, e apresentam suas próprias particularidades, identidade e orbitalidade.
Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação, Porto Alegre, BR-RS • por Gladis Perlin O ser e o estar sendo surdos: alteridade, diferença e identidade
Esta Tese escrita em língua de fronteira aproxima-se das referências imediatas do ser e do estar sendo surdos elucidando a epistemologia que introduz o seu conceito de diferença, conceito naturalmente firmado no interior, no chão onde reside o povo surdo. O textual do ser e do estar sendo surdos se desenvolve no embasamento de uma temporalidade diferente, no propósito das experiências, das trajetórias que acompanham o discurso utilizado. A perspectiva que o pós-colonialismo, o pós-estruturalismo e os estudos culturais oferecem para os estudos surdos nos meios que possibilitam a estabilidade como espaço para o encontro da alteridade, diferença e identidade se sobressaem como propositores de nova ordem. Ser surdo, naturalmente envolve um processo vital. O evento discursivo da diferença e da afirmação política do ser surdo introduz o resultado elucidativo da matriz produtiva que se constituem em produções políticas. A tese introduz a meta e aos reflexos que adentram questões de alteridade diferença e identidade. Introduz nos campos da experiência do ser e do estar sendo surdos, introduz inclusive nos campos do povo surdo, sua história, sua cultura. No momento perpassa os espaços cruciais da diminuição vivida nos terraplenos da educação, da inclusão, dos meios sociais, das produções decorrentes que vêm a abundar no campo colonial subjacente. E revela que não se pode sugerir passivamente a linha de argumentação que passa pela lógica da ideologia opositora ou insistentemente denominada lógica do colonialismo ou lógica do ouvintismo. É esse o vaivém que introduz a uma política de representação da diferença do ser e do estar sendo surdos contrapondo a proposta ambivalente da perigosa presença de suas estratégias bem como do historicismo e do periodismo.
2003 • Anais do II Seminário Internacional Educação Intercultural, Gênero e Movimentos Sociais. Florianópolis: Fapeu-002 O ouvinte: o outro do outro surdo
Resumo do Artigo Científico
Anais do II Seminário Internacional Educação Intercultural, Gênero e Movimentos Sociais. Florianópolis: Fapeu-002 • por Gladis Perlin O ouvinte: o outro do outro surdo
Dependendo de quem define e de quem é definido, as diferenças apresentam formas que não necessariamente representam o Ser nas formas autênticas daqueles que estão sendo definidos. Assim, vamos buscar definir o Outro(s) ouvinte(s) para o Outro(surdo). Percebese que o(s) ouvinte(s), muitas vezes, desconhece as representações que o(s) surdo(s) tem do(s) próprio(s) ouvinte(s). A proposta caracteriza-se, portanto, no exercício da inversão lógica identificando as nuances do Outro através dos discursos surdos. Para os surdos, este mundo se aventura entre o outro ouvinte, os outros surdos do colonialismo e o ser surdo no pós-colonialismo, momento em que se desenrola a causa sociocultural surda. É próprio do ouvinte mover-se numa cultura que o limite ofereça a condição de sua existência individual.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre • por Gladis Perlin Histórias de vida surda: Identidades em questão
Desde que surgiram os estudos culturais, a identidade surda tem sido reespacializada e reinvestida em novas formas. Não é mais a visão do indivíduo surdo sob o ponto de vista do corpo, da normalidade. É o sujeito surdo do ponto de vista da identidade. A identidade não é em uma visão que “universaliza” o sujeito. E trata o sujeito na alteridade e na diferença representável dentro da história e da política. Diante desta possibilidade, a pesquisa foi feita no sentido de se olhar as histórias de vida de surdos, questioná-las, perceber e refletir sobre suas resistências e chegar à política da identidade surda. Talvez eu não tenha conseguido perceber, neste trabalho, todas as nuanças que estão implicadas na temática da identidade surda e comunidade, mas as identidades surdas representadas estão aí para que questionem as pesquisas ainda pouco realizadas dentro da perspectiva dos estudos surdos.