porsinal  
ArtigosCategoriasArtigos Científicos
A Tradução e Interpretação de Provérbios e Expressões Idiomáticas em Língua de Sinais - Equivalentes Linguísticos e Culturais
0
Publicado em 2010
II Congresso Brasileiro de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa
Maria José Duarte Freire
  Artigo disponível em versão PDF para utilizadores registados
Resumo

A tradução e interpretação de expressões idiomáticas ou provérbios em língua de sinais coloca diversas questões de carácter linguístico e cultural que o intérprete deve conhecer e aplicar para que tenha um bom desempenho. Neste trabalho são analisados os diferentes contextos em que este tipo de enunciados pode surgir e as diferentes alternativas de tradução e interpretação pelas quais se pode optar. Serão dados exemplos que permitirão estabelecer, ou não, um paralelo entre expressões idiomáticas e provérbios da língua gestual portuguesa e da língua portuguesa. Finalmente, dar-se-á conta dos resultados de um estudo sobre a existência, ou não, de provérbios na Língua Gestual Portuguesa (LGP) e de que modo as pessoas surdas se relacionam com esta forma de expressão.

Introdução

Este trabalho surge na sequência de uma recolha de informação sobre a existência de expressões com segundo sentido na Língua Gestual Portuguesa e de que modo se poderão encontrar semelhanças ou diferenças com as expressões da mesma natureza na língua oral.

Qualquer língua, seja ela oral ou gestual, transporta consigo as marcas culturais do povo que a utiliza, do modo como vêem o mundo que os rodeia e de como experienciam as vivências do seu quotidiano. Expressões que fazem sentido numa determinada língua tornam-se muitas vezes incompreensíveis numa outra língua se não conhecermos as referências linguísticas, culturais e sociais que lhes deram origem.

O trabalho de um intérprete de língua de sinais é profundamente marcado pelo seu conhecimento linguístico das línguas que utiliza no desempenho do seu trabalho e das culturas que lhes estão associadas. Podemos dizer, ainda, que a qualidade do trabalho de tradução e interpretação está dependente da sensibilidade do/a intérprete em relação às implicações de uma interpretação e tradução, do seu próprio virtuosismo, rigor e empenho.

Este conhecimento e esta sensibilidade devem ser desenvolvidos e aprofundados ao longo da sua formação e através do contacto directo com a Comunidade Surda e a Língua de Sinais.

Tal como não faz sentido em português dizer “Chovem cães e gatos”, expressão tipicamente inglesa, também não fará sentido traduzir para língua de sinais, de modo literal, as expressões “enquanto o diabo esfrega um olho” ou “grão a grão enche a galinha o papo”.

Método

Para a recolha e análise de expressões idiomáticas recorreu-se ao contributo de doze pessoas surdas, sendo os dados recolhidos através de entrevista e questionário e, a uma revisão da literatura sobre a temática da linguística, mais especificamente na área da semântica. Foi, ainda, útil a própria experiência e conhecimento empírico da autora, que, por ser filha de pais surdos, sempre conviveu com a comunidade surda portuguesa, tendo enveredado pela carreira de intérprete de LGP há cerca de 30 anos e pela docência nos últimos 15.

As reflexões realizadas sobre as opções de interpretação deste tipo de linguagem, plena de segundos sentidos, como são os provérbios e as expressões idiomáticas, são fruto, igualmente, de experiências partilhadas e debate de ideias no espaço académico e profissional.

Fundamentação teórica

Cada língua e cada cultura têm modos diferentes de ver e de representar o mundo, o que dificulta a tradução de enunciados marcados por um segundo sentido, de raiz popular ou erudita, de formulação normalmente fixa, mas com um significado raras vezes transparente.

Além dos provérbios e expressões idiomáticas podemos encontrar outras manifestações linguísticas similares, como ditos, máximas, aforismos ou sentenças de natureza metafórica que veiculam igualmente segundos sentidos e que pretendem moralizar, restringir ou normalizar comportamentos ou criticar de forma concisa e acutilante atitudes ou situações.

Voltando aos provérbios e expressões idiomáticas, podemos dizer que se trata de enunciados linguísticos que pouco ou nada variam na sua forma, mas cujo valor semântico no seu conjunto é diferente do valor semântico das unidades que os compõem.

Por outro lado, enquanto os provérbios são expressões habitualmente portadoras de um conteúdo moralizante ou sentencioso, como uma regra ou um saber que transitou ao longo de gerações, fazendo parte de uma tradição oral transmitida de pais para filhos, as expressões idiomáticas não revelam esse cunho moralizante, mas tendo uma forma mais sintética e por vezes quixotesca, contribuem para esclarecer ou clarificar uma situação do quotidiano, necessitando de estar inseridas num contexto para serem verdadeiramente entendidas.

Para uma boa interpretação e tradução do conteúdo e sentido deste tipo de expressões a semântica, que estuda o significado dos signos linguísticos, e a pragmática, que analisa o seu contexto de uso, devem estar presentes.

Para Graddol, Cheshire e Swann (1987:109) a mesma expressão pode possuir diferentes significados, dependendo de vários factores como: a forma como foi enunciada, o que foi dito antes e o contexto em que se insere. Em qualquer situação de tradução e interpretação, deve-se ter em conta não apenas o significado de um enunciado, que tem em conta as palavras e a sintaxe, mas igualmente, a entoação que é dada a esse enunciado e o contexto em que se insere. Se isto é verdade para uma linguagem comum, ainda o é mais para uma linguagem com segundo sentido como é o exemplo dos provérbios e expressões idiomáticas.

Os intérpretes devem ter em conta que a entoação (na língua falada) e a expressão facial/corporal (na língua de sinais) são elementos fundamentais na transmissão de informação de uma língua para a outra e podem alterar, acrescentar ou reduzir o sentido de uma palavra ou gesto utilizados na comunicação.

A língua de sinais, como língua visual, leva a que os seus falantes nativos possuam uma acuidade visual mais apurada e sejam sensíveis às mais pequenas variações no rosto e no movimento corporal dos seus interlocutores surdos ou ouvintes. Como veremos, adiante, a expressão facial e corporal, como aspecto não-manual (ANM) nas línguas de sinais, é importantíssima na passagem de segundos sentidos, e num mesmo gesto a utilização de expressões diferentes basta para lhe alterar o sentido. É através da expressão que se transmitem dados importantes à compreensão da mensagem gestual nas suas duas vertentes: a emocional e a gramatical. Os ANM são transmitidos pelo olhar, sobrancelhas, boca, nariz, pelos músculos faciais, inclinação ou rotação do pescoço, pelo encolher de ombros, inclinação ou oscilação do tronco, entre muitos outros.

Ao traduzir de língua oral para gestual o intérprete deve recorrer aos ANM para transmitir informação não lexical do orador, basicamente o que é veiculado pela sua entoação do discurso. O mesmo deverá fazer na sua tradução para voz de um orador gestuante, devendo utilizar uma entoação correspondente à informação dada pela expressão facial e corporal do orador. A expressão facial e corporal e os seus elementos constituintes são parte integrante do discurso e fundamentais à compreensão da mensagem gestualizada e não podem ser omitidos ou negligenciados pelo intérprete.

Outro aspecto importante a considerar no trabalho de interpretação e tradução prende-se com a polissemia das palavras ou dos gestos que dependem de um contexto para uma correcta interpretação do seu sentido. Lyons (1987:136) afirma “Uma distinção óbvia a se traçar é aquela entre o significado das palavras – mais precisamente dos lexemas – e o das sentenças: entre significado lexical e significado de sentença. (…) Agora já há um consenso no sentido de que não se pode dar conta de um sem se dar conta do outro.” Lyons refere ainda a importância de considerar outros factores, referidos como “contextuais”, para entender o significado do enunciado que não se esgota ao nível da sentença porque entra num outro domínio da linguística: a pragmática.

Lopes e Rio-Torto (2007: 42) esclarecem ainda: “Em caso de polissemia estão em jogo duas ou mais variantes de conteúdo, não raro unidas por uma relação de transformação semântica figural (metonímica e/ou metafórica).”. Esta ambiguidade lexical é esclarecida pelo contexto.

De facto, os intérpretes devem estar atentos à intenção do orador, procurando o equivalente linguístico mais adequado ao contexto utilizado. É fundamental que os intérpretes não se cinjam a meras palavras ou gestos isolados mas sim ao seu significado em contexto.

Por exemplo o gesto TRABALHO em língua gestual portuguesa pode ser interpretado como nome ou como verbo, dependendo do contexto.

Opções de tradução e interpretação de expressões e provérbios da LP

O intérprete de língua de sinais deve dominar as línguas em presença tanto a nível linguístico como cultural para evitar mal entendidos e problemas que surgem quando se utiliza uma língua seguindo os valores culturais de outra.

Ao deparar-se com situações em que deve traduzir provérbios ou expressões idiomáticas o intérprete deve analisar a situação de tradução e ponderar qual a melhor forma de veicular essa informação que surge inserida num discurso mais lato, seja num espaço mais alargado ou mais restrito, com mais ou menos interlocutores, surdos e ouvintes. Frishberg (1990) aconselha alguma cautela nesta escolha pois pode estar dependente da situação: numa determinada situação pode ser adequado fazer uma adaptação e noutra situação não o ser.

Contexto – tradução adaptada – equivalentes linguísticos e culturais/paráfrase
Na generalidade dos casos, uma expressão idiomática ou provérbio traduzidos literalmente seriam desadequados e até possivelmente incompreensíveis. Deve, então, o intérprete procurar um equivalente linguístico e cultural que transmitirá a mensagem de forma eficaz e adequada. No caso de não existir uma expressão equivalente, que veicule a mesma ideia, deve-se recorrer a uma adaptação, usando uma paráfrase que transmita a ideia central do provérbio ou expressão idiomática.

Esta solução é adequada sobretudo quando se traduz para grandes audiências, que pela sua natureza heterogénea não permitem ao intérprete fazer uma adaptação da tradução aos interlocutores. Deve-se considerar igualmente que o input da mensagem de origem é, nestas situações, contínuo e prolongado o que não permite uma tradução mais elaborada.

Noutras situações, mais individualizadas, o intérprete deve ter a capacidade de analisar o contexto de trabalho e os interlocutores surdos e ouvintes, para decidir se uma expressão com segundo sentido deve ou não ser evidenciada e explicitada na sua tradução.

Contexto - tradução literal - com ou sem explicitação adicional

Existem situações, como por exemplo em contexto educacional, onde se justifica ter uma abordagem mais complexa da tradução e interpretação de provérbios ou expressões idiomáticas a realizar para um aluno surdo. A par do recurso a equivalentes linguísticos e culturais ou à adaptação por meio de uma paráfrase, deve ser feita uma explicação dos termos utilizados. Esta abordagem deve ser o resultado de um trabalho de preparação entre intérprete e professor da aula, surdo ou ouvinte - de modo a viabilizar a aprendizagem das características culturais da língua portuguesa e do enquadramento semântico subjacentes às expressões idiomáticas, provérbios ou outros usos da língua com segundo sentido. Esta abordagem incidirá naturalmente nas vertentes de leitura e escrita que constituem o veículo privilegiado de acesso à língua portuguesa para os alunos surdos durante a sua vida académica e, posteriormente, na sua vida profissional.

É importante que na escola se transmitam aos alunos surdos conhecimentos sobre a cultura ouvinte em que se inserem. As tradições orais não são acessíveis aos alunos surdos, mas devem ser-lhes proporcionadas por meios visuais como o gesto, a escrita, o desenho, o teatro, a mímica ou pantomima. O intérprete, não sendo professor, nem devendo assumir esse papel, poderá, no entanto, alertar o professor para o facto de este tipo de expressões não estar acessível às crianças e jovens surdos visto não possuírem memória auditiva e não terem acesso a este meio de transmissão cultural por via oral.

Existem outros contextos a considerar, nomeadamente, quando um interlocutor ouvinte utiliza um provérbio ou expressão idiomática para brincar com uma situação com o seu interlocutor surdo, esperando, à partida, que este reaja. Se o intérprete ignorar esta nuance da comunicação e não transmitir a ideia inicial presente no discurso da pessoa ouvinte, a pessoa surda não tem sequer oportunidade de saber o que se passa e, não reagindo em conformidade, poderá passar por ignorante. Por opção ou por incompetência em lidar com a situação, o intérprete estará a fazer um mau trabalho. O oposto também é verdade. Se a pessoa surda utilizar um gesto ou expressão idiomática, imprimindo nele alguma intensidade, deve o intérprete realizar a tradução para voz de modo eficaz para que a mensagem passe na íntegra. Existem muitos surdos que apesar das dificuldades que enfrentaram na escola, por não terem tido uma educação bilingue e bicultural, conhecem e entendem provérbios e expressões idiomáticas da língua falada e que se sentirão defraudados caso detectem a omissão da tradução de expressões desse tipo utilizadas pelo seu interlocutor ouvinte.

Mesmo em contexto de tradução perante uma grande audiência, se o orador ouvinte quiser fazer um jogo de palavras usando um provérbio, o intérprete deve ser capaz de avaliar se esse jogo de palavras é essencial ao discurso, fazendo, neste caso, uma tradução dupla: do equivalente linguístico e cultural e do conteúdo literal. Os intérpretes estão constantemente a tomar decisões baseados na matéria-prima com que trabalham – palavras e gestos – a sua formação e experiência irão permitir-lhes fazer boas opções.

Recolha/Interpretação e tradução

São apresentados, de seguida, exemplos de expressões idiomáticas da Língua Gestual Portuguesa (LGP), bem como do seu enquadramento linguístico e cultural na comunidade Surda Portuguesa e o seu âmbito de utilização. É igualmente abordada a sua proximidade ou afastamento de expressões típicas da língua portuguesa (LP).

Expressões/Gestos polissémicos – duplo sentido (Literal e figurado)

  • “ACORDAR” – sentido literal ‘acordar do sono’; sentido figurado ‘abrir os olhos/ganhar consciência de algo’ (reforçado por uma expressão assertiva e os olhos mais abertos)
  • “BANDEIRA” – sentido literal ‘objecto’; sentido figurado ‘estar menstruada’
  • “TELEFONE” – sentido literal ‘objecto’; sentido figurado ‘vou aos lavabos/WC’
  • “Configuração C na garganta” – 2 sentidos figurados: falido; cheio de trabalho até ao pescoço (pequena variação na expressão facial)
  • “EXPLODIR” – sentido literal ‘algo que explode; sentido figurado ‘empresa falida”
  • “DEPENDE” – sentido literal ‘p.ex. depende se chove ou não’; sentido figurado ‘alguém que é um vira-casaca’ (a língua aparece entre os dentes com um ligeiro sopro)
  • “APERTAR O CINTO” – 2 sentidos figurados: fome e desemprego

Expressões idiomáticas em LGP

  • BONÉ + (Virar a pala para o lado com as duas mãos) – Alguém que momentaneamente assume uma função diferente da habitual
  • (Dedos indicador e médio, esticados ou em gancho oscilam para cima e para baixo, com o olhar direccionado para o nosso receptor) – “Não te enxergas” ou “Está-se mesmo a ver”
  • IMPOSSÍVEL (Indicador simula cortar o pescoço de dentro para fora + (Inchar uma bochecha) – Algo que é impossível mesmo que se corte o pescoço
  • (Simular limpar o nariz uma vez e sacudir a mão abrindo-a para o lado) + (expressão de desdém) – Mostrar desprezo por alguém
  • ADORAR (p.ex. chocolate) – configuração pistola na cabeça lateral (índex e polegar) o indicador dobra- na expressão facial morder o lábio inferior e os olhos em expressão de prazer

Expressões equivalentes entre LP e LGP

LP “Esquece!” - Nossa reacção quando alguém não nos percebe
LGP Gesto “ESQUECER” mas acrescentando torção da mão para fora
LP “Perdi a cabeça/saltou-me a tampa”
LGP O mesmo gesto que o exemplo anterior, mas com maior rotação do pescoço, encher e esvaziar a bochecha uma vez e mais intensidade na expressão
LP “Língua de trapos” – Alguém que não guarda um segredo.
LGP (Mão em pinça aberta pega na pontinha da língua puxa para fora e abre a mão)
LP “Comi que nem um abade”
LGP COMER + (Dar murro na palma da mão frente ao estômago)
LP “Encharcado até aos ossos”
LGP CHOVER + Expressão de intensidade + TORCER ROUPA
LP “Tenho um ratinho no estômago” – Tenho fome
LGP “R” do alfabeto manual oscila na horizontal para trás e para a frente em frente ao estômago – a proximidade das duas expressões explica-se não tanto pelo rato, que não aparece na LGP, mas pelo rugir que sentimos no estômago quando temos fome.
LP “Meter o nariz onde não é chamado”
LGP BISBILHOTAR (costas da mão encostam ao nariz e os dedos juntos e esticados oscilam para cima e para baixo)
LP “Estou pelos cabelos”
LGP Configuração “Pinça aberta” simula puxar um cabelo para cima.
Não foram encontradas expressões equivalentes em LGP para provérbios da língua portuguesa.

Existirão provérbios na LGP?

Apresentam-se, agora, alguns resultados de um estudo realizado pela autora, junto de um grupo de informantes surdos, sobre a existência ou não de provérbios na língua gestual portuguesa, e sobre a relação que as pessoas surdas têm com esta forma de expressão.

Dos doze participantes surdos neste estudo nenhum revelou conhecer provérbios na LGP e nove reconheceram provérbios de LP quando confrontados com as versões escritas, mas revelaram não os usarem habitualmente. Sete identificaram expressões idiomáticas na Língua Portuguesa e oito identificaram expressões idiomáticas na Língua Gestual Portuguesa, dando exemplos.

Num universo tão pequeno de inquiridos não foi possível retirar conclusões que permitissem responder à pergunta de partida, no entanto as razões apresentadas pelos participantes para esta ausência de provérbios prendem-se com o facto de estes serem transmitidos através da oralidade, que não lhes é de fácil acesso. Os surdos não vivem, na esmagadora maioria, a passagem cultural de pais para filhos, devido à fraca comunicação existente na família e, não havendo uma assimilação natural do que é um provérbio e da sua aplicação, as pessoas surdas não transpuseram esta manifestação característica da oralidade para a língua gestual. Mesmo aqueles que aprenderam provérbios na escola na sua forma escrita não os usam porque o seu uso natural é através da oralidade.

Será que se pode concluir que os provérbios não existem na Língua Gestual Portuguesa porque a sua essência não é natural para esta; não é próprio de uma língua visual; é inacessível aos surdos; não faz falta nem sentido e obriga a correlações que têm escapado ao universo da comunidade surda?

Tradições culturais na LGP

Foi possível, no entanto, recolher inúmeros testemunhos de outras expressões de sentido figurado, metáforas e expressões idiomáticas, que vivem muito da exploração da imagem visual que se tem das situações ou dos sentimentos. Dos doze participantes no estudo, nove responderam que conheciam diversas formas de tradições culturais da LGP, entre elas: anedotas, adivinhas, narrativas, jogos, teatro e expressões idiomáticas, das quais se fez uma recolha, assim como de uma narrativa deliciosa de um aluno externo de um internato de surdos, que contava aos seus colegas os filmes que tinha visto no fim-de-semana, incluindo os intervalos para publicidade e avarias técnicas do televisor.

Bibliografia

ADRAGÃO, J. V. (1998) Língua Portuguesa – Gramática de Uso, Setúbal, Escola Superior de Educação

FRISHBERG, N., (1990) Interpreting an Introduction, Silver Spring, Maryland: RID Publications, Revised Edition

GRADDOL, D., CHESHIRE, J., SWANN, J. (1991) Describing Language, Buckingham, Open University Press

LOPES, A.C.M., RIO-TORTO, G. (2007) Semântica, Lisboa, Editorial Caminho

LYONS, J. (1987) Linguagem e Linguística – uma Introdução, Rio de Janeiro, Editora Guanabara SA

REIS, J. A. (1995) Provérbios e Ditos Populares, Lisboa, Litexa Editora

ULMANN, S. (1987) Semântica – Uma introdução à ciência do significado, 5ª Ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

WRIGHT, J. (1999) Idioms Organiser, Boston, Thomson Heinle

Comentários