Para os quase 10 milhões de surdos que existem no Brasil (dados do último censo feito pelo IBGE), uma das maiores barreiras para o convívio social é a da comunicação. Ainda que já existam dezenas de aplicativos que traduzem o português para a língua de sinais, nenhum desses apps consegue fazer a operação contrária — o que impede que essas pessoas se façam entender com a mesma facilidade com a qual a tecnologia permite a elas entender o que é dito.
É por isso que três estudantes do sul do país se juntaram para criar o Charles Tradutor, a primeira aplicação que fará a conversão de Libras para o português brasileiro. A App está a ser desenvolvido por uma parceria entre Luisa Scaletsky (estudante de design da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Anderson Maia e Virgilius Santos (ambos estudantes de computação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), e utiliza a camera do telemóvel para captar os movimentos e traduzi-los para o ecrã na forma de texto. Além disso, a base de dados da app também aceitará adições propostas pelos utilizadores, o que ajudará a lidar com os regionalismos da língua.
Os três autores conheceram-se no curso Apple Developer Academy, que foi onde tiveram a ideia para o desenvolvimento da app, e o projeto é hoje um dos finalistas do prémio Campus Mobile na categoria diversidade, onde será avaliado por professores da Escola Politécnica da USP, que definirão se o projeto será ou não o vencedor de sua categoria no concurso pelo Instituto Claro NET Embratel.
Por enquanto, o projeto do Charles Tradutor ainda é um protótipo, e não há previsão de quando uma versão final será lançada para o público.