porsinal  
Inclu é um jogo para todos
por porsinal     
0 comentário(s)
Domingo, 22 de Fevereiro de 2015 às 18:55:05
Era uma vez uma arquitecta portuguesa que ficou desempregada e que criou um brinquedo para integrar miúdos com deficiências físicas.

Os primeiros Jogos Olímpicos para surdos foram realizados em 1924, em Paris. Participaram 148 atletas de nove países. Cinquenta anos mais tarde, foi inventado o primeiro jogo de computador para cegos, o Touch Me.

Agora, uma portuguesa criou um jogo de cartas que junta surdos, cegos e jogadores sem deficiência na mesma mesa. Susana Magalhães da Costa, de 38 anos, é arquitecta e apesar de nunca ter tido contacto com crianças cegas ou surdas, lembrou-se do conceito e decidiu avançar com o protótipo quando ficou desempregada, em 2011. "Até fiz os pontos em alto-relevo do Braille à mão", conta.

Inclu, assim se chama o jogo apresentado em Dezembro, pode ser jogado por crianças a partir dos 6 anos. Tatiana e Marco, de 8 e 7 anos, já sabem jogar. O objectivo é formar o nome das cores, como magenta ou laranja, com as cinco cartas que têm nas mãos, mais as outras que vão buscar ao baralho. É uma espécie de peixinho, mas com cartas especiais. Cada uma tem escrito as letras do alfabeto, a sua tradução em Braille e, também, no alfabeto manual usado na língua gestual.

Vamos voltar a jogar?

Sentados na biblioteca do Centro de Educação e Desenvolvimento Jacob Rodrigues Pereira, da Casa Pia, em Lisboa, Tatiana e Marco trocam impressões sobre as cartas com letras que receberam. Mário, sentado ao lado deles, não os entende. O rapaz, de 9 anos, nasceu surdo e só comunica através de língua gestual. Mas isso não impede que brinquem juntos.

É através do alfabeto manual que Mário identifica a letra A, finaliza a palavra "amarelo" e ganha uma partida. Mas o vencedor ainda está para ser apurado: será aquele que fizer o maior número de palavras. Bárbara e David, de 9 anos, felicitam-no usando língua gestual. Também são surdos, mas têm um implante coclear que lhes permite ouvir e falar.

Susana Magalhães da Costa explica porque decidiu criá-lo: "Todas as crianças deviam ter contacto com as diferentes linguagens para poderem interagir". Começou o projecto sozinha, depois pediu ajuda a psicólogos, à ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal –, e ao Centro Jacob Rodrigues Pereira, instituição da Casa Pia dedicada à educação de crianças e jovens surdos. "Fizemos aplicações em várias turmas antes de o jogo se tornar uma realidade", diz Paulo Vaz de Carvalho, coordenador da Unidade de Investigação do Centro Jacob Rodrigues Pereira.

O jogo está à venda no site jogoinclu.com.

Fonte: Revista Sábado

Vídeo

Comentários

Para comentar esta notícia tem de ser um utilizador registado

    Não existem comentários.

Outras Notícias

Não existem mais not�cias.