Educação e Fronteiras On-Line, Dourados/MS, v.7, n.19, p.19-35 • por Mairla Pereira Pires Costa Fios de significação reconhecidos e reorientados no processo de tradução de literatura - Português/Libras
Este artigo aborda o processo de construção de sentidos em tradução com o objetivo de mostrar o papel de leitor e de produtor de novos enunciados em atividades de tradução, ao analisar trechos de traduções realizadas com os alunos do Curso de Letras Libras, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O texto parte de uma discussão da contribuição do pensamento bakhtiniano às Ciências Humanas, no tocante ao discurso, à atividade, ao sujeito e à subjetividade. A partir da descrição de trechos da tradução e detalhando as escolhas tradutórias, evidencia-se a utilização do espaço-sub-rogado, a construção do sentido não somente pelas palavras que compõem o texto escrito, mas, também pelas ilustrações que fazem parte da obra. Concluímos, como resultado de pesquisa, que apesar do projeto enunciativo do tradutor ser diferente, garante-se o processo de construção de sentidos.
Revista Translatio, Porto Alegre, n.9, p.3-20 • por Mairla Pereira Pires Costa Gesto-visualidade no processo de tradução de literatura infanto-juvenil: Marcas do discurso narrativo
A proposta desse artigo é analisar a tradução de um trecho de literatura infanto-juvenil do gênero narrativo. Considerando que o texto alvo é em língua brasileira de sinais – Libras e observando as características desta língua, como o uso do corpo (mãos, face e tronco) e o modo de enunciação, exige-se do tradutor competência linguístico-discursiva para executar uma tradução que se aproxime do público-alvo. O objeto que serviu de corpus da análise foi um texto original (em língua oral auditiva – português) e sua versão traduzida (em língua gestual-visual – Libras), que foi executada coletivamente por acadêmicos e sob a orientação de professor. Seguindo uma perspectiva tradutória que inclui a gesto-visualidade, o gênero textual narrativo e a subjetividade ao traduzir discursos, elencou-se estratégias para que o tradutor dispusesse de recursos para realizar uma tradução de modo mais seguro. A partir da descrição dos trechos da tradução e detalhando as escolhas tradutórias, evidencia-se a utilização do espaço-sub-rogado, a construção do sentido não somente pelas palavras que compõem o texto escrito, mas também pelas ilustrações que fazem parte da obra. É possível afirmar que a gestualidade como característica das línguas naturais, incluindo também as línguas sinalizadas, é um aspecto utilizado na língua em si, bem como é um recurso do qual o tradutor pode utilizar-se para enriquecer o texto traduzido.