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Ronice Müller de Quadros
Ronice Müller de Quadros
Professora e Investigadora
Aspectos da tradução/encenação na Língua de Sinais Brasileira para um ambiente virtual de ensino: práticas tradutórias do curso de Letras Libras
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Publicado em 2008
Estudos Surdos III / Ronice Müller de Quadros (organizadora). – Petrópolis, RJ : Arara Azul. p.168-207
Ronice Müller de Quadros
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Resumo

Quais as técnicas de tradução para Língua de Sinais Brasileira nas práticas de tradução dos conteúdos de ensino disponibilizados no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem – AVEA do curso de Letras Libras? Partindo desse tipo de questão de pesquisa, esse artigo procura apresentar algumas práticas de tradução experimentadas entre os tradutores/atores surdos do curso de Letras Libras, considerando o contexto de ensino e aprendizagem do AVEA, analisando-as conforme uma perspectiva descritiva, segundo campos dos Estudos da Tradução (ET) e Estudos Surdos, que levam em consideração categorias temáticas de investigação como “efeitos de modalidade” (Quadros, 2006) e “fidelidade” (Gile, 1995), por exemplo. Somado a isso, pretendemos considerar também a relevância da tradução para se construir espaços híbridos interculturais, pois, no caso desse curso, a Língua Brasileira de Sinais é a língua de instrução, embora ainda os textos-fonte estejam na versão escrita da Língua Portuguesa. Alguns exemplos de traduções de conteúdos na Língua de Sinais são apresentados e avaliados de acordo com seus textos-fonte, revelando estratégias tradutórias utilizadas e acordadas entre os tradutores/atores surdos. Por fim, pelas relações entre teorias dos Estudos da Tradução e Estudos Surdos, propõem-se técnicas de tradução/encenação aplicáveis no AVEA do curso de Letras Libras da UFSC.

Introdução

As pesquisas da Língua Brasileira de Sinais têm trazido uma série de evidências quanto ao seu estatuto lingüístico (Ferreira-Brito, 1995; Quadros, 1997; Quadros & Karnopp, 2004). Os lingüistas reconhecem as Línguas de Sinais de diferentes países como línguas naturais, no sentido lingüístico, ou seja, línguas que apresentam as propriedades das línguas humanas. Paralelamente aos avanços científicos, os surdos de diferentes países organizaram-se por meio de instituições representativas para convencer o poder público de que as Línguas de Sinais são línguas de fato que pertencem a grupos sociais espalhados em várias nações. No caso do Brasil, a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – Feneis – desempenhou esse papel. Ao longo dos últimos 20 anos, a Feneis, representando os movimentos sociais surdos brasileiros, estabeleceu como meta o reconhecimento oficial da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Esse processo culminou com a Lei 10.436, a chamada Lei de Libras, que fora regulamentada pelo Decreto 5.626 de 22 de Dezembro de 2005. A Lei de Libras reconhece a Língua Brasileira de Sinais como a língua dos surdos brasileiros. Nesse sentido, a lei desencadeia os direitos lingüísticos da comunidade surda, dentre eles, o acesso a uma educação na sua própria língua.

Um dos desdobramentos do Decreto 5626 é o Curso de Letras Língua Brasileira de Sinais – Libras – da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – o primeiro curso de graduação em Libras oferecido no País. Os alunos do Letras Libras receberão a titulação da UFSC como licenciados em Língua Brasileira de Sinais para atuarem como professores dessa língua em diferentes espaços educacionais. Esse curso forma o professor para o ensino da Libras como primeira língua, ao lecionar para alunos surdos, e como segunda língua, ao lecionar para falantes do Português. É um curso que está sendo oferecido na modalidade de ensino a distância.

A modalidade a distância visa a democratização desse processo de formação. Diferentes regiões do País estão tendo a oportunidade de formar professores de Libras, dispondo da competência pedagógica e técnica de um grupo de profissionais com excelência na área, o que busca garantir o êxito do programa, que atenderá a comunidade surda. O curso está sendo oferecido em quinze estados brasileiros: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Dispõe de uma turma de 500 alunos em andamento e iniciará uma nova turma com mais 900 alunos. No curso em andamento, apenas a licenciatura está sendo oferecida, enquanto que nas novas turmas, ele passa a oferecer também o bacharelado. Nesse último caso, vai formar tradutores e intérpretes de Língua de Sinais.

Esse curso está em consonância com as políticas afirmativas que o Brasil vem assumindo nas últimas décadas. Em observância ao Decreto 5626 de 2005, que prevê a prioridade aos surdos na licenciatura, o curso de Letras Libras busca garantir a inclusão social de surdos na sociedade por meio da formação acadêmica, abrindo espaço para a inclusão no mercado de trabalho. Os professores formados nesse curso irão atuar na formação de professores em nível universitário, na formação de fonoaudiólogos e na formação básica de alunos surdos e ouvintes. Essa formação passará pela Língua de Sinais, que inclui aspectos sociais, culturais e políticos. Assim, os surdos atuarão nesse mercado de trabalho falando sobre a língua usada por eles mesmos.

O curso de Letras Libras tem como língua de instrução a Língua Brasileira de Sinais, ou seja, todos os conteúdos estão sendo gerados nessa língua. No entanto, os textos originais escritos pelos professores-autores de cada disciplina são apresentados na Língua Portuguesa, na sua versão escrita. Os tradutores/atores partem dos textos escritos para a produção dos materiais na versão em Língua de Sinais. Esse processo tradutório é completamente novo, pois, envolve um texto escrito de uma língua falada no país e um texto “oral” sinalizado na Língua Brasileira de Sinais. O presente artigo descreverá as técnicas de tradução que vêm sendo criadas para a geração desses textos na Língua Brasileira de Sinais. Inicialmente, apresentaremos alguns aspectos específicos das línguas implicadas no processo de tradução. Posteriormente, apresentaremos a descrição do processo em si e a criação de um método, que inclui técnicas usadas pelos tradutores/atores para a produção dos textos em sinais. Por fim, indicaremos algumas possibilidades de desenvolvimento de pesquisas para o estabelecimento dessas técnicas de tradução com aplicação específica em ambientes virtuais de ensino.

Especificidades das línguas envolvidas no processo de tradução no curso de Letras Libras

O Português é uma língua oral-auditiva com versão gráfico-visual difundida no Brasil. Por outro lado, a Língua Brasileira de Sinais é uma língua que se apresenta na modalidade visual-espacial que não tem uma língua gráfica visual difundida no país. Diante disso, os textos que servem de base para a produção dos materiais disponibilizados no AVEA do curso de Letras Libras estão na Língua Portuguesa, em sua versão gráfica visual-espacial. A língua fonte (LF), portanto, é a Língua Portuguesa escrita e a língua alvo (LA), é a Língua Brasileira de Sinais na sua versão “oral”. Entende-se “oral” como a língua na sua forma de expressão oral, no caso específico das Línguas de Sinais, expressão em sinais. Como as modalidades das línguas envolvidas são diferentes, percebem-se efeitos de modalidade.

Os textos traduzidos para a Língua Brasileira de Sinais são filmados, pois, é uma língua vista pelo outro, é uma língua que usa as mãos, o corpo, as expressões faciais, é uma língua que depende da presença material do corpo do “tradutor”, por isso, também “ator” (Novak, 2005).

Um dos efeitos de modalidade mais marcantes é o fato do tradutor ser o ator e mostrar o corpo no ato da tradução. A co-autoria do tradutor, nesse caso, fica literalmente estampada diante dos olhos do leitor, pois, o texto está sendo visto na Língua Brasileira de Sinais no corpo do tradutor/ator. Os problemas enfrentados pelos tradutores de línguas escritas quanto à sua “impressão digital” no texto traduzido, não é uma questão tão problemática na tradução de textos para as Línguas de Sinais no sentido levantado por eles. O tradutor é realmente visível, pois, o texto é traduzido por meio de uma língua corporal (visual-espacial). As Línguas de Sinais são línguas produzidas com as mãos, a face e o corpo. Portanto, é uma língua que se constitui por uma gramática que se utiliza dos canais articulatório-perceptuais, visuais e espaciais (olhos e corpo). Os tradutores são atores que, depois de pensar sobre o texto na LF (escrita) e elaborar o texto na LA (Língua de Sinais na versão oral) com seus pares, posicionam-se diante de uma  câmera de vídeo e gravam sua própria tradução. Os seus leitores o vêem como parte do texto assim, tradutor e texto em Língua de Sinais formam uma simbiose estranha aos tradutores de línguas escritas, embora, talvez desejada, quando se discute sobre a autoria do tradutor (Munday, 2001). Por outro lado, existe o risco da perda da autoria do texto na LF, visto que, como a Língua de Sinais é uma língua que acontece a partir do estabelecimento do olhar, o tradutor/ator apresenta o texto e o leitor estabelece o olhar com o ator e pode acreditar ser ele o autor. O estabelecimento do olhar é um acontecimento que faz parte da Língua de Sinais. Os surdos estabelecem o olhar para conversarem uns com os outros. Quem está olhando para quem, determina quem está dizendo o quê e quem são os interlocutores entre os surdos. Assim, no momento em que o tradutor/ator olha para a câmera, que é o canal de estabelecimento do olhar com o seu interlocutor, os leitores estão o vendo como o seu interlocutor e podem facilmente vê-lo como autor. Essa questão da autoria causa alguns “ruídos” na comunicação, já que, o tradutor/ator pode estar traduzindo algo que não representa suas visões de mundo, exigindo esclarecimentos quanto à autoria do texto, principalmente, quando a primeira pessoa do discurso é usada. Usamos o termo tradutor/ator para nos referirmos à impossibilidade de separar o texto de sua expressão corporal em sinais, ou, como mencionado por Novak (2005), de forma ainda mais afim a essa identificação que fazemos do tradutor de Língua de Sinais, não há como separar o texto de sua encenação.

Outro efeito de modalidade é o fato da versão na Língua Brasileira de Sinais ter de ser filmada. Os tradutores revisam o texto na LA e, muitas vezes, ao retornarem ao texto-fonte, ainda encontram alguma coisa a ser aperfeiçoada para se chegar à versão final de sua tradução. Uma terminologia mais adequada, ou uma forma mais apropriada para dizer algo, ou até mesmo, a correção gramatical de uma dada construção. Isso é possível porque os textos estão escritos e são utilizadas várias ferramentas que favorecem esse retorno e essa revisão da tradução. No caso dos tradutores/atores de Línguas de Sinais, o texto, estando filmado, é editado e, após a sua devida configuração sob padrões de ambientes virtuais de ensino e aprendizagem, encontra-se finalizado. Ao revisá-lo, o tradutor/ator precisa refazê-lo na íntegra, ou pelo menos, em blocos. Não é possível corrigir um detalhe, pois o texto está editado. Como o texto está traduzido na sua versão oral (em sinais), fica muito difícil cortar pedaços para fazer correções sem comprometer o texto traduzido na íntegra. No curso de Letras Libras, as quinze primeiras disciplinas foram revisadas e tiveram de ser regravadas integralmente para atualizar a tradução. Isso é um complicador do processo de tradução para textos em Língua de Sinais, pois as traduções também merecem ser revisadas na Língua de Sinais e ainda não encontramos uma forma de resolver isso.

Há outro efeito de modalidade que está relacionado à possibilidade do uso concomitante de sinais e de palavras do Português. Como as línguas envolvidas usam canais articulatórios diferentes, os tradutores/atores podem produzir nos lábios palavras do Português que estejam relacionadas com os sinais que estão sendo produzidos pelas mãos. Isso é muito comum entre os tradutores, especialmente,  quando utilizam a soletração ou se referem a uma palavra do Português que não apresenta uma palavra equivalente em Libras. Talvez seja algo semelhante ao uso da palavra na LF, quando essa é mantida na sua forma original ou quando é apresentada ao leitor e lhe é informado sobre como será referida ao longo do texto pelo tradutor de línguas escritas. No caso da tradução do Português para a Língua Brasileira de Sinais, observa-se que o tradutor/ator articula a palavra em Português (mesmo sem produzir nenhum som) paralelamente à sua produção em sinais. Isso só é possível porque as línguas apresentam modalidades distintas. Essa possibilidade é interessante nos estudos de línguas em contato, já que é efetivamente utilizada durante a produção de textos na Língua de Sinais por sinalizantes. Os tradutores/atores também fazem uso dessa possibilidade. No entanto, algumas vezes, isso compromete o texto na LA, pois pode ser usado em demasia, deixando o mesmo truncado, o que é referido pelos leitores como sendo um texto em sinais aportuguesado, aproximando-se de uma tradução mais literal e apresentando os problemas observados em traduções mais literais. Esses problemas, provavelmente, estão relacionados com o fato desses tradutores/atores serem novatos (Magalhães e Alves, 2006).

Novak (2005) apresenta outro efeito de modalidade, porque, o texto em Português tem uma relação temporal e espacial apresentada linearmente, enquanto as Línguas de Sinais apresentam características  quadridimensionais, pois utilizam o espaço e o tempo “encarnado” no corpo do tradutor/ator e expressam, por meio do espaço e dos movimentos, relações temporais e espaciais quase como uma encenação, mas em forma de uma língua. O discurso está diretamente relacionado com o fato do corpo desse tradutor, portanto, ser um corpo individual dentro de uma comunidade cultural, ideológica e lingüística específica (Novak, 2005). Dessa forma, o fato do tradutor/ator estar “presente” visualmente revela efeitos discursivos. Novak percebeu que o sinalizante sempre está no momento presente, visto que o seu corpo está presente. Nesse sentido, as referências temporais são feitas a partir do eixo do corpo – para frente, indicando o futuro, para trás, referindo-se ao passado e, no centro, indicando o momento presente, que também representa o espaço neutro. No caso específico da tradução para a Língua de Sinais gravada em vídeo, o tempo presente é o tempo do corpo presente do sinalizante no momento da sinalização, independente de quando é assistida pelo leitor.

Essas são algumas das especificidades do processo de tradução para Línguas de Sinais a partir de textos escritos de línguas faladas. Identificamos essas especificidades nas práticas tradutórias dos tradutores/atores do curso de Letras Libras. Na próxima seção, descreveremos algumas técnicas desenvolvidas pelos tradutores/atores da equipe que produz todos os textos na Língua Brasileira de Sinais disponíveis no AVEA desse curso da UFSC.

Técnicas de tradução/encenação da Libras no AVEA do curso

No contexto apresentado, algumas soluções tradutórias adotadas pela equipe de tradutores/atores surdos estão sendo construídas a partir das próprias práticas de tradução. Essa equipe de trabalho foi formada recentemente dentro do curso de Letras Libras, pois, inicialmente, não se tinha a consciência de que os textos em Língua de Sinais resultantes das “filmagens” (como era considerado inicialmente) consistiam em textos traduzidos. A partir dos problemas encontrados nos textos produzidos, bem como, na complexidade para se chegar a um bom texto, foi percebido o acontecimento de processos tradutórios.

Assim, a equipe passou a ser constituída enquanto equipe de tradução. Paralelamente, uma atividade de  tradução de textos sobre a Língua de Sinais no Inglês para o Português estava acontecendo, seguindo um método de trabalho altamente sofisticado (Quadros e Vasconcellos, 2008). A partir disso, a equipe de tradução do curso de Letras Libras passa a buscar soluções, considerando teorias e métodos dos Estudos da Tradução que poderiam ser implantados nas práticas tradutórias do português escrito para a Língua Brasileira de Sinais. As técnicas estão sendo concebidas e testadas a partir de práticas e reflexões teóricas. Todo o trabalho está focado na melhoria da dinâmica de tradução dentro das diversas instâncias do AVEA desse curso, tendo em vista também, a urgência em nível de prazos de finalização dos textos traduzidos para disponibilização ao público-alvo, ou seja, os estudantes.

Então, nesse momento, apresentamos as etapas nas quais se desenvolveram as atividades tradutórias, incluindo algumas “soluções,” que se transformam em técnicas no dia-a-dia dos tradutores/atores.

Dessa forma, comentaremos dois trabalhos norteadores dessas práticas e atividades tradutórias, ou seja, Gile (1995) e Cokely (1992) e, por fim, descreveremos de maneira geral a rotina tradutória vivenciada pela equipe, exemplificando isso com base nas traduções de textos de uma determinada disciplina do curso de Letras Libras, valendo-nos do recurso das glosas com símbolos como amparo de nossas atividades tradutórias.

Aplicações de conceitos e métodos dos Estudos da Tradução

Considerando o leque de teorias e métodos disponíveis no nível de Estudos da Tradução, qual(is) seria(m) a(s) vertente(s) ou modelo(s) teórico-metodológico(s) que poderia(m) servir de amparo para o conjunto de práticas de tradução/encenação desenvolvida pela equipe de tradutores/atores surdos?

Destarte, uma das demandas fortes que surgiram depois de consultas prévias aos tradutores/atores surdos foi a fidelidade na tradução. Em relação a isso, por diversas vezes, emergiu o histórico conflito tradutório de se traduzir “‘palavra por palavra’ ou ‘significado por significado’” (Munday, 2001). Como já mencionado, Magalhães e Alves (2006) perceberam que esse tipo de problema surge entre tradutores novatos. Aos poucos, o grupo passou a compreender o quanto era importante a tradução dos sentidos. Diante disso, tornou-se um desafio traduzir significados de uma língua escrita com textos também disponibilizados aos alunos para uma língua visual-espacial, a língua de instrução do curso. Como evitar o Português sinalizado? Como ter o Português “por perto” de nossa tradução em Libras sem deixar de lado o nosso objetivo de gerar ensino e aprendizagem com o que traduzimos?

Em uma tentativa de responder a essas inquietações da equipe, fomos ao encontro das idéias discutidas por Gile (1995) em seu texto Basic Concepts and Models for Interpreter and Translator Training (ou Modelos e Conceitos Básicos para o Treinamento de Tradutores e Intérpretes). No terceiro capítulo, ele discute a respeito da Fidelidade na Tradução e Interpretação (1995:49) e, depois de algumas considerações iniciais em torno do trabalho de tradutores e intérpretes, Gile apresenta seu modelo de composição de um texto na língua-alvo. Para ele, um texto produzido na LA é composto de uma série de elementos diferentes de forma que, didaticamente, teríamos este diagrama (Gile, 1995: 61):

TL Text = M + FI + LII (of SL) + LII (of TL) +

Nesse diagrama, temos que “TL Text” pode ser traduzido como “Texto produzido na língua-alvo”, ou, simplesmente, “Texto na LA”. O M, que vem de message, encontra em “Mensagem” uma possível solução tradutória. Já o FI, em Inglês, constitui uma abreviatura para Framing Information e, em português, poderia ser traduzido como “Bagagem de Informação do Emissor” (BI). Os termos LII (of SL) e LII (of TL) correspondem, em Inglês, a Linguistically Induced Information (of Source Lange) e Linguistically Induced Information (of Target Language), os quais, em português, poderiam corresponder, respectivamente, à Informação “Induzida Lingüisticamente conforme a Língua-Fonte (IIL[LF])” e “Lingüisticamente conforme a Língua-Alvo (IIL[LA])”. Por fim, o modelo de Gile traz a PI, ou seja, a Personal Information (ou, em português, a “Informação Pessoal [IP]”).

Assim, uma possível solução tradutória desse modelo pode ser proposta:

Texto na LA = M + BI + IIL [da LF] + IIL [da

Por extenso, seria possível termos a seguinte leitura: “um texto produzido na língua-alvo é composto de vários elementos, tais como: mensagem, bagagem de informação do emissor, informações induzidas lingüisticamente conforme a língua-fonte e a língua-alvo, como também, as informações pessoais do tradutor”.

Gile nos trouxe um modelo que ilustra a preocupação tradutória em torno do quesito (in)fidelidade, preocupação essa com presença constante em meio ao conjunto de atividades e práticas tradutórias em Libras. Então, compreender que existe uma “equação” aplicável ao trabalho já em andamento constitui um elemento facilitador para a equipe que, agora, poderia dispor de um amparo teórico em nível de Estudos da Tradução. Além disso, os tradutores/atores poderiam ter a oportunidade de começar a enxergar suas soluções tradutórias como sendo algo plural, ou seja, algo que é resultado de um conjunto de elementos que, um a um, têm seu papel durante o processo.

Quando relembramos as primeiras reuniões para a aplicação prática desse modelo proposto por Gile, recordamos as colocações enunciadas pelos tradutores/atores em relação ao que vinham traduzindo no nível de conteúdos programáticos de ensino do curso de Letras Libras, como também, das exclamações que eles mesmos faziam logo após perceberem por si mesmos que os elementos do modelo com o qual estavam começando a se familiarizar eram consonantes. Isso os deixava mais tranqüilos e amparados para seguirem traduzindo, porque, a partir de então, eles tinham em mente tanto o objetivo do processo tradutório – o qual, era gerar ensino e aprendizagem do conteúdo traduzido para o AVEA do Letras Libras – quanto o modelo de fidelidade tradutória do texto produzido na LA, bem como, outras estratégias como a explicitação e a transliteração.

Gile (1995:62) considera pertinente a “explicitação” nas práticas tradutórias, por tornar os textos-alvo mais claros. Em relação ao contexto em Língua de Sinais vivenciados pela equipe de tradutores/atores, ficou claro para eles que o fazer uso de uma linguagem marcada de elementos de explicitação não viria a constituir um fator de empobrecimento do processo tradutório protagonizado por eles. As experiências trocadas com a equipe de tradutores do material sobre Língua de Sinais (Quadros e Vasconcellos, 2008) também contribuíram nesse sentido, pois, o fato de introduzir “notas de tradutores” incorporadas ao texto, foi entendido como uma decisão de qualquer tradutor que está relacionada com o contexto da tradução.

No caso dos textos do curso de Letras Libras, em que o texto na Língua Brasileira de Sinais passa a ser o texto na língua de instrução, é fundamental submeter o texto original ao texto na Língua de Sinais. A decisão, portanto, é de inclusão de informações que sejam fundamentais na organização do sentido no texto na Língua de Sinais, que teve sua origem em um texto no Português. A construção discursiva na Língua de Sinais Brasileira apresenta uma estratégia muito recorrente: o uso de exemplos para explicar conceitos. Na construção discursiva do Português, isso não é muito comum. Mesmo assim, os textos na Língua de Sinais passaram a integrar algumas explicações, ainda que essas não estivessem explicitadas na LF, como se fossem “notas de rodapé” do tradutor incorporadas no texto na Língua de Sinais. Isso poderia ser um link dentro do texto escrito, uma vez que estamos lidando com um ambiente de ensino virtual, no entanto, ainda não encontramos uma solução para conectar isso tudo dentro do texto sinalizado.

Finalmente, no texto de Isham (1998: 231-235) – o verbete sobre Interpretação de Língua de Sinais da Enciclopédia de Estudos da Tradução (Baker e Malmkjaer, 1998) – também é discutido sobre o uso da estratégia da transliteração, ou seja, transpor uma palavra, letra a letra, de uma língua oral (como o Português, por exemplo) para uma Língua de Sinais (como a Libras). Esse recurso, que para boa parte da equipe de tradutores/atores era conhecido como “empréstimo lingüístico,” passou a ser mais um elemento embasado teoricamente em nível de Estudos da Tradução, o qual, quando houvesse necessidade, poderia ser utilizado no decorrer do processo tradutório.

No caso da Língua de Sinais, o alfabeto manual é utilizado para introduzir um termo técnico apresentado no texto em Português e é reapresentado com explicações ou com a criação de um sinal a partir de discussões em equipe (neologismo).

Portanto, depois de iniciarmos uma aproximação com os Estudos da Tradução quanto ao processo tradutório que vinha sendo desenvolvido pelos tradutores/atores do curso de Letras Libras da UFSC, começamos a construir o nosso próprio conceito de tradução enquanto equipe. Assim, para nós, traduzir vem a ser a transposição de um texto para uma língua-alvo – no caso, a Libras – de um conteúdo de ensino em uma língua-fonte – no caso, o Português – tendo em mente sempre, durante o processo, o objetivo final, isto é, a função do trabalho desenvolvido, que é gerar um texto na Língua de Sinais, a língua de instrução do curso.

O conceito de interpretação de Cokely (1992) conecta-se com o que está sendo construído pela equipe de tradutores do Letras Libras, pois, a interpretação é entendida por ele como uma mediação de vários elementos internos e externos à mensagem que está sendo apresentada. É interessante considerar Cokely, pois ele representa um marco nos estudos de interpretação da Língua de Sinais Americana (ASL). De certa forma, por envolver uma Língua de Sinais, há algumas questões que podem se aplicar ao contexto de tradução no curso de Letras Libras.

O autor analisa que, em uma interação comunicativa, existem diversos fatores exercendo influência, tanto em nível de contexto como em nível de mensagem emitida. Nesse seu modelo, segundo nossa própria tradução, Cokely (1992: 19) defende que, no âmbito do contexto, o cenário, a finalidade e os participantes são os principais elementos de influência. Por outro lado, no âmbito da mensagem, considerando-se o gênero discursivo, há três conjuntos de fatores que influenciam a interação comunicativa: forma e conteúdo, canal e língua e as normas de interação. Cokely difere esses fatores daqueles que atuam em nível contextual dizendo que, “cenário, finalidade e participantes são fatores contextuais ou componentes que influenciam qualquer interação comunicativa”. (Cokely, 1992: 23).

No entanto, como ele faz o seu recorte de pesquisa focando as palestras ou seminários, que ele chama de monólogos expositivos (ou, expository monologues, no original), Cokely defende que tais elementos no âmbito do contexto, da mensagem e dos monólogos expositivos influenciam tanto as interações comunicativas como a prática de trabalho do intérprete de Língua de Sinais. (Cokely, 1992:32-33).

Assim sendo, enquanto equipe de tradutores/atores, aproximamo-nos teoricamente desse conceito de interpretação em Língua de Sinais como uma mediação para embasar o processo tradutório, mas, percebemos uma diferença clara: não estaríamos fazendo uma mediação simultânea, tal como os intérpretes ouvintes de Língua de Sinais atuando em instâncias de monólogos expositivos não-recíprocos, conforme foi estudado por Cokely. Ao contrário, a equipe de tradutores/atores surdos tem como foco tradutório a produção de textos passíveis de reflexão, de tempo de pré-produção, produção e de condições de avaliação pós-tradutória.

Discussão sobre a terminologia em sinais entre os tradutores – eleição de termos e neologismos

Enquanto trabalhamos na construção de um conceito de tradução no contexto do curso de Letras Libras, estamos diante de questões empíricas que se refletem no dia-a-dia de práticas tradutórias. Uma das questões fundamentais é a definição permanente da terminologia em sinais a ser utilizada durante o processo tradutório dos conteúdos programáticos de ensino do Letras Libras. Nesse sentido, são trazidas às reuniões palavras em Língua Portuguesa que surgem nos textos-fonte a fim de serem identificadas soluções tradutórias para a Língua Brasileira de Sinais, incluindo nesse conjunto, os termos técnicos, termos comuns e neologismos presentes nesses textos.

A título de exemplificação, podemos citar uma palavra que emergiu do conteúdo programático de uma disciplina do terceiro semestre do curso de Letras Libras. Era a palavra isoglossas na disciplina de Sociolingüística. Uma proposta de solução desse questionamento foi utilizada da seguinte maneira pelo tradutor/ator surdo: primeiramente, ele se utilizou da estratégia da transliteração apresentando o termo por meio do alfabeto manual da Libras, a palavra isoglossas. Logo em seguida, ele se valeu da repetição do sinal de comunidade em Libras dentro do seu espaço de sinalização para fazer a correspondência em nível de solução tradutória desse termo próprio do contexto teórico da Sociolingüística. O processo de busca de soluções é um problema comum entre os tradutores, no entanto, conforme observado por Magalhães e Alves (2006), entre tradutores mais experientes, ou tradutores expertos, uma das alternativas é a recorrência aos dicionários disponíveis, tanto monolíngües, como bilíngües. Essa estratégia usada para resolver um problema relacionado com uma terminologia específica não é usual entre os tradutores/atores da Língua de Sinais, por conta dos dicionários existentes serem muito restritos e conterem um número muito pequeno de termos.

Dessa forma, a alternativa é a troca de idéias com os seus pares e, às vezes, a busca por termos existentes em outras Línguas de Sinais, optando-se em alguns casos, pelo empréstimo lingüístico de outra Língua de Sinais, normalmente a Língua de Sinais Americana (ASL) ou a Língua de Sinais Francesa (LSF). Outra forma é a utilização da explicitação, conforme já mencionado. Algumas vezes, a equipe cria um sinal para representar o novo termo. Outras vezes, há mais de um termo disponível na Língua Brasileira de Sinais para um termo utilizado no Português. Quando isso acontece, os tradutores/atores discutem e elegem um termo para o contexto que está sendo aplicado. Por exemplo, há três sinais para a palavra aluno, são sinais que representam variantes regionais da Libras. A equipe discutiu e elegeu uma delas, optando assim, pelo termo mais usado na comunidade surda brasileira. Essas soluções são sempre acordadas pela equipe de tradutores/atores do curso e os termos acordados compõem um glossário de forma contextualizada. O glossário é gradativamente ampliado ao longo do curso. Os próprios atores/atores incluem os termos nesse. Quando os termos representam uma variante da Língua Brasileira de Sinais, o glossário inclui as demais variantes.

Uma escrita que represente os sinais

Outro aporte em nível de métodos de trabalho é a busca por um modelo de escrita que consiga representar os sinais. Nesse sentido, a equipe de tradutores/atores surdos começou a vivenciar “ao vivo” os conflitos tradutório-processuais de “ler o texto em Português, memorizando os significados desse para expressá-los na Língua de Sinais”, ou seja, “sinalizar/encenar” diante da câmera. O uso da memória de textos longos é inviável. Assim, há a necessidade de “ler o texto na estrutura da Língua de Sinais com palavras do Português”, ou seja, fazer uso de uma interlíngua escrita, uma espécie de “glosa” em Português do texto na Língua de Sinais, para apoiar a memória da tradução sinalizada.

Desse modo, os tradutores/surdos fazem a leitura (ou o estudo) do texto em Português. Depois disso, utilizam essa interlíngua escrita com base naquilo que ficou compreendido e apreendido da leitura prévia do conteúdo, já pensando na estrutura do texto a ser traduzido na Língua de Sinais. Por fim, eles tomam por base esse produto interlingüístico – as “glosas” – para encenarem sua versão em Libras. Essas “glosas” têm passado por uma série de transformações.

Alguns tradutores/atores têm desenvolvido símbolos para representar os sinais, quando um determinado sinal não pode ser representado por uma palavra no Português ou quando não há palavras do Português que representem de maneira adequada os sinais a serem usados. Isso tem sido muito comum para o uso de dêiticos, que, na Língua de Sinais, são associados à apontação para diferentes pontos estabelecidos no espaço. Esse recurso também tem sido usado para representar o uso de classificadores, que são recorrentes à Língua Brasileira de Sinais e articulados com configurações de mãos específicas, que representam sinais incorporando várias informações, entre elas: aspecto, modo, número e pessoa, além de poderem apresentar ainda conteúdos descritivos; tudo isso, em um único sinal.

A produção das “glosas” é feita pelos próprios tradutores/atores, após realizarem o processo tradutório. O grupo vai realizar um curso de escrita da Língua de Sinais, que utiliza uma fonte específica do Word para sua representação. Tal sistema de escrita é chamado de Elis (Estelita, 2008). A Elis é uma escrita com base querêmica (em analogia à fonêmica). Talvez, essa seja uma alternativa que os surdos tradutores mais tenham como apropriada.

Filmagens das traduções sinalizadas pelos tradutores/atores

Com as glosas prontas, a etapa seguinte do processo tradutório é a vídeo-captura das traduções sinalizadas dos textos. Hoje, essa captura acontece da seguinte maneira: tem-se uma sala com uma filmadora de foco fixo e automático, um micro-computador, um televisor de 29 polegadas que exibe as “glosas”, uma base de cadeira giratória para apoio do tradutor/ator surdo, uma parede de fundo com uma pintura azul própria para filmagens que sofrerão uma intervenção (ou edição) com base na tecnologia Chroma-Key (ou, simplesmente, Chroma) e três refletores de luz, sendo dois transversais que ficam em pé diante do tradutor/ator e um situado no teto cuja iluminação se volta mais para a parede de fundo azul. Em linhas gerais, esse é o cenário que constitui o ambiente de trabalho em que se desenvolve o processo de tradução em sinais dos conteúdos de ensino do curso de Letras Libras.

Além dessas especificidades técnicas, existe uma particularidade própria do processo tradutório em questão: a presença de outro tradutor durante as filmagens. A razão pela qual esse tradutor precisa estar presente durante as filmagens das traduções sinalizadas é por conta da necessidade de se ter um retorno (feedback) “ao vivo” sobre a fidelidade do processo tradutório, tanto em relação aos aspectos teóricos quanto aos objetivos previamente acordados por toda a equipe de tradutores/atores surdos. Cabe ao segundo tradutor acompanhar as soluções tradutórias sugeridas pelo tradutor/ator surdo durante todo o processo e intervir no caso de surgir quaisquer faltas de clareza ou “ruídos” nos textos traduzidos para a Língua de Sinais.

Exemplo de trecho traduzido utilizando glosas com símbolos 1:

Para concluirmos nosso trabalho, apresentamos na Tabela 01 (figura 1) uma amostra do processo tradutório que ilustra a descrição já apresentada.

Agora, abaixo, disponibilizamos quadro a quadro (ou em frames), a tradução desse mesmo trecho na Língua Brasileira de Sinais 2.

Palavras finais

O estudo de aspectos da tradução/encenação na Língua de Sinais Brasileira para um ambiente virtual de ensino, observando as práticas tradutórias do curso de Letras Libras são muito incipientes. Neste artigo, iniciamos algumas análises dessas práticas e observamos efeitos de modalidade que interferem nos processos tradutórios de uma língua escrita para uma Língua de Sinais. Observamos efeitos que têm impacto na co-autoria (identidade) do tradutor/ator, na visibilidade deste trabalho, na não visibilidade do autor. Há também efeitos de modalidade que afetam o processo de revisão da tradução, pois os vídeos produzidos na Língua de Sinais (versão oral) precisam ser totalmente refeitos, quando revisados. Depois de identificados alguns efeitos de modalidade, passamos a descrever as práticas tradutórias, analisando a metodologia que está sendo constituída nestes processos. O reconhecimento da possibilidade de aplicação de uma fórmula, bem como a criação de técnicas de apoio para a realização da tradução, foram descritas. A partir dos textos na língua-fonte, os tradutores utilizam glosas para realizar uma aproximação ao texto na Língua de Sinais. Essas glosas servem de referência para a atuação do tradutor/ator que filmará o texto na Língua de Sinais. A possibilidade de traduzir textos para a Língua de Sinais apresenta uma relevância social importante. Os estudos sobre as técnicas e os processos envolvidos na tradução de um texto escrito para um texto visual-espacial precisam continuar sendo investigadas.

Agradecimentos

Agradecemos à equipe de tradutores de Língua Brasileira de Sinais do curso de Letras Libras, em especial, a Rimar Romano e Heloise Gripp, que autorizaram o uso de suas traduções/imagens na pesquisa que resultou nesse artigo. Da mesma forma, ratificamos nossos agradecimentos a Daniela Carneiro Moraes Xavier de Souza, que configurou o design das tiras que receberam os quadros com a tradução em Libras do trecho selecionado. Por fim, gostaríamos de agradecer ainda a Lucas de Jesus pela sua colaboração para a edição de vídeo que resultou nos quadros em Libras aqui exibidos.

Notas

1 Simbologia criada pela tradutora/atriz Heloise Gripp, a qual está presente também nas imagens dos quadros aqui exibidos.
2 Os vídeos apresentam a nomenclatura técnica AQL2V0, correspondente ao conteúdo de Aquisição de Linguagem disponibilizado no AVEA do Letras Libras, seguido da seqüência de cenas em ordem numérica crescente.

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