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Joaquim Melro
Joaquim Melro
Professor Investigador
Do Gesto à Voz: Um estudo de caso sobre a inclusão de estudantes surdos no ensino secundário recorrente noturno
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Publicado em 2015
Tese de doutoramento, Educação (Supervisão e Orientação da Prática Profissional), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia
Joaquim Melro
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Resumo

Em Portugal, a educação inclusiva (EI) tem vindo a configurar e a ser configurada, por documentos de política educativa (ME, 2008) que sublinham a necessidade do acesso a uma educação de qualidade (César & Ainscow, 2006), contribuindo para a emergência de cenários educativos e sociais mais equitativos, justos e inclusivos. Estes princípios assumem particular importância para os estudantes adultos surdos, que precocemente abandonaram a Escola e a ela regressaram para (re)construir projetos académicos e profissionais. São disso exemplo os que frequentam o ensino secundário recorrente noturno. Contudo, passar dos princípios às práticas revela-se complexo. Participantes de uma cultura e falantes de uma língua (Língua Gestual Portuguesa - LGP) minoritárias, muitos dos estudantes adultos surdos continuam a experienciar barreiras no acesso ao sucesso escolar e social (Melro & César, 2009a, 2012, 2013). Focamo-nos nos processos de inclusão destes estudantes (N=11) no ensino secundário recorrente noturno, numa escola pública de Lisboa. Assumimos uma abordagem interpretativa (Denzin, 2000) e um design de estudo de caso intrínseco (Stake, 1995/2005). Os participantes são esses estudantes, os pares ouvintes (N=6), os professores e outros agentes educativos (N=44) e o investigador. Os instrumentos de recolha de dados contemplam questionários, tarefas de inspiração projetiva, entrevistas, observação participante, recolha documental e conversas informais. Recorremos a uma análise de conteúdo narrativa (Clandinin & Connelly, 1998), da qual emergiram categorias indutivas de análise. Os resultados iluminam: (1) algumas formas de discriminação negativa e barreiras presentes nas trajetórias de participação ao longo da vida (TPLV) dos surdos; (2) as diferenças e semelhanças entre estas TPLV e as dos estudantes ouvintes; e (3) a necessidade de a Escola se afirmar como espaço/tempo de inclusividade e interculturalidade, desenvolvendo processos organizativos, supervisivos e pedagógicos valorizadores da diversidade sociocultural dos estudantes adultos surdos, assumindo a inclusão como elemento-chave do seu empowerment.

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