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Neiva de Aquino Albres
Neiva de Aquino Albres
Fonoaudióloga
Tradução em Língua Brasileira de Sinais de texto informativo televisivo: reflexões sobre o processo
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Publicado em 2010
Domínios de Lingu@gem - Revista Eletrônica de Linguística, Ano 4, - n° 1
Neiva de Aquino Albres
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Resumo

Este trabalho tem por objetivo a análise descritiva de tradução/interpretação em janela de interpretação para Língua de Sinais Brasileira de texto informativo televisivo, propaganda do Tribunal Regional Eleitoral - TRE veiculado em 2004 no período eleitoral. Analisamos as estratégias peculiares dessa tradução que tem como língua alvo um código linguístico de modalidade espaço-visual, diferentemente do texto fonte em língua portuguesa que respeita-se a linearidade da língua oral. Descrevemos os procedimentos técnicos da tradução, com base nos estudos de Barbosa (2004) usados pelo tradutor/intérprete face à presença do diálogo entre os personagens na propaganda e do locutor (que não pertencia ao lócus do salão de beleza), como também as opções lexicais que foram coerentes com a cultura, a identidade e a história da comunidade alvo, ou seja, como foram resolvidos os problemas de equivalência. Consideramos que o tradutor/intérprete não é invisível e interage com o texto fonte e o que produz, de modo a adaptá-lo às necessidades do público receptor, atuando na produção de sentidos que está envolvida sua subjetividade.

Introdução

Existem, essencialmente, duas ferramentas que ajudam as pessoas com surdez a receberem os conteúdos veiculados na televisão. Uma é o closed caption e outra é a janela com intérprete de LIBRAS.

Ao refletir sobre as oportunidades de trabalho com a tradução de língua de sinais versus língua portuguesa, consideramos que há um fluxo maior de atos de interpretação simultânea em comparação à tradução 1, no sentido de uso da vídeo gravação e tempo para pesquisa do intérprete, mas consideramos que há aproximações e intercruzamentos desses dois processos.

A interpretação refere-se ao ato que envolve línguas faladas, mas na sua modalidade face a face. Já a tradução sempre envolve uma língua escrita (MEC, 2003). Há definições que diferenciam tradução pelo tempo maior que se tem para sua produção, podendo pesquisar o termo mais adequado, enquanto a interpretação é praticamente simultânea.

No Brasil, há o levantamento da existência de 5,7 milhões surdos, dados este do IBGE 2002. A lei Nº 10.098 de 19 de Dezembro de 2000 assegura a implantação da língua de sinais ou legendas em todas as emissoras brasileiras de TV para garantir aos surdos acesso às informações.

O Brasil está em um momento inicial de implantação de janelas de intérpretes de Libras e legendas para surdos, o principal foco é no período eleitoral, período este de maior visibilidade do intérprete de língua de sinais - ILS na mídia. Sobre a janela de LIBRAS já se sabe:

Seu formato corresponde a um espaço delimitado no vídeo onde as informações são interpretadas na Língua Brasileira de Sinais. Entretanto, nem todos os programas televisivos contam com esse recurso e, quando o disponibilizam, não o fazem em um formato adequado. Para compreender a LIBRAS é necessária a visualização dos gestos das mãos e da expressão facial, mas, normalmente, a veiculação da imagem é feita em pequenas janelas no canto da tela, fugindo do modelo ideal. (BRASIL, 1999, p. 16)

Analisaremos o processo do trabalho de um tradutor/intérprete de Libras e de Língua Portuguesa para TV de uma propaganda do Tribunal Regional Eleitoral - TRE.

Primeira etapa:

Após primeiro contato com a produtora de comerciais de TV, o ILS recebeu um fax com um texto publicitário para interpretar para a Língua de Sinais Brasileira uma propaganda eleitoral. Dessa forma pôde estudar o texto, procurar a melhor forma para traduzir para LIBRAS, pesquisar sinais e fazer uma transcrição de apoio para memorização da sequência de sinalização. Esse primeiro processo, consideramos ser muito próximo da tradução em línguas orais.

Segunda etapa:

No dia seguinte o ILS foi à empresa para gravar a sua imagem sinalizando em Libras. O ILS pediu para ver a propaganda na íntegra, pois queria capturar informações da posição e características dos personagens. Assim, o intérprete foi encaminhado para a “Ilha de Edição”, podendo visualizar a propaganda eleitoral.

Logo depois, foi levado ao estúdio. Os técnicos colocaram o áudio e ao mesmo tempo em que ouvia a sequência de falas da propaganda era capturada a sua imagem interpretando, para depois ser esta imagem sobreposta em “janela de intérprete” à propaganda e posteriormente veiculada na TV. Essa etapa acaba sendo um registro sim, mas não da escrita para os sinais e sim do áudio veiculado para a imagem em vídeo (produção dos sinais). Mais próximo de uma interpretação simultânea, apesar do intérprete já saber o que vai ser dito.

Consideramos que todo esse processo configura-se como a complementação entre tradução e interpretação.

Etapas: 1ª ETAPA 2ª ETAPA
Línguas envolvidas: LÍNGUA ESCRITA PARA LIBRAS LÍNGUA ORAL PARA LIBRAS
Tradução: Tradução (estudo e preparação anteriormente) Interpretação simultânea (gravação em estúdio)
Processo de construção: Leitura do texto, identificação dos sinais equivalentes que possam ser usados na interpretação, mas nesse momento não se sabe a composição do cenário e características dos personagens. Recepção da língua fonte (português) por meio da audição, nervo auditivo, cérebro, mente consciente. Usa-se os sentidos, construção de uma rede de signos e sua produção simultaneamente na língua alvo, a Libras.

Terceira etapa:

Geralmente, o ILS é convidado a voltar outro dia, após o processo de edição para conferir se a equipe técnica sobrepôs a imagem corretamente ao áudio. As empresas que trabalham com produção de vídeos, utilizam a imagem em vídeo sobreposta à campanha publicitária em televisão e a denominam de “legenda em língua de sinais”, “legenda quadrada” ou “legenda de intérprete de Libras”.

1) Texto original em Língua Portuguesa escrita (como foi recebido pelo tradutor/intérprete)

Roteiro da TV 30’’
Cliente: TRE

Espaço de salão de cabeleireiro: Uma garota de uns 16 anos, meio alternativa, cabelo com mechas coloridas, meio punk, está na cadeira, folheando revistas. A cabeleireira está com tesoura na mão. Surge uma patricinha toda de rosa, vestidinho, bolsinha...

Patricinha: Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido. Faz assim, coloca um aplique, pinta tudo de loiro e chapinha, chapinha... ai, vai ficar lindo.

A garota da cadeira começa a gesticular, dizer que não, não...

Locutor: Quando você não vota, é isso que acontece... alguém decide por você.

Entra tela com título de leitor e lettering sobreposto com a documentação exigida (carteira de identidade, certificado de quitação de serviço militar, certidão de nascimento ou casamento e comprovante de residência) e a data.

Locutor: Quem não tem o título de leitor ou quer transferi-lo, deve procurar o cartório eleitoral mais próximo até 5 de maio. Ah, quem faz 16 anos até 3 de outubro também já pode votar.

Jovem punk aparece transformada, loira e cabelo liso.

Locutor: Não permita que decidam por você.

As partes do texto negritado correspondem ao que foi efetivamente traduzido, pois era a composição do áudio da propaganda.

Trata-se de uma propaganda televisiva informativa sobre o período eleitoral, versa sobre o compromisso do povo brasileiro com a escolha dos candidatos e dá informações gerais sobre documentação e transferência de título, destinada à população em geral. Haja vista que esta propaganda foi veiculada em todo Estado de Mato Grosso do Sul por aproximadamente três semanas, há que se considerar a existência de surdos com diferentes níveis de expressão e compreensão da língua brasileira de sinais. No caso da legenda em língua de sinais, esta seria indicada para surdos utentes da língua de sinais, que tem direito à receber as informações destinadas ao povo brasileiro.

No momento do estudo do texto e pesquisa dos sinais, o fato da diversidade linguística dos surdos teve que ser levado em consideração.

2) Texto original em Língua Portuguesa oral (como foi editado no áudio do vídeo)

Roteiro da TV 30’’
Cliente: TRE

Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido. Faz assim, coloca um aplique, pinta tudo de loiro e chapinha, chapinha... ai, vai ficar lindo.

__________________________________________________________

Quando você não vota, é isso que acontece... alguém decide por você.

Quem não tem o título de leitor ou quer transferi-lo, deve procurar o cartório eleitoral mais próximo até 5 de maio.

Não permita que decidam por você.

A primeira parte é a voz da menina que corresponde à patricinha (cena no salão de cabeleireiro), e a segunda parte voz de homem que corresponde ao locutor.

Observem que no áudio foi suprimido “Ah, quem faz 16 anos até 3 de outubro também já pode votar.” Essa informação apareceu no vídeo como legenda, mas não interpretado para a Libras visto que foi apresentado sobreposto à fala da patricinha.

3) Texto traduzido para Língua de Sinais (transcrição da tradução)

  Roteiro da TV 30’’
Cliente: TRE
Contexto Primeira parte - fala da patricinha (cena no salão de cabeleireiro)
Voz da patricinha em Português Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido. Faz assim, coloca um aplique, pinta tudo de loiro e chapinha, chapinha... ai, vai ficar lindo.
Interpretação para Libras /NÃO/ /NÃO/ /CORTAR/ NÃO/ /COLAR/ fazendo o sinal de cola e de puxando o maço de cabelos do couro cabeludo de forma contínua e longa para que represente o cabelo comprido /PINTAR//LOIR@//CHAPINHA/ associado ao sugar das bochechas /BONITO/ /ESPECIAL/.
Contexto Segunda parte fala do locutor
Voz do locutor em Português Quando você não vota, é isso que acontece... alguém decide por você.
Interpretação para Libras /SI/ /VOCÊ/ VOTAR/
/NADA/ /PERDER/ /SUBMETER-SE/ /MANDAR-ME/
Voz do locutor em Português Quem não tem o título de leitor ou quer transferi-lo, deve procurar o cartório eleitoral mais próximo até 5 de maio.
Interpretação para Libras /POR-ISSO/ /VOCÊ/ /NÃO-TEM/ /VOTO/ /OU/ /QUER/ /MUDAR/ /CIDADE/
/PRECISA/ /IR/ /CARTÓRIO/ /ATÉ/ /CINCO/ /MAIO/.
Voz do locutor em Português Não permita que decidam por você.
Interpretação para Libras /SUBMETER-SE/ /NÃO/ /NADA/ /INICIATIVA/ /VOTO/ /VOCÊ/
RESPONSÁVEL/
  Transcrição conforme FELIPE (2001)

Construção da Análise

Propusemo-nos a estudar os procedimentos técnicos utilizados para transferir significados de um código linguístico, língua portuguesa, para língua de sinais. Dessa forma, consideramos a propaganda do TRE de Mato Grosso do Sul de 30 segundos um trabalho que fornece um corpus 2 significativo para a pesquisa. Diferentemente do modo tradicional de examinar se o texto de partida foi adequadamente transposto na tradução, o nosso trabalho teve como objetivo observar o uso de padrões linguísticos utilizados na tradução/interpretação de Língua portuguesa para língua de sinais. O estudo foi realizado por meio da análise da fita de vídeo gravada em estúdio.

A leitura dos estudos linguísticos da Língua de Sinais (BRITO, 1995; BERNARDINO, 2000; QUADROS, 1997; QUADROS E KARNOPP, 2004) contribuiu para a classificação dos elementos constitutivos e o reagrupamento baseado em analogias, indicando um processo convergente, para depois desenvolver o aprofundamento, ligação e ampliação, como também os estudos sobre o processo tradutológico (BARBOSA, 2004; AUBERT, 1994; AZENHA JUNIOR, 1999). Portanto, inicialmente vislumbramos algumas categorias de análise, como:

  1. Condições sociais de produção da tradução/interpretação;
  2. Aspectos espaciais;
  3. Estratégias de escolha lexical e os procedimentos técnicos da tradução;
  4. O que não está nas mãos.

Realizamos a visualização exaustiva da gravação, levantamento das principais características referente às categorias elencadas anteriormente, como também a discussão sobre as soluções encontradas pelo tradutor para manter o texto em legenda o mais próximo possível do original.

As fontes bibliográficas foram usadas com a intenção de contrapor, de confrontar o uso da língua contida na produção da tradução para propaganda, de complementar e favorecer a análise.

Tradução e Interpretação para Língua de Sinais Brasileira

A tradução/interpretação de língua de sinais tem sido um novo campo de estudo, ainda com poucas publicações. Portanto, consideramos que este texto resultado do corpus analisado possa ser usado como ferramenta para o treinamento, ensino e fomento à pesquisa em tradução de língua de sinais. Estudos estes iniciados em uma perspectiva distanciada da cartesiana ou de unicamente aplicação de “técnicas de tradução”, estando em desuso essa vertente, já que a tradução consiste de escolhas, particular e subjetivamente influenciada por aspectos ideológicos, lingüísticos e culturais. (AUBERT, 1994)

No texto que segue desenvolvemos a análise dessa complexa ação do homem, da tentativa de reconstrução do sentido da mensagem, do tradutor modelando a realidade de acordo com as decisões que toma a fim de retextualizar um texto escrito em um contexto sócio-cultural específico.

a) Condições sociais de produção da tradução/interpretação

Uma agência de propaganda de Campo Grande – MS, em 2004, procurou o Centro de Apoio ao Surdo CAS/SEE/MS com o objetivo de contatar um tradutor/intérprete de língua de sinais, tinha como objetivo pesquisar quais as condições para execução do trabalho de interpretação, querendo de alguma forma se eximir do pagamento desse profissional. Depois de alguns dias sem contato o CAS retornou a ligação para verificar a execução do trabalho de tradução/interpretação da propaganda do TRE, sendo informado que a empresa resolveu dispensar essa legenda. O CAS a fim de garantir o direito do surdo teve que negociar e reforçar que a legenda é direito de acessibilidade do cidadão surdo. Depois de mais alguns dias de negociação a empresa retorna a ligação para a contratação do tradutor/intérprete de língua de sinais.

O tradutor/intérprete recebeu um dia antes da filmagem a escrita das falas do vídeo, realizou a leitura do texto e procurou os sinais equivalentes e sinônimos, buscamos adequar as palavras ao interlocutor que imaginava: adulto escolarizado, criança, velho entre outros, procurando atingir a qualquer um que assistisse a propaganda. Trindade (2003) afirma que a legenda dever ser lida com facilidade pela grande maioria da população, precisa ter linguagem acessível para compreensão imediata.

O que Aubert (1994) denomina de rede de relações imaginéticas, parte do pensamento do tradutor, consiste na construção de hipóteses sobre os participantes (interlocutores) do texto que produz, mas o tradutor não tem controle algum sobre seus destinatários, nesse caso o espectador da propaganda. Assim o tradutor:

Negocia significados e sentidos não mais apenas com o texto original e com o constructo mental que corresponde à sua visão do autor original do texto, mas com o outro constructo mental, o de sua visão, unitária ou multifacetada, do conjunto de receptores da tradução que empreenderá do texto, ou, mais precisamente, do novo texto que substituirá o primeiro, na recepção do(s) seu(s) público(s)-alvo. É outra, portanto, a situação comunicativa, são outras as relações intersubjetivas e, assim, necessariamente será outra a abordagem do texto no decorrer da execução do ato tradutório (AUBERT, 1994,p.27)

O tradutor/intérprete ao tomar o texto em suas mãos não se preocupa apenas em adequá-lo ao seu interlocutor, mas também aos problemas de ordem lingüística. Como a Língua de Sinais Brasileira ainda está em processo de investigação não temos uma descrição das possibilidades de construção da mesma, não sendo possível em muitos casos a consulta à enciclopédias, glossários de termos técnicos ou à gramática da língua. Dessa forma, parece ser menos preocupante ao intérprete a fidelidade ao uso da forma ou estilo do texto original.

Sabemos que na data da gravação a mesma foi repetida inúmeras vezes, por conta das preocupações anteriormente citadas e porque o tempo de execução dos sinais deveria acompanhar o tempo de produção do áudio do vídeo e ao final deveria terminar alguns segundos antes, pois apesar de ainda ter áudio era incluída na tela a imagem do TRE. Após a gravação em uma sala a equipe deslocava-se para a “ilha de edição” onde imediatamente era sobreposta a imagem da legenda em sinais à propaganda, mas a equipe que ali estava pouco contribuía para a produção da interpretação, pois solicitavam apenas que fosse mais rápido, muitas vezes insinuando que o tradutor suprimisse alguns sinais sendo mais sucinto.

Deparamo-nos com um problema, tempo de produção da língua oral versus tempo de produção da língua de sinais, pois o fator determinante para a duração da exposição da legenda é o tempo da fala. Nos estudos da tradução a explicitation hypothesis (hipótese da explicitação) fica evidente a diferença de tempo. Blum-Kulka (1986) parte do pressuposto que as traduções são sempre mais longas que o texto de partida, não importando a língua, o gênero ou registro.

A escolha dos sinais da Libras não é algo simples, pois os sinais, em si mesmos, normalmente não expressam o significado completo do discurso. Este significado é determinado por aspectos que envolvem a interação dos elementos expressivos da linguagem. No ato da conversação, o receptor deve determinar a atitude do emissor em relação ao que ele produz” (QUADROS, 1995, p.1). Assim, cada receptor, ou melhor, telespectador atribui significado à esta expressão em sinais.

b) Aspectos espaciais

Na língua oral os vocábulos são organizados sequencialmente, ou seja, há uma linearidade dos segmentos sonoros, já nas línguas de sinais os elementos podem ocorrer simultaneamente, ou seja, um sinal é produzido em uma das mãos ao mesmo tempo em que a outra mão pode estar indicando outro signo e a face construindo outros elementos, queremos dizer que estes coocorrem em relação ao tempo. Sacks (1998, p.125) adverte se os sinais forem usados linearmente concomitante à fala “os surdos, embora consigam processar cada item à medida que surge, tem dificuldade para processar o conteúdo da mensagem como um todo quando todas as informações são expressas no fluxo de sinais como elementos sequenciais”.

Tomamos este ponto como análise neste subtópico. Assim, os aspectos espaciais determinam as relações gramaticais nas Línguas de Sinais, a primeira parte do vídeo consiste na apresentação de um diálogo entre a patricinha e a punk. A patricinha inicia: “Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido [...]”. Ver figura 1.

Nesse momento (ver figura 2) o tradutor fez uso do shifting, pois a referenciação pode ser feita a partir da apontação na direção do interlocutor ou leve deslocamento do enunciador para o ponto de referência que ele passa a incorporar, assumindo a postura de primeira pessoa “eu”, pode-se utilizar trejeitos que a identificam e caracterizam o personagem. (BERNARDINO, 2000).

Nessa propaganda identificamos o leve deslocamento do corpo tradutor/intérprete, estabelecendo o ponto espacial com a reprodução do cenário do salão de beleza. Como a patricinha está à direita da tela o tradutor procurou o referente local real. Quadros (1997, p.57) afirma que “o uso dos indicativos espaciais, incluindo os pronomes, permite correferência explícita e reduz a possibilidade de ambiguidade”. Essa indicação espacial foi apresentada apenas pela direção do olhar, pois o tradutor olha para um ponto abaixo da sua linha do horizonte do seu lado direito enquanto sinaliza a fala da patricinha, pois a mesma está em pé e seu interlocutor nessa cena, a punk está sentada na cadeira do cabeleireiro. Assim, o referente foi estabelecido, não em um locus arbitrário, mas em um local análogo ao da produção do vídeo (cena) do salão e beleza, procurando usar a localização real dos participantes conversacionais, como Quadros (1997) aponta ser necessário na Libras. Bernardino (2000) afirma que a direção do olhar pode ser usada como sistema de referência pronominal. Verificamos, portanto que “a orientação é o ponto central dos sistemas pronominais das línguas de sinais” (BRITO, 1995). Dessa forma, o tradutor fez uso da localização como um componente interno da estrutura dos sinais e como parte do espaço construindo a estrutura linguística.

Na segunda fase da filmagem em que é introduzida a voz masculina do locutor o tradutor assume uma posição ereta com olhar direto para câmera, ou seja, olhando para o telespectador, produzindo os sinais em direção a este, como no caso da expressão: “Não permita que decidam por você” a responsabilidade é sua. No pronome pessoal você a orientação da ponta do dedo é oposta à orientação de quem fala, em direção ao seu interlocutor, para Brito (1995) nos pronomes /EU/ e /VOCÊ/ na Libras se assume uma estratégia egooposta e estes situam-se no eixo antropocêntrico.

Dando continuidade, ao que se refere às escolhas sintáticas feitas pelo tradutor, estas também contribuem muito para a informalidade do texto. Ele fez com que o texto em Libras fosse direto e objetivo, proporcionando uma recepção rápida e de fácil compreensão para os espectadores. Ao traduzir o texto, o tradutor procurou manter essas características.

c) Estratégias de escolha lexical e os procedimentos técnicos da tradução

A procura de equivalências lexicais, o tradutor buscou nos campos semânticos termos que se aproximassem da intenção do texto fonte. Constatamos que na primeira fase do vídeo, da cena no salão de beleza, há uma aproximação maior com a tradução literal, pois há uma correspondência maior entre fala e os sinais, apesar do integral respeito às particularidades da língua espaço-visual; mas, na segunda parte do texto em que é introduzida a fala do locutor constatamos a incidência de tradução obliqua 3. Pudemos verificar esse fato na asserção que se segue.

Na primeira parte, na fala da patricinha: “Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido. Faz assim, coloca um aplique, pinta tudo de loiro e chapinha, chapinha... ai, vai ficar lindo”, o tradutor/intérprete utilizou-se principalmente do sistema de classificação, reconstruindo um conjunto de elementos visuais para representar as ações; sistema de classificação instrumental ao representar o /CORTAR/ e /PINTAR/; e sistema de classificação funcional ao representar a /CHAPINHA/ associado ao sugar das bochechas, /APLIQUE/ fazendo o sinal de cola e de puxando o maço de cabelo do couro-cabeludo de forma contínua e longa para que represente o cabelo comprido. Mais especificamente, na expressão “pinta tudo de loiro” o tradutor usou /PINTAR/ /LOIRO/ mais o movimento contínuo em várias partes da cabeça por si só expressou a referência do todo.

Voz da Patricinha em Português Não, não, não vai cortar, cabelo tem que ser comprido.
Interpretação para Libras NÃO/ /NÃO/ /CORTAR/ NÃO/ /COLAR/ fazendo o sinal de cola e de puxando o maço de cabelos do couro cabeludo de forma contínua e longa para que represente o cabelo comprido.

 

Voz da Patricinha em Português Faz assim, coloca um aplique, pinta tudo de loiro e chapinha, chapinha... ai, vai ficar lindo”
Interpretação para Libras /PINTAR//LOIR@//CHAPINHA/ associado ao sugar das bochechas
/BONITO/ /ESPECIAL/.

Para Barbosa (1994, p.65) a tradução literal é “aquela em que se mantém uma fidelidade semântica estrita, adequando, porém a morfossintaxe às normas gramaticais da língua da tradução.” É um procedimento recomendável, sempre que possível. Logo em seguida:

Voz do locutor em Português Quando você não vota, é isso que acontece... alguém decide por você.
Interpretação para Libras /SI/ /VOCÊ/ VOTAR//NADA/ /PERDER/ /SUBMETER-SE/
/MANDAR-ME/

Já no segundo momento houve a necessidade de mudanças drásticas do texto fonte, como no caso da frase “alguém decide por você”, sendo feita a escolha por /PERDER/ /SUBMETER-SE/ /MANDAR-ME/.

Interpretação para Libras /PERDER/ /SUBMETER-SE/ /MANDAR-ME/.

Identificamos nessa sentença o uso do procedimento de modulação que para Barbosa (1994, p. 67) afirma ser reproduzir mensagens do texto na língua fonte para o texto na língua alvo, mas levando em consideração o modo como as línguas interpretam a experiência do real. Está relacionada a categorias do pensamento.

Um aspecto interessante neste discurso sobre o voto é o uso de expressões diretas como na fala do locutor: “Não permita que decidam por você”. O uso do termo “decidam”, produz o sentido de que “alguém escolhe em quem você vai votar” ao mesmo tempo em que apresenta um sujeito indeterminado. Esses aspectos certamente foram os que causaram maior dificuldade na tradução, e no processo de busca de uma expressão equivalente.

Acreditamos que se a expressão fosse traduzido de forma literal, como: /NÃOPODER//ESCOLHER//VOCÊ/ denotaria a ideia de “não poder ser escolhido”, mas se perderia a partícula “por” da língua portuguesa que carrega a ideias de outra pessoa, “por” inexiste como um sinal único na libras. Dessa forma, pudemos observar que na tentativa do tradutor de manter a ideia de subordinação à escolha de outro foi feito pela utilização de um verbo direcional /MANDAR/ e a expressão facial de recolhimento e subordinação.

Voz do locutor em Português “Não permita que decidam por você”.
Interpretação para Libras /SUBMETER-SE//NÃO//NADA//INICIATIVA//VOTO//VOCÊ/
/RESPONSÁVEL/

Procurando manter o sentido de que você deve tomar a iniciativa de escolher em quem vai votar, expressado em português pelo “não permita” o tradutor fez a opção por usar /INICIATIVA/ /VOTO/, trocando sua posição, o que vinha no começo da frase em língua português “não permita” ficou no meio da sinalização.

Conforme Bernardino (2000) e Quadros (2003) a topicalização 4 é muito frequente na língua de sinais em relação à construção na língua portuguesa. Constatamos que o tradutor usou a estrutura tópico-comentário nessa expressão, pois da construção em língua portuguesa “Não permita que decidam por você”, fez uso primeiro da ideia de decidirem por você e depois de não permitir.

Identificamos, portanto nessa asserção a impossibilidade de uma tradução palavra-por-sinal como apontado por Sacks (1998, p.42) “não é possível transliterar uma língua falada para a língua de sinais palavra por palavra ou frase-por-frase suas estrutura são essencialmente diferentes”.

Consideramos ser esta uma verdade absoluta, pois ao se traduzir de uma língua para outra, substitui-se mensagens em uma das línguas, não por unidades de códigos separadas, mas por mensagens inteiras de outra língua, com suas particularidades de contexto e uso. No dizer de Fernandes (1994) “Todas as relações de contexto são base ou contribuem e interferem na relação da significação e de uso”.

Nesse contexto, constatamos novamente o uso do procedimento de modulação. A Expressão em Libras “VOCÊ RESPONSÁVEL” ou “RESPONSABILIDADE SUA” é muito comum entre os surdos e foi usada pelo tradutor.

“Muitas expressões idiomáticas das línguas de sinais são diferentes daquelas das línguas faladas no mesmo país. Os trocadilhos são jogos de som das palavras, mas com os aspectos visuais dos sinais. (...) Muito humor baseado na fala se perde na Língua de /sinais e vice-versa.” (FREEMAN, CARBIN e BOESE, 1999, p.163)

Nos estudos tradicionais de tradução, essa “alteração” no texto fonte seria condenável, mas nos estudos contemporâneos a ação do tradutor/autor é evidentemente natural apesar de manter na construção apenas um certo grau de correspondência com o texto fonte. Aubert (1994) nos leva a refletir sobre a impossibilidade de “apagamento” do tradutor/intérprete das suas condições culturais e ideológicas que filtram a mensagem, considera ainda que a construção de desvios é muitas vezes imposta pela própria língua e culturas de partida e de chegada.

Há um aspecto que certamente causa maior dificuldade na tradução para propaganda televisiva, o da imagem na TV ser bidimensional, e se a produção do sinal /SUBMETER-SE/ ou /SER-MANDADO/ for produzido de frente para o expectador isso pode causar ambiguidade, sendo melhor construído em uma produção lateral. Lembremos que no texto fonte “Não permita que decidam por você”, o sujeito que decide é indeterminado, devendo ser sinalizado em um local aleatório, mas o olhar minimiza essa dubiedade no momento da apreensão da mensagem pelo interlocutor surdo.

Português Quem não tem o título de leitor ou quer transferi-lo, deve procurar o cartório eleitoral mais próximo até 5 de maio.
Interpretação para Libras /POR-ISSO/ /VOCÊ/ /NÃO-TEM/ /VOTO/ /OU/ /QUER/ /MUDAR/ /CIDADE/ /PRECISA/ /IR/ /CARTÓRIO/ /ATÉ/ /CINCO/ /MAIO/.

No texto original a palavra transferir foi usada genericamente, mas na tradução para Libras o tradutor usou /MUDAR//CIDADE/, acrescentou o termo cidade. O acréscimo é outro procedimento muitas vezes produtivo na tradução. O verbo /MUDAR/ em Libras parece precisar de um complemento, mudar de onde para onde. Todavia, a interpretação final deveria ser deixada para que o interlocutor surdo a fizesse, visto que a transferência poderia ser de uma zona eleitoral para outra e não de uma cidade para outra. Apenas o sinal /MUDAR/ deixaria a questão em aberto para dedução, inferência e interpretação de cada sujeito receptor da mensagem.

d) O que não está nas mãos

As expressões faciais marcam tipos diferentes de questões, como construção negativa /afirmativa da sentença, sentenças relativas, condicionais, perguntas e perguntas retóricas. Podem indicar também informações adverbiais. (WILCOX E WILCOX, 2005).

Na tradução da fala da patricinha, além da questão de tomada do espaço da mesma e da inclinação do corpo, anteriormente discutido, identificamos que o tradutor procurou apresentar na sinalização a mudança de registro da voz, característico da articulação de uma menina, assim assume uma sinalização mais próxima ao corpo, as mãos mais “leves” e expressão facial de em algumas vezes de “metida”, enquanto ao assumir o narrador quando é introduzido o áudio da voz masculina o tradutor mantém o tronco erguido e a expressão facial mais neutra para marcar o discurso direto ao telespectador.

Para Bernardino (2000, p.133) essa referenciação não é apenas dêitica, mas “passa a ser uma expressão referencial descritiva, uma vez que o enunciado ‘incorpora’ o personagem, atribuindo-lhe características físicas (como trejeitos, expressões faciais e corporais etc.) e psicológicas (como alegria, tristeza, preocupação, etc.)”.

Ainda na fala da patricinha ao sinalizar o uso da chapinha, chupa as bochechas indicando os cabelos sendo prensados na chapa, configurando o uso do sistema descritivo que faz uso da expressão facial.

Na sentença proferida pelo narrador, anteriormente analisada: “Não permita que decidam por você”. A expressão facial de subordinação fica evidente com a inclinação e direcionamento do olhar para baixo, e a atribuição disso como ação negativa também no balançar da cabeça para os lados, quando sinaliza /INICIATIVA//VOTAR/ assume uma expressão facial de iniciativa e autonomia.

Além desses aspectos pertinentes à língua de sinais observamos que o tradutor/intérprete apresentou em alguns momentos uma sub-articulação oral, pois o mesmo estava desenvolvendo um processo mental de transposição de língua portuguesa para língua de sinais, mas esta sub-articulação oral não obscureceu ou impediu o uso da Língua de Sinais em suas particularidades gramaticais. Não interferindo, portanto, na compreensão da sinalização.

Considerações Finais

Deve-se considerar o conjunto de condicionamentos que derivam as formas particulares nas quais cada tradutor/intérprete está inserido e que consequentemente põe a mostra sua produção interpretativa, ou das competências, conversões, códigos próprios à comunidade a qual se destina, ou seja, ao espectador surdo.

Nesse caso, apesar da tradução/interpretação em Libras ser imposta aos produtores da propaganda, a fizeram. No espaço da agencia de propaganda a pressão foi sofrida pelo intérprete de Libras para que sinalizasse cada vez mais rápido, também pela falta de sensibilidade da equipe de filmagem. O intérprete além de interpretar teve que orientar à equipe sobre questões de enquadramento, contraste, repetição da filmagem até que ficasse um produto final bom (aceitável).

Propusemo-nos neste texto, produto do estudo tradutológico, não apenas analisar o produto do ato da tradução em confronto com o texto de partida, mas principalmente o processo de elaboração de uma tradução de língua portuguesa para língua de sinais.

A grande questão, quando nos interessamos pela produção da tradução/interpretação foi compreender: Como as “limitações” de diferentes códigos são sempre transgredidos pela invenção ou, pelo contrário, como as liberdades da interpretação são sempre limitadas? A partir de uma interrogação como esta será talvez mais inquietante a tentativa de análise dos “riscos” da interpretação em legenda para TV, pois atinge um número “invisível” de telespectador surdos e pode suscitar diferentes interpretações.

Embora a primeira vista pudéssemos achar que o texto fonte fosse curto e simples, pois consistia em 30 segundos de gravação, o ato tradutório nos levou a concluir que não existe tradução simples e muito menos o trabalho de simples tradução. Consideramos haver certa equivalência na tradução, como uma aproximação entre as duas línguas envolvidas; onde o tradutor/intérprete não é invisível e interage com o texto que produz, de modo a adaptá-lo às necessidades do público alvo, ele desenvolve uma reelaboração na língua alvo. “Tal reelaboração resulta em uma nova mensagem, mantendo com a primeira um certo grau de equivalência.” (AUBERT,1994).

Verificamos que o tradutor/intérprete procurou respeitar as particularidades da Língua de sinais espaço-visual, e para construção da enunciação fez uso de cadeia (sequência) de representação sígnica, localização interna do sinal, construção dêitica, processo anafórico, construção ideária, mímica e uso de verbos direcionais.

Pela análise de alguns trechos vitais da tradução para língua de sinais da propaganda do TRE, pudemos verificar que a transposição criativa do diálogo e do texto informativo é, sem dúvida, uma tarefa árdua e, obviamente, existiu deslizes nessa tradução.

Assim, podemos concordar com Muniz e Feitora (2004) quando afirmam que “traduzir é produzir sentidos, os quais variam conforme as convenções socioculturais de uma comunidade, reforçando a ideia de que traduzir é possível, impossível é pensar em tradução enquanto mera transposição de palavras de uma língua para outra”.

Finalizamos este trabalho com a consciência de que nenhuma tradução/interpretação é a única adequada, de modo que outro tradutor/intérprete poderia ter feito escolhas diferentes e mesmo assim chegar a um resultado satisfatório.

De qualquer forma, é imprescindível ter em mente que qualquer tradução/interpretação exige, além do conhecimento das duas línguas envolvidas, um trabalho de pesquisa e investigação muito grande por parte do tradutor.

Notas

1 Para uma tradução os tradutores possuem o texto fonte escrito ou registrado em vídeo e/ ou áudio e têm tempo para construir e refinar o texto alvo sendo que eles mesmos definem o ritmo de seu trabalho; já os intérpretes não possuem muito tempo para trabalhar o Texto fonte, pois ele está sendo proferido no momento da interpretação, e o Texto alvo deve ser oferecido imediatamente, sendo que quem dita o ritmo do trabalho é o orador e não o intérprete. “Embora não haja dúvidas de que a interpretação simultânea e a consecutiva envolvam um processo de tradução, no sentido mais amplo do termo – a conversão de uma mensagem de um idioma para outro e de uma cultura para outra –, a maioria dos teóricos e dos praticantes das duas áreas reserva o uso dos termos mencionados acima para duas atividades diferentes, conforme as delimitações já mencionadas (PAGURA, 2003, p.210).
2 corpus tem sido definido como qualquer conjunto de textos (em oposição a frases), em formato eletrônico e que possam ser analisados.
3 Campos (1986) indica que a tradução obliqua se distancia da estrutura do texto original. “A tradução obliqua envolve uns quantos “procedimentos técnicos”, assim denominados, como, entre outros, a transposição, a modulação, a equivalência e a adaptação, procedimentos esses descritos e exemplificados por Vinay e Darbelnet”. (CAMPOS, 1986, p. 29)
4 A Topicalização é o nome dado ao movimento de um constituinte para a posição de tópico do discurso. O(s) complementos em geral aparece(m) depois do verbo, mas no caso da topicalização os constituinte deslocado passa para o começo da sentença do verbo.

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