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Silvia Estrela Lourenço
Silvia Estrela Lourenço
Especialista em Tradução/Interpretação e Ensino de Libras
Guia-Intérprete para pessoa com surdocegeueira: Reflexão sobre as tendências e perspectivas de sua formação
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Publicado em 2012
Libras em estudo: tradução/interpretação, FENEIS-SP, p109-139
Silvia Estrela Lourenço
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Resumo

O presente artigo busca discutir a atual formação proporcionada aos guias-intérpretes que atendem às pessoas com surdocegueira, oferecida pela ABRASC e GRUPO BRASIL DE APOIO AO SURDOCEGO. Objetiva-se analisar como tem sido organizada essa formação, a fim de proporcionar aos profissionais da área, condições para trabalhar com as especificidades da pessoa com surdocegueira, analisar as grades curriculares dos países analisados e um paralelo dos cursos realizados nesses países. Esse trabalho tem como referencial teórico alguns princípios do materialismo histórico, e por meio de uma coleta de dados da realidade que envolve o trabalho do Guiaintérprete, partindo da realidade atual, mediar uma análise dos dados coletados e também documental. Para desenvolver este estudo foram realizadas entrevistas abertas com uma guia-intérprete e profissionais ligadas à área da surdocegueira vinculados às instituições promotoras de formação e uma análise documental dos currículos dos cursos de formação nos EUA, Colômbia e Brasil. Os resultados indicam a necessidade de consolidar a profissão de guia-intérprete, buscar parcerias e recursos para que essa formação se efetue de forma acadêmica, junto aos órgãos públicos e às instituições de ensino superior.

Introdução

Constatamos que o movimento da Comunidade surda passa a ter maior visibilidade, sobretudo nos anos 2000, que permite hoje a discussão sobre eles como parte da diversidade cultural e de inclusão social, temas que passam a habitar obrigatoriamente o debate sobre a necessidade de profissionais intérpretes como instrumento de acessibilidade. No caso das pessoas com surdocegueira se faz necessário incluir os guias-intérpretes, familiares das pessoas com surdocegueira. Assim, a política nacional é contagiada, de forma positiva, pela discussão da diversidade, em grande parte a partir desta articulação no interior das escolas, no interior do movimento sociais em todo o país.

A surdocegueira é uma condição única em que se combinam perdas visuais e auditivas que produzem graves problemas de comunicação e outras necessidades de desenvolvimento e aprendizagem. Algumas pessoas com surdocegueira apresentam perdas totais desses sentidos, outras não, podendo manter resíduos auditivos e/ou visuais. A pessoa com surdocegueira utiliza várias formas de comunicação para interagir, acessar as informações e desenvolver técnicas de orientação e mobilidade para explorar e conhecer o seu ambiente (GRUPO BRASIL, 2005).

As pessoas com surdocegueira necessitam de formas específicas de comunicação para terem acesso à educação, lazer, trabalho, vida social, entre outros, faz-se necessário o trabalho do guia-intérprete que é um profissional capacitado que possibilita que a pessoa com surdocegueira seja independente tanto para se locomover como para se comunicar. Conviver com a surdocegueira é se defrontar com um mundo totalmente diferente e muito rico de experiências, exigindo conhecimento e técnicas específicas para que se possa desbravá-lo com mais habilidade e eficiência (GRUPO BRASIL, 2005).

Existem duas categorias de pessoas com surdocegueira, os congênitos e os adquiridos. O trabalho realizado com os congênitos envolve a atuação de um Instrutor mediador 3, o Guia-intérprete trabalha com a pessoa com surdocegueira adquirida, que é aquela pessoa que no percurso de sua vida adquiriu a surdocegueira posteriormente à aquisição da linguagem 4, quando a pessoa com surdocegueira necessita de um atendimento mais especializado, ele também pode utilizar o trabalho do Instrutor mediador. Essas pessoas podem ser: pessoas nascidas com audição e visão normal e que adquiriram perdas totais ou parciais de visão ou adição; pessoas com perda auditiva ou surdas congênitas com deficiência visual adquirida; e pessoas com perda visual ou cegas congênitas com deficiência auditiva adquirida (GRUPO BRASIL, 2005).

Para Maia (2005), “no processo de inclusão é necessário levar em consideração a importância do profissional guia-intérprete e ou do instrutor-mediador, pois será a conexão da pessoa com surdocegueira com o mundo que o rodeia” (MAIA, 2005, p.107).

O Profissional guia-intérprete é aquele que serve de canal de comunicação e visão entre a pessoa com surdocegueira e o meio no qual ela está interagindo, ele deve apresentar algumas habilidades essenciais para que consiga transmitir todas as informações de modo fidedigno e compreensível à pessoa com surdocegueira. Seu trabalho basicamente consiste na transliteração ou interpretação, descrição visual e as funções de guia vidente (PETRONI, 2010).

O guia-intérprete tem formação específica que lhe permite compreender a mensagem em uma língua, extrair o sentido por meio da informação linguística (palavras, orações, aspectos como intensidade, tom, timbre, entonação, acentuação, ritmo e pausa), extra linguística (pistas sonoras ou visuais provenientes do emissor e da situação comunicativa), contextualizar o sentido da língua de destino – interpretação – ou na mesma língua em outro sistema de comunicação utilizado pela pessoa com surdocegueira. Descrever o que ocorre em torno da situação de comunicação, a qual inclui tanto o espaço físico em que esta se apresenta como as características e atividades das pessoas nela envolvidas. Esta habilidade denomina-se Descrição Visual; Facilitar o deslocamento e a mobilidade da pessoa com surdocegueira no meio, a qual é chamada de Guia (RODRÍGUEZ, 1999). O guia-intérprete deve respeitar as dimensões afetiva, intelectual e a vontade da pessoa com surdocegueira. Alguns aspectos a serem levados em conta são: Confidencialidade, Fidelidade e Exatidão, Imparcialidade, Seletividade e Discrição (PETRONI, 2010).

Minha escolha em tratar esse tema, se dá pelo fato de eu atuar como Guiaintérprete de pessoas com surdocegueira adquiridas. O presente trabalho tem por objetivo registrar o histórico da formação profissional do Guia-intérprete no Brasil com a pessoa surdocega adquirida, público alvo desse profissional.

Currículo e Sociedade

Nas diversas formas de sociedades que marcaram a existência da humanidade, as propostas de educação produzidas são históricas, ou seja, elas germinam, passam por um processo evolutivo, entram em crise e se degradam, com dois momentos fundamentais: a construção e o desenvolvimento da proposta e o momento de sua crise e decomposição (ALVES, 1995, p. 44).

De acordo com a sociedade capitalista da época para superar a especialização do saber, Alves (1995) em sua concepção a resume em: no plano da organização do currículo, a formação universitária deve pleitear três momentos: Fixar-se nos estudos que ofereçam uma visão clara da sociedade concreta de nossos dias; Exigir que a área de atuação seja analisada em suas relações com a sociedade; e a formação específica que se programa para cada modalidade profissional.

No Brasil é a formação em nível Superior que tem se responsabilizado pela profissionalização, pela titulação de profissionais. O Conselho Nacional de Educação delibera quanto à carga horária e conteúdos mínimos de cursos avaliando por meio de indicadores a qualidade do ensino oferecido pelas Instituições de Ensino Superior. Para Bourdieu (2007[1978]) existe uma incessante busca pela classificação, ou seja, pela atualização do seu título (certificado).

O Guia-intérprete, por enquanto, não possui uma formação acadêmica, sua classificação está incluída no cadastro de ocupações na classe dos intérpretes, sua formação é realizada por uma Organização não governamental, o Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego, em parceria com Órgãos internacionais, e com respaldo governamental como Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Em 2007 teve o apoio do MEC, atualmente está em parceria com a Universidade Luterana do Brasil - Ulbra, na modalidade online em curso de aperfeiçoamento, assim os guias-intérpretes poderão concorrer a um lugar na sociedade, garantindo esse direito.

Isso nos faz repensar que as principais vítimas da desvalorização dos títulos escolares são aqueles que entram no mercado de trabalho sem diplomas, isso pode acontecer pela extensão progressiva do monopólio daqueles que detém o poder desses títulos. O autor nos coloca que,

A generalização do reconhecimento conferido ao título escolar tem por efeito, sem dúvida, unificar o sistema social de diplomas e qualidades que dão direito à ocupação de posições sociais e reduzir os efeitos de grupos isolados, ligados à existência de espaços sociais dotados de seus próprios princípios de hierarquização: sem que o título escolar chegue jamais a impor-se completamente, pelo menos, fora dos limites do sistema escolar, como padrão único e universal do valor dos agentes econômicos (BOURDIEU, 2007[1978], p. 151).

Ao vivenciar a defasagem, Bourdieu (2007) anuncia que os jovens iniciam uma luta contra a desclassificação por meio da adoção de estratégias para tentar escapar à desclassificação, portanto é preciso ou produzir novas profissões mais ajustadas às suas pretensões ou reordenar as profissões às quais o seu diploma dá acesso, constituindo um dos fatores importantes da transformação das estruturas sociais. As dialéticas da desclassificação e da reclassificação estão presentes no conjunto de processos sociais, e implica e exige que todos busquem o mesmo resultado, com os mesmos objetivos, essa luta de classes faz com que seus membros entrem em uma corrida de perseguição, de concorrência e que condenam cada agente reagir por si só aos efeitos das inúmeras reações dos outros agentes, ou mais precisamente, ao resultado da agregação estatística de suas ações isoladas (BOURDIEU, 2007[1978], p. 182).

Segundo Alves (1995), a importância de uma formação completa do indivíduo, ou seja, um indivíduo filosófico, com atitudes reflexivas e críticas a cerca do Ser humano e um indivíduo político, participativo e preparado para gerir os negócios do Estado.

A trajetória investigativa... buscando os documentos

Schaff (1995) mostra que há diferentes visões dos historiadores em todos os tempos, mesmo com métodos e técnicas de investigação aperfeiçoadas. Cada um, a sua maneira, tem a sua versão da verdade daquilo que esta em questão, o que acabou aproximando-os da filosofia. Segundo Benedetto Croce,

Toda a escolha e todo o encadeamento de fatos pertencentes a um grande domínio da história, história local, ou mundial, história de uma raça ou de uma classe são inexoravelmente controlados por um sistema de referência daquele que seleciona ou reúne os fatos. [...] Pode consistir em uma grande concepção da história ou numa simples compilação de pontos de vista confusos [...] (CROCE, apud SCHAFF, 1995, p. 69).

O processo do conhecimento é formado pela tríade: sujeito, objeto conhecimento. Schaff (1995) nos mostra os três modelos do processo do conhecimento: o primeiro modelo é sobre a teoria do reflexo, onde o objeto do conhecimento atua sobre a percepção do sujeito, um agente passivo, contemplativo e receptivo, registrando os estímulos vindos do exterior, o produto desse processo é o reflexo, a cópia do objeto e este está relacionada com a ação mecânica do objeto sobre o sujeito; o segundo modelo, idealista e ativista, a predominância volta ao sujeito que conhece, onde o objeto do conhecimento é sua produção, como criador da realidade; o terceiro modelo ocorre uma interação entre o sujeito e o objeto, onde é atribuído um papel ativo ao sujeito que sofre influências das determinações sociais, que introduzem no conhecimento uma visão de realidade socialmente transmitida.

Schaff (1995) pautado na perspectiva materialista histórico dialética de Marx, em suas teses, elenca três elementos constitutivos: o primeiro é sobre o individuo humano como “conjunto das relações sociais”, o segundo é a concepção do conhecimento como atividade prática, atividade sensível, concreta e o terceiro é a concepção do conhecimento verdadeiro como um processo infinito, visando à verdade absoluta por meio da acumulação das verdades relativas. Para se respeitar as teorias marxistas é preciso aceitar o modelo objetivo-ativista da relação cognitiva, que forma as teses como um todo orgânico.

A relatividade indica que o conhecimento humano é cumulativo, que se desenvolve no tempo e esse desenvolvimento é acompanhado de mudanças das verdades formuladas como resultado desse conhecimento. Em segundo lugar, a palavra em si possui dois casos: uma conotação diferente, uma designa a definição primeira de juízo verdadeiro e a segunda emprega-se como forma abreviada da expressão “conhecimento verdadeiro”.

O conhecimento é, pois um processo infinito, mas um processo acumulando as verdades parciais que a humanidade estabelece nas diversas fases do seu desenvolvimento histórico: alargando, limitando, superando estas verdades parciais, o conhecimento baseia-se sempre nelas e toma-as como ponto de partida para um novo conhecimento (SCHAFF, 1995, p. 97).

Objetivou-se investigar a trajetória da formação de guia-intérpretes no Brasil, visando tecer análises sob um viés comparativo, na perspectiva de desvendar as influências na formação atual, como ela se constituiu.

Dadas às especificidades do tema e, principalmente, dos questionamentos a serem respondidos, se fez necessária à constituição dos “dados”, no dizer de Certeau (1976), também por meio da história oral, ou do uso do testemunho da “memória viva”, “àquele que pode, por meio entrevistas, narrar práticas, acontecimentos, vivências passadas, por ter participado diretamente, estando presente naquele lugar e naquele tempo”.

O procedimento de pesquisa usado foi entrevistas abertas com a profissional que é multiplicadora do curso de formação no Brasil e trabalha como guia-intérprete, e profissionais que trabalham na área da Surdocegueira e que tiveram experiências com o processo de formação oferecido pela Abrasc em conjunto com o Grupo Brasil.

O outro procedimento usado foi a análise dos currículos dos cursos de formação, levantando informações sobre o trabalho de formação do guia-intérprete, principalmente nos Estados Unidos da América, Colômbia e Brasil. Esses locais foram escolhidos por serem referências em formação, os EUA por serem referência na área da Interpretação de Intérpretes de Língua de Sinais, a Colômbia por ser a tutora do curso de formação do Guia-intérprete no Brasil. A análise do Brasil se deu em dois momentos, a formação inicial e a formação atual do Guia-intérprete mostrando sua evolução do currículo até o presente momento.

Este estudo foi guiado pelas seguintes perguntas de pesquisa:

  • Quais instituições nacionais e internacionais estiveram envolvidas na formação de guia-intérpretes do Brasil? Quais as tramas interinstitucionais para promover a formação?
  • Em que níveis de ensino essas formações foram desenvolvidas?
  • Quais as influências políticas para fomentar essa formação?

Iniciativas internacionais para formação de guia-intérprete

Internacionalmente, o NCDB (National Consortion of Deaf-Blind) é uma instituição que presta assistência técnica nacional às crianças e jovens com surdocegueira, trabalha com informação e treinamento de pessoa, principalmente, nos Estados Unidos da América.

O NCDB é um centro nacional de educação de intérpretes, tendo cinco centros regionais de formação de intérpretes nos EUA, como consta na figura 1. Internacionalmente, geralmente, os cursos para guia-intérprete são incorporados ao currículo de formação de Intérpretes de Língua de Sinais para surdos. Os tópicos dos cursos listados abaixo foram genericamente apontados para refletir os tipos de temas que normalmente são incluídos em Programas de formação de Intérpretes de ASL (American Sign language - língua americana de sinais).

Currículo Nacional de Formação intérpretes que trabalham com pessoas com surdocegueira
O Consórcio Nacional de Intérprete de Centros de Educação é financiado pelo EUA
Departamento de Educação - 2005 - 2010
Introdução ao Campo de Interpretação
Definições e Descrições da surdocegueira, Parte 1
os métodos de comunicação
Respostas de Emergência
Etiologias da surdocegueira
Experimentando Perda da visão - O Ciclo de Luto Identificando a definição nacional de surdocegueira
Papel do intérprete educacional vs Interventor
A cultura surda
Surdocegueira, uma visão geral
Entendendo a cultura da pessoa com surdocegueira
A experiência comunitária com pessoas com surdocegueira
Conhecer a Tecnologia usada por pessoas com surdocegueira
Interpretação de sinais para voz
Cópia de Sinais consecutivos: Expressando
Expressar entre diferentes idiomas de origem
Métodos Táteis e Técnicas de Comunicação
Técnica sobre a voz
Tipos de Interpretação: linguagem falada ou escrita
Interpretação de voz para sinais
Sinais consecutivos Cópia: sinais
Cópia simultânea de sinais
Modificações e acomodações para a interpretação
Métodos de comunicação tátil
Interpretação I (Iniciante)
Definições e Descrições da surdocegueira, Parte II
a perspectiva de pessoas com surdocegueira, parte I
Os Fundamentos do Toque
Fundamentos das Técnicas de guia vidente
Interpretação de Informação Médica
Modalidades
Interpretação para pessoas com surdocegueira:
Implicações para o intérprete é o papel do
Métodos e Técnicas de Comunicação
Estabelecer Planos para Intérpretes e pessoas com
surdocegueira
Técnicas de guia-vidente
Métodos e Técnicas de Comunicação Tátil
Tipos de perda de visões e diferentes etiologias
Modificações e acomodações para a interpretação
Métodos de comunicação tátil
Interpretação II (Intermediário)
Características únicas de Interpretação para
pessoas com surdocegueira
Dar e receber feedback
Descrevendo o Ambiente Visual
Copia de sinais e retransmissão de Interpretação
A perspectiva de pessoas com surdocegueira,
Parte II
Reuniões do grupo: avaliação das necessidades
de Interpretação
Preconferencing, Modificações e Fronteiras
Interpretando de Material Impresso: Menus, Diagramas e Gráficos
Anotações e condensação em ASL
Interpretação - Incluindo Informações Visuais
Interpretação Ajustes
Ergonômicos e as questões ambientais que afetam a interpretação
Interpretação III (Avançado)
A consciência do Comportamento não Verbal
Consciência do contexto: Social, Visual, Histórico e Cultural
Interpretando Símbolos Visuais: Mapas, Planilhas e Gráficos
Análise e Priorização de Conteúdo Dentro do Contexto
Análise e Pertinência: Comunicação Não-Verbal
Interpretação: Inclusão do contexto cultural
Resumindo Textos Simultaneamente
Observação crítica e discussão
Texto de Análise: Perspectiva Ouvinte
Foco Determinação da Interpretação: Perspectiva Ouvinte
Integração do ambiente na produção de linguagem de sinais
Adicionando a expressão facial, movimento corporal e emoção
Uso de marcadores linguísticos para esclarecer informações
Acomodações para baixa visão e reduzidos campos periféricos
Com uma mão e duas mãos de língua de sinais tátil
Acessando os materiais apresentados em formato multimídia
Técnicas para apoiar os alunos que são surdocegos, em discussões em pequenos grupos
Ética
[Ética] Situações
Avaliando a Confiança e Confiabilidade
Ética
O Processo de Tomada de Decisão
Tomada de decisão ética
Implementação de novas habilidades na tomada de decisão
Identificar e resolver problemas
ASL / Estudos Surdos
Papéis e relações
Planos de carreira e recursos da comunidade
Comunicação Não Verbal
Fundamentos das Técnicas de guia vidente
Respostas de Emergência
Fonte: HECKER-CAIN, Jane; MORROW, Susanne Morgan; FRANTZ, Richelle, 2008.

A Europa também tem um grupo de pesquisa e formação de guia-intérprete. A SHIA é tutora de projetos e programas na África, Ásia, Europa e América Latina atendendo especificamente à Bolívia, Bósnia, Nepal, Nicarágua, Sri Lanka, Tanzânia e Ruanda (ver figura 2). O objetivo desta instituição é fortalecer as organizações que trabalham com deficientes e organizar uma ação para a mudança social garantindo os direitos das pessoas com deficiência.

Dessa forma, na America latina, atende à ASCN (Associação de Sordo Ciego de Nicarágua) e COBOPDI (Confederação Boliviana de las Personas con Discapacidad).

De acordo com a SHIA, as atividades no projeto são:

  • Treinamento para novos membros.
  • Treinamento para os membros a serem formadores em língua gestual.
  • Informar e sensibilizar os membros e famílias por meio de visitas domiciliares.
  • Realizar um levantamento do número de pessoas com surdocegueira que estão na Nicarágua.
  • Condução defesa da surdocegueira.
  • Desenvolver uma proposta para melhorar a situação educacional de pessoas com surdocegueira, na Nicarágua.
  • Interagir com agencias governamentais que lidam com questões de importância para a integração da saúde, educação, reabilitação e trabalho.
  • Participar e coordenar com de forma mais ampla pela FECONORI (Federacion de Asociaciones de Personas com Discapacidad) organização e outras organizações nacionais e redes  internacionais.

(SHIA, 2009)

Constatamos que a SHIA não trabalha diretamente com a formação de guia-intérprete. Apesar de a Suécia ser tutora da América Latina. – contato direto com a FLASC (Federação Latino Americana de Surdocegos) que por sua vez tem trabalhado em conjunto com as instituições brasileiras.

Outros países da América Latina também têm buscado a formação para o guiaintérprete, com o apoio da ONCE 5 (Organización Nacional de Ciegos Españoles) e da Sense Internacional para Latinoamérica.

A ONCE por meio da FOAL (Fundação Once América Latina) possui um projeto global de colaboração que está permitindo consolidar um movimento associativo dos cegos latino-americanos, ela contribui para a criação de empregos e de melhoras educativas para os cegos desses países. Ela potencializa a realização, de forma direta, de programas de promoção de trabalho, formação e capacitação profissional, integração social e prestação de serviços sociais para pessoas com deficiências visuais dos países ibero-americanos, em seus respectivos estados.

A SENSE Internacional é uma organização multinacional de caráter não governamental, que busca promover os direitos das pessoas com surdocegueira no mundo. Sua missão é apoiar o desenvolvimento de serviços sustentáveis por meio de projetos realizados com pessoas com surdocegueira, suas famílias, organizações privadas e governamentais nacionais e internacionais e por meio de capacitações a profissionais que trabalham com este grupo, desenvolvendo suas habilidades que façam parte ativamente da sociedade, ela desde 1996 ajuda o Brasil em seus projetos.

As referidas instituições trabalham diretamente com a pessoa com surdocegueira e indiretamente com a formação de guia-intérprete.

O POSCAL 6 (Programa para la Creación de Asociaciones de Personas Sordociegas en América Latina - Programa de Criação de Organização para Pessoas Surdocegas na América Latina) funciona desde 1995 atende a 14 países na America Latina: Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Honduras, Guatemala, República Dominicana, Cuba, Colômbia, Nicarágua, Venezuela, Equador, Bolívia e Peru. A FSDB é uma associação das pessoas com surdocegueira na Suécia de âmbito nacional e está trabalhando para conquistar os direitos de plena participação, igualdade, independência e autodeterminação para as pessoas com surdocegueira em todas as áreas da sociedade.

O Equador, país que também conta com essas ajudas internacionais, possui na pessoa de Sonnia Margarita Villacres Mejia - uma referência, na Surdocegueira. Sonnia é uma pessoa que apresenta surdocegueira com uma história de vida e luta que tem divulgado a surdocegueira em seu país e em muitos países da América Latina, ela é também Presidente da FLASC - Federação Latino Americana de Surdocegos e Vice-presidente da WFDB (World Federation of the Deaf-Blind - Federação Mundial de Surdocegos).

Na Colômbia a FENASCOL 7 (Federación Nacional de Sordos de Colombia) tem trabalhado para atender as pessoas com surdocegueira e para a formação dos guiasintérpretes. O governo de Bogotá, a partir de 2005 começa a pagar pelos serviços do guia-interprete para mediação de estudantes com surdocegueira. (SERPA, 2009)

Plazas (2000) descreve que na Colômbia o primeiro programa de formação de intérpretes para surdos e para pessoas com surdocegueira aconteceu de maio de 1997 a julho de 1998. Foram desenvolvidos quatro módulos, de dez dias de duração cada. Com duração total de 410 horas de curso. A capacitação envolveu aspectos teóricos e técnicos de interpretação para pessoas surdas e de guia-interpretação para pessoa com surdocegueira.

A FENASCOL e a POSCAL em parceria enviaram da Suécia em 1996, três pessoas (uma surda Patricia Ovalle, uma profissional em interpretação María Margarita Rodriguez e uma profissional em surdocegueira Sandra M. Cavajal) para receber a capacitação. Acrescentou-se a Surdocegueira na FENASCOL, aos cursos de formação de intérpretes de língua de sinais e aproveitando a realização da Conferência Mundial Helen Keller na Colômbia em 1997, formaram 35 intérpretes e guias-intérpretes (SERPA, 2011). Com o apoio da FSDB, no mesmo ano, os líderes das pessoas com surdocegueira da Suécia viajaram para a América Latina (Colômbia) juntamente com seus Guias-intérpretes, e é cultural neste país atender as necessidades das pessoas com deficiência, sendo assim havia dois profissionais para cada pessoa com surdocegueira.

Enquanto em outros países da América Latina ainda são voluntários ou familiares que realizavam o trabalho com essas pessoas, a POSCAL desenvolveu um curso em cada país que participou de suas reuniões ou que trabalham com essa população. Foi organizado um projeto pela POSCAL no qual um profissional da FENASCOL viajou a cada país e juntamente com cada associação capacitou os profissionais, nesse curso foram ensinados aspectos quanto ao Sistema de comunicação, ética, descrição visual, orientação e mobilidade, etc. (SERPA, 2011) 8.

Constatamos que a ONCE, a ULAC (União Latino Americana de Cegos) e a POSCAL deram o suporte para a formação do guia-intérpretes e consequentemente para o atendimento à pessoa com surdocegueira inicialmente e hoje apóia a FLASC.

Dalva Rosa e Clarissa Ipólito, professora e intérprete de Libras, foram escolhidas para ir a Bogotá - Colômbia no ano de 2000 fazer o curso de capacitação com María Margarita Rodrigues (com objetivo de serem multiplicadoras no Brasil), o modelo desse curso teve como base a formação proposta na Suécia. Sendo que na Colômbia, este curso é somado ao curso dado aos intérpretes de língua de sinais de surdos como uma complementação profissional.

Currículo do curso na Colômbia
Taller de multiplicadores de La capacitación a guías intérpretes empíricos para personas sordociegas - Bogotá, Colombia de 10 a 14 de Julio de 2000 – Carga horária: 48 horas
Agenda de trabalho
Dia 1
Inanguración de La capacitación
Unidad didáctica nº1
Presentación de los participantes y de la capacitación: Aspectos referidos a formación de facilitadores
Unidad didáctica nº2
Educación Tradicional VS Andragogía 9
Unidad didáctica nº3
Fases del aprendizaje em La educación de adultos
Dinâmica de Iniciación
Unidad didáctica nº4
Facilitación de procesos de aprendizaje
Unidad didáctica nº5
Educación de adultos y didáctica
Evaluación de La sesión
Dia 2
Unidad didáctica nº6
Educación de adultos y didáctica
Unidad didáctica nº7
Facilitación, técnicas y médios (Primera parte)
Unidad didáctica nº7
Facilitación, técnicas y médios (Segunda parte)
Tecnología y educación, listas de correo y aula virtual (Conferencia)
Tecnología y educación, listas de correo y aula virtual (Continuación)
Evaluación de La sesión
Dia 3
Unidad didáctica nº1
Presentación de La capacitación: Aspectos referidos a guia-interpretación: objetivos y estructura
Unidad didáctica nº2
Evaluación inicial de los contenidos y aclaraciones.
Unidad didáctica nº2(Continuación)
Evaluación inicial de los contenidos y aclaraciones.
Unidad didáctica nº3
TEMA I: Presentación de La capacitación
Unidad didáctica nº4
TEMA II: Indivíduo con sordoceguera
Dia 4
Unidad didáctica nº5
TEMA III: Reconstrucción de La organización de La comunidad de las personas con sordoceguera
Unidad didáctica nº6
TEMA IV: Generalidades acerca de interpretación: conceptos básicos
Unidad didáctica nº6 (Continuación)
TEMA IV: Generalidades acerca de
interpretación: conceptos básicos
Unidad didáctica nº 7
TEMA V: Rol del guiaintérprete para personas con sordoceguera
Unidad didáctica nº7
TEMA V: Rol del guia-intérprete para personas con sordoceguera
Unidad didáctica nº8
TEMA VI: Técnicas de guia-interpretación para personas con sordoceguera: guia, descripción visual e interpretación
Unidad didáctica nº9
TEMA VII: Técnicas de descripción visual
TEMA X: Habilidades propias de la actividad de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA A: Habilidades de guia
Unidad didáctica nº10
TEMA VIII: Técnicas de guia
TEMA X: Habilidades propias de la actividad de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA B: Habilidades de guia
Unidad didáctica nº11
TEMA IX: Técnicas de interpretación
TEMA X: Habilidades propias de la actividad
de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA C: Habilidades de interpretación
Unidad didáctica nº11(Continuación)
TEMA IX: Técnicas de interpretación
TEMA X: Habilidades propias de la actividad
de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA C: Habilidades de interpretación
Unidad didáctica nº12
TEMA X: Habilidades propias de la actividad de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA D: Habilidades de guiainterpretación
Unidad didáctica nº12 (Continuación)
TEMA X: Habilidades propias de la actividad de guia-interpretación: descripción visual, guía e interpretación
SUBTEMA D: Habilidades de guiainterpretación
Unidad didáctica nº13
TEMA XI: Ética del guia-intérprete para personas con sordoceguera
Unidad didáctica nº14
Evaluación
Fonte: Apostila do curso da aluna Dalva Rosa

Dessa forma, alguns profissionais brasileiros tiveram sua formação fora do país, ainda que na América Latina, para então trazer estas experiências internacionais e adaptá-las à realidade brasileira, e são estes profissionais que compõem o corpo deliberativo das organizações não governamentais representativas de pessoas com surdocegueira no Brasil.

Experiências de formação de guia-intérprete no Brasil

No Brasil, da mesma forma, as instituições que trabalham com essa população assumiram o papel da formação de profissionais específicos para seu atendimento e acompanhamento. O IBC (Instituto Benjamin Constant) é um centro federal de referência para questões da deficiência visual, trabalhando com produção de material, capacitação de profissionais e assessoria às escolas. Seu foco principal é o trabalho com pessoas cegas, todavia, oferece cursos voltados aos profissionais que atuam com pessoas com surdocegueira. O seu curso sobre surdocegueira está voltado às técnicas e possibilidades educacionais da pessoa com surdocegueira congênita, estimulação precoce, atividades de vida diária, e orientação e mobilidade, não havendo como exigência o conhecimento de Libras para os cursistas, estando mais voltado para formação de professores (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2011).

Já o Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao múltiplo deficiente sensorial 10, uma organização não governamental desenvolve suas ações em parceria com a ABRASC 11 e têm seu trabalho voltado para a formação de guias-intérpretes.

As duas instituições sempre trabalharam juntas com o objetivo de atender às pessoas com surdocegueira e em promover sua qualidade de vida, bem como na formação dos profissionais Guias-intérpretes e Instrutores Mediadores. O curso de capacitação de guia-intérprete teve apoio do MEC durante a ação de Formação de Multiplicadores nas áreas de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial na cidade de Recife no ano de 2007, em alguns estados brasileiros acontecem parcerias isoladas com secretarias de educação estaduais e municipais.

No Brasil, o primeiro curso de guia-intérprete aconteceu em 1999 em parceria com a FENASCOL, o POSCAL e a FSDB. O primeiro curso de Guia-intérprete teve período de uma semana, com carga horária de 48 horas, na cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo. Foram convidadas 13 pessoas para participar do curso, pessoas ligadas às instituições que atendiam pessoas com surdocegueira e múltiplos deficientes. O curso foi similar ao curso realizado na formação de Guias-intérpretes em países como a Colômbia, Peru e Equador.

Programa do Curso de Multiplicação de Guia-intérprete:

Capacitação dos Guias-intérpretes empíricos para pessoas com surdocegueira
São Caetano do Sul, São Paulo, 25 a 30 de Outubro de 1999.
Ministrado por: María Margarita Rodriguez Plazas – Consultora especialista em Guia-interpretação.
Curso de 48 horas.

Apresentação da capacitação: Objetivos e estrutura

Indivíduo Surdocego

  • Definição de Surdocegueira
  • Caracterização da população com surdocegueira
  • Classificação da população com surdocegueira
  • Sistemas de Comunicação utilizados pelas diferentes pessoas com surdocegueira
  • Ajudas existentes para as pessoas com surdocegueira
  • Principais necessidades que como grupo, se manifestam as pessoas com surdocegueira

Reconstrução da Organização da Comunidade de pessoas com Surdocegueira

  • Organização da Comunidade de Pessoas com Surdocegueira no mundo
  • Organizações internacionais que apóiam os programas de habilitação e reabilitação para pessoas com surdocegueira
  • Organização da comunidade pessoas com surdocegueira na América Latina
  • Organização Nacional de pessoas com surdocegueira

Generalidades sobre a interpretação: Conceitos básicos

  • Tradução
  • Interpretação
  • Intérprete e Guia-intérprete
  • Associação de Intérpretes
  • Papel do Guia-intérprete
  • Papel da pessoa com surdocegueira e do guiainterprete dentro das associações de pessoas com surdocegueira
  • Intérpretes certificados e intérpretes empíricos
  • Justificação do treinamento de guiasintérpretes empíricos para pessoas com surdocegueira

Técnicas de Guia-interpretação para pessoas com surdocegueira: Guia, Descrição Visual e Interpretação

  • Considerações Gerais

Técnicas de Descrição Visual

  • Dinâmicas
  • Aspectos Gerais ao se fazer a descrição visual
  • Descrição do entorno físico: Interior e Exterior
  • Descrição de Banheiros
  • Descrição Interpessoal
  • Como colocar uma pessoa com surdocegueira em contato com um objeto
Técnicas de Guia
  • Aspectos gerais de como guiar uma pessoa com surdocegueira
  • Mudar de lado
  • Mudar a direção a 180º
  • Guia em lugares estreitos
  • Guia ao passar por uma porta
  • Guia ao subir e descer escadas
  • Guia para utilizar escadas rolantes
  • Como sentar a pessoa com surdocegueira em uma cadeira
  • Como guiar e sentar em lugares públicos: auditório, teatro, etc.
  • Guiar em transportes: metrô, carro, ônibus, etc.
  • Guiar em vias públicas
  • Deslocamento independente da pessoa com surdocegueira

Técnicas de Interpretação

  • Diretrizes gerais de interpretação
  • Transmissão de informações paralinguísticas
  • Preparação para a interpretação
  • Aspectos relevantes quanto à comunicação usada pela pessoa com surdocegueira
  • Língua de Sinais Tátil
  • Língua de Sinais em Campo Reduzido
  • Alfabeto manual tátil
  • Meios técnicos de saída Braille
  • Leitura orofacial
  • Língua Oral ampliada
  • Responsabilidades do Guia-intérprete em situações específicas
  • Responsabilidades do Guia-intérprete em situações de alimentação
  • Responsabilidades do Guia-intérprete em que a pessoa com surdocegueira deva assinar
  • Responsabilidades do Guia-intérprete ao colocar uma pessoa com surdocegueira em um recinto
  • Responsabilidades do Guia-intérprete em situações de compras
  • Responsabilidades do Guia-intérprete perante a correspondência ou documentos pessoais

Ética
Oficina
Ética do Guia-intérprete

  • Confidencialidade
  • Fidelidade e exatidão
  • Imparcialidade
  • Seletividade
  • Discrição

Bibliografia

Fonte: Programa de Capacitação de Guias-intérpretes empíricos para pessoas com surdocegueira
(Apostila Dalva Rosa Watanabe)

Logo depois deste curso, no ano de 2000, em Bogotá, houve um curso de Multiplicadores, como já citado, com María Margarita Rodriguez Plazas, e dentre as pessoas que se formaram neste primeiro curso do Brasil (1999), foram convidadas Dalva Rosa Watanabe e Clarissa Ipólito para representarem o Brasil e se tornar as multiplicadoras. Com a organização inicial dos cursos foi criado uma rede pela internet - Grupo Yahoo, denominada Gegibrasil que vem dando suporte aos profissionais capacitados, esse grupo virtual foi criado em 28 de Junho de 2004.

O projeto “Pontes e Travessias” foi um projeto idealizado no ano de 2007, destinado a capacitar intérpretes para a função de guia-intérprete, visando à inclusão de pessoas com surdocegueira adquirida em escolas e demais locais e de pessoas voluntárias e de familiares, visando uma melhor qualidade de vida para a pessoa com surdocegueira, favorecendo assim sua participação ativa em sociedade. Os objetivos gerais do projeto são: a capacitação de profissionais para a atuação nas funções de guias-intérpretes para a inclusão pessoas com surdocegueira e a Criação da Central de Guias-intérpretes. Os objetivos específicos do projeto são: a organização do curso destinado a Intérpretes de Língua de Sinais foi estruturada inicialmente para a carga horária de 360 horas e 80 horas de estágio; organização de materiais para apoio para os cursos; organizar uma rede de trabalho, visando uma criação futura de central de atendimento nos Estados, para pessoas com surdocegueira adquiridas e favorecer a inclusão delas em todos os segmentos da sociedade. Inicialmente, o curso estava estruturado para ser realizado em parceria com faculdades ou universidades com carga horária de 360 horas, no entanto como essa parceria não aconteceu e os cursos dados contaram com uma carga horária de 48 horas e 80 horas de estágio.

Até o presente momento foram desenvolvidos pelo Brasil quinze cursos de formação de guias-intérpretes, são eles:

  1. São Caetano do Sul, na Escola Anne Sullivan, de 25 a 30 de Outubro – Realização FENASCOL (Colômbia) – 13 pessoas, com 48 horas presenciais.
  2. São Paulo, na APAE, de 26 a 31 de Maio de 2003 - Realização da ABRASC, Grupo Brasil e AHIMSA – 27 pessoas, com 48 horas presenciais.
  3. São Paulo, na Ahimsa, em 01, 08, 15, 22 e 29 de Novembro e 06 de Dezembro de 2003, realização da Ahimsa e da PMSP, curso reconhecido pela Secretaria da Municipal de Educação, destinado a profissionais de Desenvolvimento infantil – 32 pessoas, com 48 horas presenciais.
  4. Recife, Pernambuco, em Abril de 2007, projeto da Ahimsa e Grupo Brasil em parceria com MEC e a Secretaria Municipal de Educação de Recife – 08 pessoas, com 80 horas presenciais.
  5. São Paulo, de 05 a 16 de Maio de 2007, realização do Projeto Pontes e Travessias 12 – 12 pessoas de diversos estados brasileiros entre elas professores, interpretes de libras do CAS (Centro de Apoio ao Surdo) e profissionais do CAP (Centro de Apoio ao Deficiente Visual), com 60 horas presenciais e 80 de estágio.
  6. São Paulo, de 21 de Julho a 29 de Setembro de 2007, realização Projeto Pontes e Travessias – 16, com 60 horas presenciais e 80 de estágio.
  7. São Paulo, na AHIMSA, de 20 de Outubro de 2007 a 23 de Fevereiro de 2008, realização do Projeto Pontes e Travessias – 15 pessoas, com 60 horas presenciais e 80 de estágio.
  8. Campo Grande, MS, no CAS – MS, de 12 a 17 de Outubro de 2009, realização Projeto Pontes e Travessias e o CAS- Centro de Apoio ao Surdo de Mato Grosso do Sul – 25 pessoas, com 48 horas presenciais e 80 horas de estágio.
  9. Salvador, BA, no Instituto de Cegos, de 27 de Novembro a 04 de Dezembro de 2009, realização Projeto Pontes e Travessias – 33 pessoas entre elas intérpretes de Libras da Bahia, Ceara e Sergipe dos serviços de CAS e CAP e professores da área de surdocegueira, com 48 horas presenciais e 80 horas estágio.
  10. São Paulo, de 18 de junho a 28 de Agosto de 2010, destinado às professoras das Escolas Municipais de Educação Especial (EMEE), realização AHIMSA, Grupo Brasil e PMSP, - 17 pessoas, com 100 horas presenciais e 80 de estágio.
  11. São Paulo, de 17 a 22 de janeiro de 2011, realização Ahimsa, Apilsbesp, Grupo Brasil e Abrasc, destinado a Tils - 32 pessoas, com 60 horas presenciais e 80 horas de estágio.

Esta em andamento, mais quatro cursos: Maringá, PR, Florianópolis, SC, Juiz de Fora, MG e Angra dos Reis, RJ. Em parceria com Ulbra - Universidade Luterana do Brasil, curso de aperfeiçoamento na modalidade online com a carga horária de 60 horas em complemento às 48 horas presenciais e 80 de estágio, em parceria com Universidade Estadual de Maringá, Universidade Federal de Santa Catarina, Secretaria Municipal de Angra dos Reis e Instituto Bruno Vianna). (Fonte: Dalva Rosa Watanabe 13)

Até o primeiro semestre de 2011, duzentos e trinta (230) pessoas foram capacitadas no Brasil, sendo que apenas em São Paulo foram formados cento e sessenta e quatro (164) pessoas, o que corresponde a mais de 50% do número total de cursistas. Apesar dos esforços, há uma centralidade dos cursos na região sudeste.

A proposta do curso no Brasil segue o seguinte conteúdo programático, atualmente:

Curso para formação de guia-intérprete no Brasil (2011)
Ministrado pela equipe da Abrasc e Grupo Brasil. Curso de 48 horas.

Conteúdos programáticos

Contextualização da História do Projeto Pontes e Travessias

História da Educação da Pessoa com Surdocegueira no mundo e no Brasil

  • A história da Educação da pessoa com surdocegueira no mundo
  • Pessoas com surdocegueira conhecidas pelo mundo
  • A história da Educação de Pessoas com Surdocegueira no Brasil
  • Pessoas com Surdocegueira conhecidas no Brasil
  • Parcerias e intercâmbios

Criação da ABRASC – Associação Brasileira de Surdocegos

  • Identidade da ABRASC
  • Missão
  • Visão
  • Objetivos

Terminologia e definição

  • Aspectos da surdocegueira adquirida
  • Terminologia surdocego ou surdo – cego?
  • Perspectiva geral sobre surdocegueira
  • O que é surdocegueira?
  • Quem é o indivíduo com surdocegueira?
  • A Pessoa com surdocegueira congênita
  • A Pessoa com surdocegueira adquirida
  • Quais são as causas da surdocegueira?
  • Quais são as dificuldades e desafios enfrentados pelas pessoas com surdocegueira
  • Quais são as dificuldades e desafios enfrentados pelas famílias e profissionais

Síndrome de Usher

  • Ajustamento psicológico para o diagnóstico da Síndrome de Usher
  • Classificação Síndrome de Usher
    • tipo I
    • tipo II
    • tipo III

Direitos

  • Direitos das pessoas com surdocegueira
  • Direitos da pessoa com deficiência

Guia-intérprete, Direitos e Técnicas de Interpretação

  • O Guia-intérprete
  • Técnicas de Guia-interpretação para pessoas com surdocegueira
  • Interpretação e descrição
  • As competências de um profissional tradutor-intérprete:
    • Competência linguística
    • Competência para transferência
    • Competência metodológica
    • Competência na área de conhecimento
    • Competência bi cultural
    • Competência técnica
  • Modelos de tradução de interpretação
    • Modelo cognitivo
    • Modelo interativo
    • Modelo interpretativo
    • Modelo comunicativo
    • Modelo sociolingüístico
    • Modelo do processo de interpretação
    • Modelo bilíngüe e bi cultural
  • Técnicas de descrição de imagem, objetos, pessoas e ambientes internos e externos
  • Comunicação de pessoas com Síndrome de Usher

Ética

  • Código de ética do intérprete/guiaintérprete
  • Código de ética da Apilsbesp - Associação dos Profissionais Intérpretes e Guias-intérpretes da Língua de Sinais Brasileira do Estado de São Paulo
  • Condutas

Sistemas de Comunicação/Formas de Comunicação

  • Libras tátil
  • Libras em Campo reduzido
  • Braille tátil
  • Fala ampliada
  • Escrita na palma da mão
  • Uso do dedo como lápis
  • Placas alfabéticas com letras
  • Placas alfabéticas em Braille
  • Meios técnicos com saída em Braille
  • Alfabeto manual tátil
  • Alfabeto com duas mãos
  • Tadoma Escrita Ampliada
  • Sistema Lorm
  • Sistema Malossi

Sistema Braille

  • Louis Braille
  • O Sistema Braille

Tecnologias Assistivas
Aspectos Emocionais de Pessoas com Surdocegueira Adquirida
1 – O impacto da segunda perda sensorial

  • Surdocegueira na Fase da Adolescência
  • Surdocegueira na Fase Adulta

2 – Familiares
3 – A importância dos profissionais para pessoas com surdocegueira

  • Comunicação e importância do Guiaintérprete
  • Profissionais da área da saúde dando atenção específica às pessoas com surdocegueira

4 – Resiliência
Orientação e mobilidade

  • Técnica de orientação e mobilidade - “guia - vidente”
  • técnicas utilizadas pelo cego em relação ao guia vidente
  • técnica básica – contato
  • passagens estreitas
  • portas fechadas
  • descer escadas
  • subir escadas
  • aproximar-se e sentar-se em uma cadeira
  • sentar-se a mesa
  • entrar, sair e sentar-se em um auditório

I. Técnicas utilizadas somente pelo cego
Técnicas de proteção superior e inferior
Técnica de seguir linhas-guias
Técnica de tomada de direção- alinhamento perpendicular; alinhamento paralelo;
Técnica para localização de objetos caídos ou jogados ao chão

Orientação e mobilidade para pessoas com surdocegueira adquiridas

  • Definição de O & M
  • Um pouco de história
  • Necessidades específicas das pessoas com surdocegueira para desenvolver a orientação e mobilidade
  • Fatores interdependentes da orientação e mobilidade

O programa de orientação e mobilidade para pessoas com surdocegueira adquirida
A) Guia vidente. Adaptações realizadas para pessoas com surdocegueira adquiridas
1) aproximando-se de uma pessoa com surdocegueira:
2) posicionando os braços
2. 1) adaptações necessárias para posicionamento de braço:
3) passando por lugares estreitos:
3.1) adaptações
4) abrindo portas
4.1) transferência de lado
5) utilizando escadas. Adaptação necessária
5.1) antecipação
5.2) apoio do corrimão
5.3) parada estratégica
6) sentar-se. Adaptações necessárias
7) entrando no carro
7.1) verificando a altura da maçaneta
7.2) verificando a altura do carro
B) técnicas com a bengala longa
1) utilizando tecnologia assistiva (loops - aparelho no formato de rádio freqüência que amplifica o som)
1.1) uso de bengala longa com roller
2) uso da pré-bengala
3) usando placa de comunicação
4) técnica das “pontes”:
Legislação

  • Lei da Acessibilidade
  • Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU)
  • Constituição Federal
  • Leis do Dia do Surdocego: LEI 14.189 de 17 de julho de 2006 (PMSP) e LEI nº12.899, de 08 de abril de 2008 (Estado de São Paulo)
  • Lei do Tradutor/Intérprete da Língua Brasileira de Sinais
  • CBO – Classificação Brasileira de Ocupações
  • Decreto 6949/2009 – Da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência
  • Política Nacional de Educação Especial/2008

Central de Libras – CELIG

Fonte: Apostila Curso Guia-intérprete - Projeto Pontes e Travessias – Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego, 2011

Além da carga horária presencial de 48 horas, os cursistas precisam fazer um estágio de 80 horas para treinamento da prática de guia-interpretação que envolve o acompanhamento das pessoas com surdocegueira ao supermercado, ao médico, ao banco, em congressos, entre outros. A certificação de guia-intérprete é fornecida após o término do estágio.

No ano de 2005 foi elaborado o material de formação de guia-intérprete denominado Série “Entrando em Contato” com três livretos o número 1 – Formas de Comunicação, número 2 – Dicas de Interpretação e número 3 – Técnicas de Orientação e Mobilidades, um dos primeiros materiais de produção brasileira para formação de guia-intérprete.

Análise da formação oferecida: quadro comparativo

A partir das entrevistas e da leitura dos documentos das instituições que trabalham com pessoas com surdocegueira levantamos algumas categorias de análise, são elas: 1 - Tipo de formação oferecida e a carga horária dos cursos (análise comparativa); 2 - Grade curricular (análise comparativa). A seguir aprese

Notas

3 O Instrutor mediador é o profissional que fornece intervenção para uma pessoa surdocega e deficiente múltipla sensorial. Ele faz a mediação entre a pessoa que é surdocega e o seu ambiente para capacitá-la a se comunicar com o mesmo e receber informações não distorcidas do mundo a seu redor. (The W. Ross Macdonald School Deafblind Resource Services, Brantford, Ontário [1], (sem paginação) (MAIA et. al., 2008, p. 123).
5 A ONCE é uma organização não governamental de solidariedade social e sem fins lucrativos espanhola. O objetivo desta organização é melhorar a qualidade de vida dos cegos e deficientes visuais de Espanha
6 O POSCAL teve inicio por meio da iniciativa de Yolanda De Rodriguez que foi a diretora do projeto. Yolanda foi uma pessoa com surdocegueira, paraplégica, que durante a IV Conferência Mundial Helen Keller, na Suécia, em 1993, conheceu os programas da FSDB e da SHIA. Mas foi somente na V Conferência Mundial Helen Keller, em 1995 que entrou em contato com o presidente da FSDB, com um projeto para atender a América Latina.
7 A FENASCOL, foi criada em 06 de Maio de 1985, tem como missão ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas surdas através da defesa de seus direitos e implementação de ações e programas que atendam suas necessidades.
8 SERPA, Ximena. Curso para guias-intérpretes [mensagem pessoal]. Mensagem recebida porem 27 Jul. 2011.
9 Andragogía – disciplina que se ocupa da Educação de adultos, revisa e transforma aspectos emocionais, cria redes de multiplicadores de guias-intérpretes. (Anotações de Dalva Rosa Watanabe)
10 O Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego é uma rede de organizações, profissionais especializados, pessoas com surdocegueira e famílias que foi criado em 1997 e institucionalizada como organização civil, de caráter social, sem fins lucrativos em 22 de Outubro de 1999. Tem como missão promover a qualidade de vida e ampliação de serviços para pessoas com surdocegueira e com múltipla deficiência sensorial. (GRUPO BRASIL, 2011)
11 A ABRASC (Associação Brasileira de Surdocegos) é uma organização civil, de caráter privado, sem fins lucrativos, de personalidade jurídica com fins filantrópicos. Fundada no dia 04 de dezembro de 1998 e somente registrada nos 19 de junho de 2000 e formada por pessoas com surdocegueira A mencionada já realizou diversos trabalhos como lançamentos e participações em eventos nacionais e internacionais, passeios a diversos cartões postais de algumas cidades. Fonte: (ABRASC, 2011).
12 Projeto Ponte e Travessias do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial que tem por objetivo formar profissionais, voluntários e intérpretes na função de guiaintérprete em todo Brasil.
13 Segundo informação em conversa com Dalva Rosa Watanabe em agosto de 2011.
14 APILSBESP – Associação dos Profissionais Intérpretes e Guia-intérpretes da Língua Brasileira de Sinais.
15 Cadastro Brasileiro de Ocupação sob o nº2614-25 - Intérprete de língua de sinais (Guiaintérprete, Intérprete de libras, Intérprete educacional, Tradutor de libras, Tradutor-intérprete de libras) CBO - Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf>

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